Em busca de uma saída para a crise, a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi decidiu dividir a liderança global nas operações das três montadoras. O escândalo de Carlos Ghosn, mais a pandemia de coronavírus abalou a união, cuja divisão das tarefas envolverá também o Brasil.

Nesse caso, cada uma das empresas atuará mais nas regiões onde tem maior influência. Isso não significa que as demais marcas sairão de cena, pelo contrário, continuarão nas mesmas regiões, só que a liderança na estratégia local passará para a marca mais forte.

Assim, a empresa-líder da aliança definirá as estratégias de marketing e produto na região, definindo quais produtos devem ser lançados e seu posicionamento no mercado. O privilégio ficará para a marca-líder, ficando as demais sob seu julgo nesse aspecto.

Então, dentro da aliança, a Renault liderará as estratégias na Europa, Rússia, Norte da África e América do Sul, incluindo o Brasil. Apesar disso, a Nissan – na União Europeia – comandará o desenvolvimento de SUVs compactos, mas apenas após 2025.

A Nissan ficará responsável pela América do Norte, China e Japão. Já a Mitsubishi liderará no Sudeste Asiático e Oceania, mas a Índia não é citada no anúncio da aliança. Estas duas colaborarão no desenvolvimento de kei cars.

Para nossa região, a aliança disse o seguinte: “Na América Latina, as plataformas de produtos B serão racionalizadas, evoluindo de quatro variantes para apenas uma para os produtos Renault e Nissan. Essa plataforma será produzida em duas fábricas, cada uma produzindo para Renault e Nissan.”

Ou seja, as bases usadas pelos Nissan March/Versa/Kicks, Renault Logan/Sandero/Duster/Oroch, Renault Kwid e Renault Kangoo, terão apenas uma única plataforma, que naturalmente será a CMF, mas isso será a longo prazo.

O México é parte da América do Norte nesse caso e fica com a Nissan. Já as duas fábricas, presumivelmente devem ser Curitiba e Resende, apesar das unidades na Argentina e Colômbia.

Em nível global, as tecnologias seguem de outra forma. A Renault comandará o desenvolvimento de plataformas de conectividade com base Android (exceto na China, onde a Nissan atuará com plataforma local) e arquitetura elétrica.

A Nissan tomará o desenvolvimento de condução autônoma e propulsão elétrica com extensor de alcance (ePower) e elétrica (Renault também). Já os plug-in ficarão com a Mitsubishi, mas nos segmentos C e D.

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