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Carro da semana, opinião do dono: Corolla XEi 1.8 AT 2002

Prezados amigos do N.A, cá estou eu Gabriel, mais uma vez, me aventurando pela coluna “Opinião do Dono”.

Depois do relato sobre meu Mitsubishi Lancer, venho trazer para a leitura de vocês um relato de minhas experiências com meu segundo carro, um Toyota Corolla XEi 1.8 16V Automático, ano 2002. Desde já, agradeço o espaço cedido e espero que tenham uma leitura divertida.

Tal qual no relato anterior, acredito ser interessante iniciar com os detalhes técnicos, para definir bem o produto do qual estamos falando e tirar nossas perspectivas iniciais. Esse pequeno sedan japonês (fabricado no Brasil desde 1998, na fábrica de Indaiatuba – SP) conta com o motor 7AFE (antecessor do 1ZZ, que equipou novos Corollas e Celicas), acomodando 4 cilindros em um bloco de ferro, com cabeçote de alumínio.

O propulsor deste Corolla também é “quadrado”, com medidas quase iguais de diâmetro dos cilindros e curso dos pistões (85mmx81mm). Porém temos soluções mecânicas que refletem a época de desenvolvimento deste motor: distribuidor central ao invés de bobinas individuais, correia dentada ao invés de corrente e TBI mecânica ao invés de eletrônica. Tudo de acordo com os anos 1990, onde ele teve seu auge.

São até 116 cv e aproximadamente 16 kgfm de torque, que combinados a um câmbio automático rústico, até que empurram bem o conjunto, não deixando nada a desejar em saídas de sinal.

Em certas situações, o Corolla arranca melhor que meu Lancer, devido ao uso do câmbio CVT no sedan da Mitsubishi. A escolha da transmissão na Toyota poderia ser entre um competente câmbio manual de 5 velocidades ou uma caixa automática de 4 marchas. Como sou preguiçoso e queria um carro prático, optei pela versão sem pedal de embreagem.

A suspensão do Corolla reflete o conceito de durabilidade que a Toyota viria a adotar por décadas seguintes: Braços independentes na frente e eixo de torção na traseira. Não é o ideal em termos de dinâmica, mas faz o seu contraponto em robustez. Tanto que até a penúltima geração do carro, esse era o padrão adotado, mesmo com novas tecnologias disponíveis na concorrência (Civic e o próprio Lancer tem braços independentes na traseira).

Por fim, os freios são discos na dianteira, e diminutos tambores na traseira. Nessa geração somente a versão topo de linha SE-G vinha com ABS. No dia a dia, dirigindo com cautela e respeitando os limites do carro, a condução é prazerosa e a ausência do ABS não causa sustos, desde que se saiba frear carros mais antigos.

O design deste sedan reflete a sobriedade que a Toyota tentava ter em seus projetos, com uma linha de cintura bem reta, poucos vincos, traseira baixa e nenhum ar de esportividade. Até houve uma tentativa de modernizar o carro, deixando o Corolla mais europeu (ocasionalmente algumas unidades podem ser vistas aqui no Brasil) com faróis redondos e setas separadas. Inclusive, havia variações de carrocerias nesta plataforma AE110, com a presença da Station Wagon e do Hatchback, além de facelifts que não chegaram aqui.

Este Corolla europeu hatch provavelmente muitos irão lembrar, pois foi base para o carro de rally da Toyota no WRC, com aquela pintura Castrol verde e vermelha, que estreou em jogos como na franquia Gran Turismo. Um carro potente, 4×4 e movido por um 2.0 Turbo derivado da família FE.

Contudo, voltando ao mero sedan nacional…

Se no lado de fora a impressão é de praticidade, sem muita ousadia, no interior o design segue a mesma filosofia. Os plásticos e couros são beges e os acabamentos em tons de cinza, com formas tradicionais.

Porém, algo que se nota logo de início: Como os anos 90 eram melhores em termos de qualidade construtiva. Material macio em lugar do famigerado plástico rígido, couro em todas as portas, volante com boa empunhadura e costuras grossas, além dos bancos que parecem poltronas de casa de tia. Uma espuma macia, que afofa feito um travesseiro ao encostar. Nem de longe promoveria a segurança ideal em curvas, mas esta nunca foi premissa do sedan: o Corolla era um carro executivo, para passear com a família.

Outro ponto de destaque é a grande área envidraçada, que proporciona excelente visibilidade no dia a dia. Contudo, como estamos acostumados com as colunas largas dos carros atuais, é possível se sentir exposto no interior, principalmente pensando em termos de segurança.

Mas esse amplo campo de visão, associado ao peso quase inexistente da direção (que mais parece elétrica), torna o Corolla bom para manobras. Isso traz outro ponto de questionamento: Como os carros ficaram maiores e mais pesados com o tempo!

Tudo nesse carro é pequeno (até o clássico reloginho digital). Os espelhos retrovisores medem aproximadamente um palmo, os botões e dials se perdem na mão. As chaves de seta e limpador são finas. Não existe feedback sensorial que temos hoje em dia, pois tudo é leve e até meio frágil. Se compararmos este carro (que era um sedan médio) com um Volkswagen Virtus (sedan derivado de compacto), a nova geração parece uma limousine de Las Vegas.

Interessante perceber esse contraste prático, pois ao mesmo tempo em que ganhamos em robustez e espaço interno, perdemos os pequenos prazeres de manobrar carros leves, que aceleram e mudam de direção num piscar de olhos. E se tem algo que os anos 90 nos deram, foram carros ágeis.

O Corolla nunca foi um nome 100% associado com diversão, eu sei. Mas a experiência de ter pleno torque em baixas rotações, fazer curvas sentindo o asfalto, conseguir enxergar tudo ao redor e ainda sentir o efeito “panqueca” de um carro retilíneo, plano ao solo, trazem sorrisos no trânsito. São coisas que os donos de crossovers, cheios de auxílio eletrônico, nunca sentirão. E está tudo bem, nem todo mundo quer ouvir ronco de motor ou barulho de pneus aro 14.

Se de um lado a experiência se demonstra divertida, o que fora inesperado, por outro temos uma condução limitada pelo gasto de combustível. Economia não é o forte desse conjunto: O motor funciona gordo, com mistura prioritariamente rica a maior parte do tempo.

No último relato, os colegas nos comentários entenderam que meu uso em vias expressas seria considerado rodoviário. Pois bem, nesses mesmos trechos, onde o Lancer usa do coasting para chegar a 13Km/L, o Corolla consegue no máximo 10Km/L. Em ciclo urbano, com ar ligado e parando em sinais, a média de consumo despenca para em torno dos 7Km/L.

Aproveitando para abordar a manutenção: O carro já superou a barreira invisível dos 100.000km rodados. Foi realizada recentemente a revisão condizente com essa quilometragem, que engloba: troca de óleo e filtros, velas e cabos de vela, bateria, óleo do câmbio, limpeza de bicos injetores e lubrificação de buchas e dobradiças. Tudo em caráter preventivo, pois não havia nenhum indício de problemas na mecânica Toyota. Nem um vazamento sequer. Não é atoa que esses carros são utilizados severamente ao redor do mundo em condições adversas: desde táxi na Índia a frota do Estado Islâmico no Iraque.

Veredito: O Corolla é um carro que sempre teve a habilidade de servir a qualquer tipo de uso. A plataforma AE110 é robusta e consistente, com espaço suficiente para alguns adultos e com um bom porta-malas. Para uso diário em cidades atoladas de trânsito, compre um com câmbio automático nas versões XEi ou SE-G (que adiciona o ABS e piloto automático – cruise control).

Mas se você busca melhor desempenho e consumo, opte pelo câmbio manual. De todo modo, terá um carro funcional que não dará grandes transtornos, desde que respeite sua mecânica, utilizando de revisões periódicas e peças de qualidade. Comparado aos concorrentes, o sedan da Toyota se mostra como melhor opção (principalmente por não ter tantas buchas e vazamentos como o Civic de mesma geração).

Não existem relatos de problemas crônicos neste carro e, em observação, não recomendo que sejam utilizados os serviços de concessionária (devido falta de intimidade com o modelo e preços abusivos praticados).

No mais, vida longa aos Corollinhas.

Por Gabriel Monico

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