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Sustentabilidade em tempos de crise

Centro Sebrae de Sustentabilidade, em Cuiabá, incentiva boas práticas
Foto: Divulgação/CSS

Por Jéssica Ferrari*

Recentemente, em uma conversa, ouvi de um amigo empresário que sustentabilidade não existe em tempos de crise. Fiquei curiosa para entender o seu ponto de vista, e fui investigando para compreender ao centro da questão. Na visão dele, é inviável pensar em futuras gerações se não somos capazes de garantir a nossa própria sobrevivência. “A conta de energia está apertando o meu lucro, os clientes mais inseguros e comprando menos. Vemos desemprego e empresas fechando as portas. Como pensar em sustentabilidade em um momento desses?”, indagou.

Pois bem. Assim como ele, penso que outros empresários devem se fazer essa mesma pergunta.

O jornalista ambiental Dal Marcondes resumiu muito bem o atual cenário que vivemos. “Sustentabilidade é uma das alternativas mais fortes para a superação da crise econômica!”, comentou por meio de uma rede social. E, de fato, esta colocação não poderia ser melhor.

Uma pesquisa desenvolvida pela Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade (Abraps) em parceria com a consultoria Deloitte mostrou que a maioria das empresas manteve ou aumentou o investimento em sustentabilidade em 2015. A justificativa é que o profissional de sustentabilidade é visto de forma mais estratégica em tempos de crise. Ele é o responsável por apontar o caminho para a empresa reduzir desperdícios, buscar alternativas mais eficientes e enxugar seus custos.

Outro estudo realizado pela consultoria americana A.T. Kearney, referente à crise de 2008, apontou que empresas “seriamente comprometidas com a sustentabilidade” superaram a média do mercado nos meses de intensa crise financeira. Dos 18 setores estudados, 16 apresentaram resultados melhores que a média quando empresas tinham um comprometimento sério com a sustentabilidade. Além disso, mostrou que as práticas sustentáveis afetam positivamente o desempenho financeiro. Isso porque empresas que possuem o foco longo-prazo da sustentabilidade (geralmente motivada por motivos ecológicos ou sociais) também são mais sensatas para gerir riscos e inovam com mais frequência.

É importante lembrar que a sustentabilidade não acontece apenas em grandes empresas. O Centro Sebrae de Sustentabilidade, unidade de referência no tema, mostra centenas de casos de empresários de pequenos negócios em todo o Brasil, que colocam em prática vários níveis de soluções. Afinal, nem sempre é preciso investir recursos financeiros. Várias iniciativas são comportamentais, como identificação de desperdícios, treinamentos de funcionários, formas mais eficientes de fazer um processo ou até mesmo a decisão de comprar em fornecedores locais.

É claro que você pode precisar de recursos financeiros para outros investimentos em sustentabilidade. Para isso, é muito importante prestar atenção em todo o ciclo produtivo. Quais são os seus pontos fracos? Utiliza muita energia ou água? Onde estão os desperdícios? As matérias primas para fabricação ou prestação de serviços são poluentes? Existem alternativas para produzir com menor impacto e de maneira mais econômica? Se não, como sua empresa irá mitigar esses impactos?

A partir da identificação do ponto fraco da empresa, é possível começar a perceber as melhores e mais lucrativas iniciativas. E também as formas de conseguir recursos para colá-las em prática. Vale a premissa: você só pode mudar aquilo que conhece. A soma de iniciativas comportamentais e tecnológicas rendem excelentes resultados.

Uma dica é o novo material produzido pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade: 16 infográficos que apontam dicas para áreas críticas da empresa, onde o empresário deve ter mais atenção para incluir práticas sustentáveis. São áreas como planejamento estratégico, gestão financeira, gestão de pessoas, uso eficiente de água, energia, chegando até à comunicação com o cliente. Passo a passo, tudo gratuito.

O mais importante é perceber que a sustentabilidade não acontece da noite para o dia. É um processo contínuo, onde cada pequena mudança conta muito! Você deve ser capaz de perceber o ponto mais crítico para decidir por onde começar. Os resultados valem muito a pena! Para sua empresa, para a comunidade e para uma melhor qualidade de vida no ambiente onde vivemos. Mãos a obra!

*Jéssica Ferrari é analista do Centro Sebrae de Sustentabilidade.




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