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Cocielo e Whindersson ensinando contra discriminação


Nas duas últimas semanas, Dois dos youtubers brasileiros com maior número de inscritos em vlogs, Júlio Cocielo e Whindersson Nunes, tiveram atos de discriminação e têm muito o que ensinar com suas atitudes. Cocielo comentava quase aleatoriamente o que julgava engraçado nos jogos da Copa do Mundo da Rússia quando fez um comentário racista sobre um jogador. Foi criticado (o Twitter é rápido para dar respostas), pediu desculpas mas seus seguidores desenterraram Mensagens racistas de anos anteriores, fazendo com que ele apagasse todas as mensagens deixando apenas um longo pedido de desculpas novo. Whindersson imitava um intérprete de Libras no Altas Horas. Surpreso com a reação negativa do que julgava ser piada, comprometeu-se publicamente a aprender Libras e não fazer mais isso. Deixo os vídeos de desculpas dos dois para comentar mais em seguida. 






No 1o vídeo, Júlio Cocielo levanta dois aspectos relevantes. É comum que Youtubers não estudem além dos aspectos técnicos de som e vídeo para seus canais, por vezes com cursos de e-commerce, mas sem leituras sobre a sociedade. Comentários do dia a dia com roteiros leves são a marca de ambos. Assim, faz sentido quando ele afirma que foi racista, escrevia o que foi desenterrado de anos atrás com 15, 16 anos de idade. Agora, manifestava-se sem escolher bem as palavras fazendo vergonha para a família, os amigos (sempre deixa seguidores para depois) por precisar entender melhor o que era racismo. Agradece àqueles que pararam para explicar em comentários e pessoalmente onde ele errou. 

No 2o vídeo, após as piadas que foram consideradas por surdos e militantes de direitos de pessoas com deficiência como ridicularizar a língua dos sinais, perceba o empenho de Whindersson em usar sinais para se comunicar em diversos momentos do vídeo bem como alega a própria ignorância e necessidade de estudar o assunto durante o vídeo.

São duas confissões com honestidade, reconhecendo não apenas erros mas que não conheciam o assunto e precisavam melhorar como pessoas. Apenas podemos melhorar nossa convivência social partindo desses pressupostos para combater preconceitos. Condená-los on-line como imperdoáveis e para sempre preconceituosos seria retroceder para marcas gravadas na pele como com feiticeiras medievais. Superamos essa fase, pelo menos assim espero.

Porém, com a popularização das redes sociais e considerando que a massa da audiência deles é bem jovem (e milhões de pessoas) é preciso ter cautela com o hábito que surgiu de garimpar mensagens antigas. Isto beira a fake news, pois ficam fora de contexto, mensagens rápidas normalmente do Twitter, sem saber o que estava no fluxo de pensamento do momento, a idade, a escolaridade, como diria Cocielo a estupidez naquela época presumindo que não amadureceram nada em anos. 

O jornalista Gilberto Dimenstein tentou crucificar um terceiro youtuber, garimpando uma mensagem supostamente misógina de Felipe Castanhari de seis anos atrás. Seis anos. Não encontrou um vídeo, um textão de Facebook, uma entrevista, nada recente com texto completo? Informou, uma vez que se orgulha de ter 40 anos de jornalismo, em que contexto a imbecilidade fora dita? Para fazer papel de jornalista, falou com Castanhari antes de publicar, sobre o que ele pensa daquilo? Nada. Assim, banaliza com péssima abordagem um assunto que é muito sério e legitima uma prática que desinforma, de procurar frases isoladas, fora de contexto e do seu tempo.

Como ele muitos outros se manifestaram usando buscas no histórico e condenando quem correu para apagar todo o próprio histórico. Isso não é condenável, apagar mensagens passadas, há aplicativos simples e gratuitos que fazem isso. É medida até de segurança, para não deixar rastros sobre os próprios hábitos, informações valiosas para hackers. Para quem começou a escrever ou gravar vídeos com pouca ou nenhuma responsabilidade e hoje fala para milhões, é amadurecimento apagar as mensagens do começo, quando não pensava antes de falar. Quem quiser considerar que o motivo seriam contratos publicitários, o medo de perdê-los, Felipe Neto, sobre o mesmo assunto, informou que todos os youtubers com mais visibilidade no país (citou a si mesmo, seu irmão, Resende e outros exemplos) não têm patrocinadores mas apagam, sim, as mensagens, porque não vão ficar se responsabilizando em se explicar sobre opiniões que não defendem mais. Justo.

Deixo, por fim, mais dois vídeos com reflexões pertinentes sobre o assunto, de dois youtubers que não têm o mesmo perfil dos dois anteriores, temáticas bem distintas (um canal sobre tecnologia e outro de divulgação científica) que pararam para refletir sobre a responsabilidade no ambiente onde trabalham.






É preciso, portanto, seja fazendo humor seja com crônicas do cotidiano, perceber que falamos para o mundo quando orbitamos espaços virtuais. É preciso pensar no outro, em quem recebe aquela informação, bem como entender os fatos que comentam, para evitar constrangimentos e atitudes criminosas como o racismo.


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