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Sobre Alagoas e os Alagoanos

Fonte: SEBRAE de Alagoas


Há uns meses, o amigo Chico Rosário pediu que eu escrevesse para ele o que não poderia faltar, sociologica e antropologicamente, na orientação para empresários de outros estados que quisessem investir em Alagoas. Foi uma oportunidade valiosa para mim, quando pude lembrar dos anos como orientador do Programa ALI do SEBRAE no Estado. Como ele publicou em seu blog nessa semana, segue por aqui, também, o conteúdo.

Foi assim:

É difícil escrever sobre o comportamento do alagoano. O plural no nome do estado é dúbio e explica o problema, afinal “Alagoas” deveria ser explicado não pela estrutura lacunar do estado, mas pela pluralidade de perspectivas possíveis. O alagoano é um coletivo.
Este é o estado com o maior número de manifestações de cultura popular catalogadas em todo o Brasil. Isto mostra como seu povo precisa se expressar de diversas formas. A ideia econômica e política de microrregiões auxilia mais do que a simplicidade de dividir Zona da Mata, Agreste e Sertão, mas esta tríade é um bom começo.

É um grande mito tentar lidar com Alagoas como se fosse um estado voltado para o mar. São poucas as Cidades litorâneas e mesmo entre elas uma área física pequena de cada uma encontra-se próxima ao mar. Há uma vida inteira sem conexão com as praias na periferia da capital e em boa parte das demais cidades. A vida comercial de Maragogi não depende das praias, mas a procura nacional por seus resorts cria esta ilusão. Do mesmo modo, a preservação histórica de Marechal Deodoro está mais próxima da vida econômica da cidade do que a sazonal relevância da praia do Francês.

Falando mais sobre a capital, Maceió possui um vivo comércio em seus bairros mais populosos que se separa muito da rotina entre shoppings e praias. A periferia da cidade, entre conjuntos residenciais, favelas, grotas possui uma vida paralela às propagandas oficiais do turismo da cidade que volta toda a cidade para um ilusório “paraíso selvagem” em Alagoas. A instabilidade de pontos comerciais com negócios se encerrando em pouco tempo na área litorânea não tem algo semelhante nestes outros bairros, que têm autossuficiência e identidade bem definidos por seus moradores. 
A zona da mata tem subdivisões, bem como o agreste e o sertão o têm, não mais com a mesma imagem da caatinga de Graciliano em “Vidas Secas”, mas com cidades com distinções em seus hábitos que precisam ser reconhecidas. O grande fluxo de moradores que estudam em cursos superiores na capital e nas principais cidades do estado já é uma rotina há anos, mudando o imaginário coletivo das cidades. A mudança é lenta em muitos aspectos da vida privada, da organização familiar, mas perceptível no surgimento de novas necessidades e ideias.

O desenvolvimento de Alagoas passa, necessariamente, por não padronizar seu povo como uma unidade, mas perceber sua pluralidade de identidades internas e atendê-las separadamente. 


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