A remessa de lucros e dividendos das montadoras e autopeças para suas matrizes no exterior caiu 57% no primeiro semestre. O fluxo de dinheiro saindo do país para os controladores estrangeiros foi de US$ 150 milhões.
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No mesmo período, em 2020, foram US$ 351 milhões remetidos pelas filiais brasileiras. Com a pandemia e os efeitos no mercado, assim como posteriormente na produção de veículos com a falta de semicondutores, afetou o caixa das empresas.
Osmair Garcia, consultor especializado, diz que o setor automotivo “enfrentou paralisações e limitou a oferta de modelos na distribuição, nos fornecedores, que viram os pedidos diminuírem no período, e no mercado de veículos, que ainda tenta recuperar os volumes”.
Com baixa lucratividade registrada por alguns players importantes do mercado, o setor já não flui tanto dinheiro para fora como há quase 10 anos, quando o Brasil era visto com bons olhos pelos fabricantes, dados as remessas bilionárias enviadas pelas filiais.
Nesse período, mesmo com a crise mundial, empresas como a GM eram independentes financeiramente de suas matrizes e ainda remetiam grandes lucros para as sedes.
No caso da General Motors, isso não foi suficiente para ajudar a salvar a companhia, resgatada pelo governo americano. Mais recentemente, a montadora teria reportado um prejuízo bilionário no país e até cogitou sair.
A Ford, contudo, escondeu uma conta de R$ 60 bilhões e de uma hora para outra, fechou três fábricas no país, encerrando inclusive a Troller e dispensando 5 mil pessoas. Ela já havia fechado Taboão, no ABC paulista, pouco antes.
Também vendo que ações do passado lhe trouxeram problemas, a Renault reconheceu que apostar em volume foi um erro e viu suas margens caírem o suficiente para ser obrigada a mudar de planos para evitar o pior.
Além disso, a Mercedes-Benz não aguentou (pela segunda vez) atuar como fabricante de automóveis no Brasil e fechou sua planta de Iracemápolis-SP. A Audi também jogou a toalha, mesmo usando uma fábrica da VW.
Com o mercado descendo a ladeira antes da pandemia, com a chegada do coronavírus, o setor trancou investimentos conforme suas fábricas iam parando pela contaminação. Hoje, parte delas está parada pela falta de chips.
Diferente da Covid-19, que arrefeceu com a vacinação e permitiu a reabertura da indústria, a falta de semicondutores é uma “doença” que parece durar mais, dadas as previsões mais recentes do setor.
Com isso, as filiais terão de reter o máximo de dinheiro para manter suas operações ou seguirão a Ford num caminho sem volta…
[Fonte: AB]
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