Na última quarta-feira, Renault e Nissan haviam anunciado um novo acordo sobre compartilhamento de patentes na aliança, mas agora as duas empresas deverão renunciar às propostas e voltar à mesa de negociações, segundo três fontes próximas do processo.

Na sexta-feira, a televisão japonesa JNN revelou que o acordo fracassou e que as duas empresa decidiram renunciar pouco depois do acordo proposto, que permitiria à Nissan investir na empresa de carros elétricos da Renault em troca de uma reorganização societária.

A montadora japonesa quer reduzir o controle da francesa, que detém atualmente 43% das ações da Nissan, trazendo ambas para um nível de igualdade dentro da aliança.

Um dos pontos que complicam as negociações são os direitos de propriedade industrial, uma vez que a Renault quer ampliar seu negócio com a Geely, mas isso envolveria compartilhar parte da tecnologia da Nissan.

A japonesa teme uma transferência de patentes para a Geely, sendo a Nissan sócias de rivais chinesas da empresa de Li Shufu, como Dongfeng e Guangzhou Auto (GAC).

Como o processo se dará é o maior imbróglio na já complicada relação entre Renault e Nissan, onde a primeira separou suas operações de veículos a combustão daquelas envolvendo carros elétricos.

Com objetivo de aumentar o capital da nova empresa, a Renault propõe que a Nissan invista na Ampere, a empresa francesa que terá 10.000 funcionários e fabricará carros, sistemas, baterias e tecnologias para carros elétricos.

Para isso, a proposta da Nissan seria reduzir de 43% para 15% a participação da Renault na empresa, que detém 15% das ações da francesa.

Enquanto isso, a fusão de Renault e Geely na divisão de carros a gasolina/diesel/flex e híbridos (HEV/PHEV/FCEV), não teve a participação da Nissan na sociedade, mas carros da marca e da Mitsubishi seriam fabricados pela nova empresa.

Mesmo a Mitsubishi não entrou na fusão, mas assim como a Nissan, a japonesa considera a Ampere como um investimento. Sobre a renúncia, as duas empresas não comentaram.

[Fonte: Reuters]