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México se tornou o centro das atenções no continente americano

Na mesa do conselho de administração de uma montadora, o investimento destinado à construção de uma nova fábrica de veículos com objetivo de abastecer o mercado americano e eventualmente exportações para a América Latina acaba de ser aprovado. O local? Nenhum em qualquer estado americano e muito menos no Canadá.

Esqueça também o Japão e nem pense que chegou a vez da China. Europa, continua do outro lado do Atlântico Norte e nem os mais patriotas podem pensar no Brasil. A escolha obviamente recai sobre o “queridinho” das Américas, o México. A ilustração é apenas para mostrar como o país latino se inseriu de tal forma no contexto automotivo, que hoje os olhos dos departamentos Financeiros Dos Fabricantes de automóveis miram o México com entusiasmo.

O país não se modernizou a tal ponto que possa ser comparado com os japoneses e muito menos com seus ancestrais astecas, um povo que era realmente avançado para as condições de sua época. Hoje o México vive uma posição de destaque no cenário internacional, mas mais especificamente no âmbito das Américas.

Com os Estados Unidos como maior consumidor de automóveis, ter acesso a este enorme Mercado é mais do que importante. Fazer carros dentro dos EUA ou mesmo no Canadá não sai barato para os fabricantes e quem se dispõe a fazê-lo sem que seus funcionários estejam ligados ao poderoso sindicato UAW, sempre terá algum tipo de problema durante sua operação. A pressão é grande.

Mais barato fazer lá

Impostos, taxas e outros encargos assustam os departamentos financeiros dos fabricantes, que acabam olhando diretamente para o México. Por lá, a mão de obra tem um custo bem inferior ao CONUS ou Ontário. Custos gerais bem inferiores e o melhor de tudo, acesso livre ao mercado dos EUA e Canadá com boa rentabilidade.

Por conta disso, o México tem conseguido bilhões e bilhões de dólares em investimentos em seu parque automotivo, que deve alcançar 5 milhões de veículos em 2020. Se não houvesse pressão forte do UAW ou mesmo de políticos americanos, como o candidato Donald Trump, o país provavelmente esse volume já estaria bem mais próximo de ser atingido.

Mas quando se pensa que o México tem apenas essa vantagem, a de ser porta de entrada para os EUA e Canadá, com mão de obra e custos menores, esquece-se que o governo local tem acordos comerciais no setor automotivo com pelo menos 40 países. Ou seja, não se trata apenas de produzir para servir aos americanos, mas também para ter quase toda a América Latina e mais outros mercados.

A posição estratégica do México e sua política voltada para a exportação, contribuiu até mesmo para um esvaziamento parcial da produção japonesa, na maior parte por conta do iene, mas todos que miravam os states, sabiam que a saída para manter a margem de lucro adequada estava do outro lado do Rio Grande.

Mesmo com críticas em casa, GM, Ford e FCA são as que mais apostam no México para abastecer o mercado americano. A estratégia antes era fazer os veículos mais rentáveis em linhas de montagem latinas, mas agora o papel do vizinho do sul é manter os produtos que estão ameaçados pela gasolina barata em linha.

Via de duas mãos

Assim, sedãs e compactos já estão migrando para o México, enquanto picapes e SUVs reforçam as linhas americanas. Isso pelo menos pode apaziguar os ânimos em Washington, mas não faz parar a entrada de bilhões de dólares em novos investimentos na terra da tequila. Além delas, Honda, Nissan, Mazda, Toyota, Audi e Volkswagen, entre outras, reforçam seus investimentos no país visando os dois lados do peso novo.

Um é enviar para a América do Norte. O outro lado é atender os mercados latinos do sul. Só a Volkswagen, por exemplo, conta com 14 mil pessoas em Puebla, que produz 600.000 carros por ano e é considerada a maior planta fora da Alemanha. Mas ela já está lá há décadas.

As novas chegam de todos os tamanhos, pode ser de 150.000 – como da Audi, por exemplo ou 300.000 carros por ano, como da Kia Motors. A Renault-Nissan ampliou tanto Aguascalientes que tem espaço até para a Daimler. E isso é apenas para fazer carros Mercedes-Benz e Infiniti, o que não é novidade para o mexicano, no primeiro caso.

A Daimler tem quatro fábricas no México e – para quem ainda duvida – produz também automóveis para o mercado interno, assim como a BMW faz há muitos anos, sempre em parceria com investidores locais. Com todo esse “milagre mexicano”, como chamam essa atual fase do país, hoje as montadoras instaladas por lá exportam 80% do que fazem, sendo 75% para o NAFTA e o restante para América do Sul e Europa.

Mas o mercado interno também corresponde ao crescimento do setor. Em 2015, o mercado mexicano consumiu 1,34 milhão de veículos, superando Espanha e Austrália e se posicionando em 13º. Com 122 milhões de habitantes e a renda média ainda muito baixa (confira aqui outra matéria sobre o tema), o volume anual é até interessante.

Se todos esses investimentos e a maciça industrialização do setor – onde falta até mão de obra especializada – conseguir reverter uma peculiar característica do país – os empregos informais são maioria porque pagam mais – o México poderá ver seu mercado interno crescer de forma mais expressiva nos próximos anos.

Agradecimentos ao Ricardo Rangel.

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