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Bastidores do Zoológico de São Paulo: Cozinha

Postagem feita em Outubro de 2010 no meu ex-blog, UrbAnimals

Sim, nós conseguimos! Vamos mostrar um pouco do que não é visto no Zoológico de São Paulo, o maior da América Latina. Conseguimos nos incluir em um grupo de visitação exclusivo para faculdades, e assim conhecemos a Cozinha do Zôo, e aprendemos um pouco sobre toda a estrutura necessária para manter os mais de 3.200 Animais que vivem ali.

E logo que chegamos no Parque, tivemos uma recepção incrível e inesperada, por parte de um casal de tucanos de bico verde (Ramphastos dicolorus), animais que vivem em vários biomas, incluindo a Mata Atlântica.

Essas lindas aves ainda são prejudicadas pela destruição de seu hábitat e por caçadores, mas felizmente se encontram longe da extinção, apesar de serem raros.


Foi um ótimo começo de passeio pelo Zoológico, ainda mais sabendo que outras espécies endêmicas como teiús, preguiças, tatus, bugios e gambás também poderiam ser avistadas.

Desde já, quero agradecer a todos que nos acompanharam na tão proveitosa visita:
- Meu professor de Biologia, Aleksej Kozlakowski Jr. e seu filho, Pedro Kozlakowski.
- Gabriela Goulart, amiga e futura veterinária.
- José R. P. Farah, grande amigo, sempre nos ensinando e aprendendo com a natureza.
- Marcus V. F. Farah, meu querido amigo, também futuro biólogo.

Um agradecimento especial ao meu querido pai, que organizou boa parte da visita, porém infelizmente não pôde ir conosco, e ao Colégio Elvira Brandão, que cuidou de tudo para que a nossa visita fosse autorizada.

Um abraço!






O caminho para chegar ao Setor de alimentação animal é bem agradável. A rua que nos leva até lá é envolta por árvores e plantas, bem ao estilo do Zoológico, fora o barulho dos animais que não estão expostos no parque. Lá conhecemos a cozinha, onde são preparadas as dietas de cada bicho, e para isso, o trabalho tem que começar bem cedo e ser muito bem feito. A cozinha do Zôo trabalha com algumas toneladas de alimentos por dia.
Calma pessoal, isso não é sangue! Logo na entrada da cozinha, há um pequeno afundamento que é preenchido por uma solução que tem como base o Iodo. Esse líquido serve para esterilizar os calçados de todos aqueles que entrarem na cozinha. Saúde e qualidade em primeiro lugar. São muitas mesas onde são montadas as bandejas de comida dos bichos. Todas elas são separadas de acordo com o tipo de animal a qual suas bandejas se destinam, e contam com alguns aparelhos de medição, corte e pesagem. Durante nossa visita, pudemos ver essas bandejas com carne, de vários tipos. Cada tipo tem propriedades diferenciadas, e podem ou não ser misturadas para serem consumidas por carnívoros. Principalmente para aqueles setores que exigem dietas especiais, como o setor veterinário, onde os animais estão se recuperando, existe esse 'cardápio-lembrete'. Nele está especificado a quantidade exata de cada alimento para cada animal. Animais debilitados e filhotes recebem uma atenção maior ainda da equipe do Zôo.
As bandejas são produzidas com base na dieta de cada animal. Alguns alimentos 'extras' são adicionados para complementar a alimentação dos animais. Por exemplo, um hipopótamo dificilmente comeria frutas e legumes na natureza, pois se alimenta basicamente de capim e gramíneas. Com a bandeja recheada de frutas, além de mais gostosa, a dieta dos bichos do Zôo fica ainda mais rica em nutrientes.


Como podemos ver, cada bandeja possui o nome do animal ou recinto ao qual se destina.


As frutas, legumes e vegetais que incluem cada bandeja estão sempre fresquinhos e protegidos até o momento de serem colocados nas bandejas para a alimentação dos animais. Várias caixas e redes guardam e protegem os alimentos na cozinha do Zôo. As carnes ficam congeladas.


Muitos dos alimentos que são dados aos animais são cultivados pela Fazenda do Zôo. A Fazenda existe desde 1982, com o objetivo de cultivar esses alimentos e criar algumas espécies. Está localizada entre os municípios de Sorocaba, Araçoiaba da Serra e Salto de Pirapora, e conta com uma área de 574 hectares. É responsável pela produção de cerca de 1.200 toneladas de alimentos por ano, destinadas aos mais de 3.500 animais do parque.

Como o Zoológico está localizado dentro de uma área de Mata Atlântica, a Fazenda é a principal alternativa para a reprodução de espécies. Algumas espécies como grande-kudu, oryx, waterbuck e zebra são criadas lá. Abaixo, um waterbuck no ZooParque Itatiba.

Cada animal necessita de uma dieta específica e balanceada, obtida através de pesquisas. Essas dietas são criadas pelos biólogos, e montadas na cozinha. Para complementar mais ainda a alimentação dos animais, são feitas as rações, que possuem nutrientes que dificilmente seriam obtidos pelo animal, seja no meio natural ou em cativeiro.


Um exemplo disso são os leões e as plantas. Se você pensou que é impossível um leão comer plantas, está enganado, mas a maneira que ele as ingere no meio natural não é nada convencional. Os leões abatem grandes herbívoros nas savanas, e quando devoram suas vísceras, ingerem junto a quantidade de vegetais que nelas estavam. É dessa maneira que os leões retiram as fibras de que precisam, afinal, é muito raro ver um leão comendo grama.

 
Leão dormindo, Zoológico de São Paulo.

Agora, como será que um leão faz para ingerir a quantidade de nutrientes necessários provenientes de vegetais em cativeiro, já que só são alimentados com carne? A resposta é simples e multivitamínica: ração. Enriquecida com vitaminas e minerais, a ração balanceada fabricada no Zôo, geralmente feita tendo como base o milho, é mais que um complemento na alimentação desses animais. Uma variedade enorme de ingredientes são usados em sua fabricação.



Há rações de todos os tipos e para todos os animais, desde a ração que é comprada no Zoo Safari que serve tanto para avestruzes e macacos quanto para veados e girafas, até a específica para tucanos, por exemplo.


 


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