Durante reunião realizada nesta quarta-feira, 22, no auditório do Hospital Universitário (HU), o Ministério Público Federal (MPF) através do procurador Ramiro Rockenbach, solicitou aos representantes da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), criada pelo Governo Federal para gerir os hospitais universitários, que o contrato firmado com a Universidade Federal de Sergipe (UFS) seja suspenso.

No momento da audiência, o auditório ficou pequeno para a quantidade de professores, técnicos administrativos e profissionais da área de saúde que se posicionaram contrário ao gerenciamento da EBSERH, uma vez que pode gerar a privatização do serviço no Hospital Universitário.

De acordo com o procurador da República, Ramiro Rockenbach,  caso a suspensão não ocorra, a única alternativa será ajuizar uma ação. “O MPF entende que todo esse processo que esse contrato desencadeia deve ser suspenso pelo menos por algum tempo para que esse debate se amplie e para que os esclarecimentos sejam realizado, porque se não for assim, o MPF não vê outra alternativa que não aquela de acionar a questão e levar ao poder judiciário. A saúde no estado vive uma situação cada vez mais grave e o MPF durante a semana vem firmar a posição, e se for o caso, tomará as medidas judiciais já na semana que vem porque a população de Sergipe não pode esperar mais”, diz.

No momento da audiência, o procurador fez a solicitação ao representante da Empresa para que o contrato com a Universidade Federal possa ser cancelado.

Para o coordenador de desenvolvimento de Pessoas da EBSERH, Wilson Iglésias Gomes, solicitação essa que deve ser tomada pela presidência da Empresa.  “Eu não tenho autonomia para tomar decisão nenhuma, isso é uma decisão de diretoria executiva, então eu posso levar isso para a presidência e o próprio reitor devera conversar com o presidente da empresa e tomar uma decisão.

O reitor da Universidade Federal de Sergipe, Angelo Roberto Antoniolli, esteve presente durante a audiência, e quando indagado se foi pressionado a assinar o contrato, o reitor é enfático.

“A gente não é pressionado, a grande dificuldade é que o hospital universitário passava por dificuldades financeiras e humanas. Essas dificuldades emperram e dificultam muito o movimento de quem faz gestão pública. Não sei se esse é o melhor modelo, mas o modelo que nós tínhamos não servia para aquilo que acreditamos como serviço público de qualidade e atenção que a sociedade precisa”, afirma.