A Nissan vai retomar a produção de veículos nesta quarta (24) em Resende-RJ, porém, a marca japonesa reiniciará seus trabalhos com 16% menos do quadro funcional, já que 398 empregados foram demitidos.

Com esse corte, a Nissan se torna a primeira montadora no Brasil a demitir após a quarentena em decorrência do coronavírus. No complexo, onde trabalhavam 2,5 mil pessoas, a empresa produz os modelos March, Versa e Kicks.

Embora tenha sido a primeira, a Nissan não deve ser a única do setor, já que a expectativa é que 2020 feche com uma queda de 40% nas vendas de veículos e isso se refletirá diretamente nos postos de trabalho.

De acordo com a montadora, a dispensa de quase 400 empregos e o retorno às atividades com apenas um turno de trabalho, foi a medida adotada “para garantir a sustentabilidade do seu negócio no País e a travessia deste momento de adversidade”.

As demissões foram feitas com base na projeção do mercado para este ano, levando em considera a queda abrupta nos emplacamentos. O turno único se deve a adequação da produção à demanda de mercado, que está reprimida pela pandemia e seus efeitos econômicos.

Localmente, o sindicato teme novas demissões, visto que não houve negociações, embora a montadora afirme que não haverá novas dispensas.

De qualquer forma, a sensação de insegurança dos trabalhadores da Nissan em Resende é um reflexo do que ocorre na economia brasileira.

Com a falta de confiança no futuro, ou seja, na manutenção dos empregos, os consumidores retardam seus planos para um momento ainda não vislumbrado, o que afeta diretamente sua intensão de compra.

No mercado automotivo, isso é um dos piores cenários, visto que os compradores retraídos pela possibilidade de perda de renda ou emprego, retardarão seus gastos com compra de um carro novo. Dependendo da situação, até mesmo o usado ficará em segundo plano.

[Fonte: Estadão]

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