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Westender - A Reconquista



Westender é um filme do gênero Medieval-B. É como se Stanley Kubrick dirigisse um roteiro de baixo custo que se encaixa entre "Willow na Terra da Magia" e "Cruzadas". Não podemos esquecer também que há uma pequena influência de "Lancelot", no qual Sean Connery participa - aquele filme em que os cavaleiros da távola redonda vestem uniformes da Enterprise.

Tudo começa com a máxima das partidas de RPG, onde nerds em seus calabouços sexuais pagam de malandrops formulando a história, de forma que todos os seus personagens bebem cerveja élfica em canecas de barro, falando de como a garçonete é gostosa. Ou talvez algo ainda mais perverso e viril: apostando em mesas de jogos.

Em um país falido qualquer do leste europeu, Asbrey of Westender, um ex-paladino bêbado que odeia falar - e interpretar também - apostava e bebia sem limites em uma taverna, com fundo musical produzido por um teclado Casio com samples de hits medievais. Ele então perde seu anel mágico em uma aposta com um menestrel, Glim.


"Oh, veja só. Você apostou a coisa mais preciosa que possuia, confiante que iria vencer a rodada. Mas,como em todo filme com cenas desse tipo, eu viro uma carta mais alta que a sua e também viro o jogo, deixando você com cara de bunda e levando tudo que você tem."


Este anel, ao contrário do que está pensando, não é dele, e sim de sua falecida mulher. A história do anel não é explicada durante o filme, assim como boa parte do roteiro. Talvez o diretor teve a intenção de deixar a platéia fantasiar o que houve. Neste caso, eu entendi que a mulher dele morreu em uma fogueira, provavelmente por ser uma bruxa, ou uma alienígena fantasiada de bruxa que foi caçada pelo FBI, agência esta fundada em 1435 por demônios.

Acordando de sua incrível ressaca mágica, Asbrey persegue o menestrel e o encontra correndo nu pela estrada. Ele estava sendo perseguido por uma caravana de mercantes de prostitutas! Se Asbrey queria o anel mágico de sua mulher de volta, precisava então mudar de alvo e perseguir o grupo de bandidos. Um terrível combate com espadas de plástico ocorre em meio a um terrível e místico jardim. Nosso herói é indefectível e com coreografias roubadas de "Monty Python e o Cálice Sagrado", vence o homem mau com alguns poucos golpes e membros cortados.


"It's just a flesh wound!"


Depois de algumas voadoras e punhaladas no rim, nosso herói é capturado pelos mercantes capitalistas que pretendiam fazer dele mulher de cadeia. No entanto, Grim, que já havia se tornado seu amiguinho, o solta e os dois saltitam mata afora, sob encalço dos bandidos. Porém, Ausbrey cai no rio e, devido a sua interpretação brilhante, acredito que ele ou não sabia nadar, ou alguma sereia fazia cócegas por baixo d'água. Para ajudar, o cavaleiro e o menestrel estavam sob uma saraivada de flechas com alcance maior que as balas de uma Barrett.

Grim não o ajuda. De fato, ele sai correndo. Mas não se preocupe, ele não é importante para o filme, pois não aparecerá mais na história, tampouco você saberá o que houve com ele. Daqui em diante, qualquer pessoa com deficiência auditiva pode assistir ao filme, mesmo sem legendas. Os poucos diálogos forçados e sem nexo que ocorreram até então, nunca mais acontecerão até os créditos.

Ao acordar e caminhar para fora do rio por alguns metros, ele econtra uma surpresa maravilhosa: um defunto com uma armadura completa, capa de seda, e a espada que ele havia perdido em uma outra aposta, em algum outro lugar, em algum outro filme. Não, também não é explicado como o defunto possuia a antiga espada dele e nem o que raios o cadáver fazia ali perto de um rio.


A stash de itens mágicos em forma de cadáver, fazendo pose depois de ter sido morto por índios apaches da Germânia


Enquanto estava capturado, nosso herói havia escutado informações de que os traficantes de meretrizes haviam se dirigido para Jarlish, um deserto vasto, terra sem lei. Ali não havia ordem, comedimento nem veto da mãe. Nosso cavaleiro parte então em uma caminhada, a pé, até a cidade muçulmana amaldiçoada pelo Deus católico. Um fato interessante é que não há cavalos no filme. Os produtores podem ter dado um azar danado de encontrar atores que não sabiam cavalgar, nem tinham dinheiro para aulas de hipismo.

Durante a caminhada, o cenário muda drasticamente. O herói, em alguns poucos passos, passa do Parque Natural de Nova York à catinga árida do Alabama, onde até a Grand Mesa pode ser vista, planalto formado pela ação dos ventos, típica em desenhos do Coyotte e Papa-Léguas.


Eu acho que eu vi um deserto! Eu vi sim!


Mas o deserto é um lugar estranho e causa alucinações terríveis, fazendo com que o intrépido paladino jogue sua armadura fora, toda sua sacola de comida e sua espada mágica +1 recém encontrada. Afinal, cavaleiros não sabem que o metal conduz calor facilmente, e usar artefatos de ferro sob calor escaldante do deserto não é nada refrescante. Mas depois de um incrível monólogo sem falas acerca da psique humana, sua mulher alienígena bruxa aparece e o presenteia com uma linda cena estilo "Ghost, do Outro Lado da Vida", agora com 25% mais transparência de camadas!


"I am Sam".


Depois de uma bombardeada aleatória de cenas esquisitas e frases sem nexo de um vulto que não faz sentido nenhum na história do filme, ele segue viagem. Eis que ele encontra os malditos jarlishianos! Apesar de viverem no deserto, esses beduínos diferem um pouco dos povos do Oriente Médio como os conhecemos.


Olá, somos os "sarracenos nórdicos ninjas que vivem no deserto". Somos fodas por três razões: usamos katanas em vez de cimitarras, vamos contra as leis da seleção natural e já fizemos ponta em algum filme do Mad Max.


Ironicamente, por puro arranjo do destino ou falta de idéias do roteirista, lá estavam também os comerciantes de garotas de programa, fazendo negócio atrás de um arbusto com um outro grupo de sarracenos, grupo este que magicamente desaparece durante a troca de câmera.


Ih, cambada! O estraga-prazer chegou! Bora vazar daqu... *PUFF*


Um combate terrível acontece entre o herói e os homens maus, que agora lutava com uma navalha estrategicamente encontrada próximo a ele. Quando a luta acaba, surge uma cena longa e comovente sobre o grupo de muçulmanos loiros de olhos azuis, que perderam o pai de família durante a briga. O mais comovente é que eles apareceram há 5 minutos no filme, e a história se volta em torno deles como se fossem os principais protagonistas. Não se preocupe, a cena acaba e eles não aparecem mais.




Eu te disse, meu bem, quem mandou beber muito spice do filme "Duna"?


O vilão gordo de tapa-olho foge com o anel, pendurado ao pescoço, mas o herói percebe que o importante é salvar virgens. Sendo assim, ele faz uma cara de bunda e deixa o gordão fugir com seu anel.

Na tomada seguinte, ele não está mais no deserto, mas sim em uma taverna onde há alguns cavaleiros. Não se sabe porque ele não exerce mais a profissão, nem o que houve em seu passado, mas ele apenas diz "Eu voltei!" e todos os cavaleiros que bebiam cerveja, dentro da taverna, vestindo suas armaduras levíssimas de chumbo brilhante, se levantam e começam a celebrar.



A cigana no começo do filme, que parecia importante, sumiu. O amigo menestrel dele que sumiu, não voltou. O pastor alemão, o defunto com armadura e os vultos do deserto também só fizeram ponta em uma cena. Fim do filme.


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