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Miguel Sousa Tavares: Duas caras, Dois Pesos e Duas Medidas


De Lenny Hannah 

Miguel Sousa Tavares, já sei e já percebi qual é a sua preferência política; quase que compreendo a sua aspereza mas não entendo a sua postura vulgar e tendenciosa em relação a tudo que seja adverso à sua visão. Não vou aqui entrar em grandes detalhes e descrever a sua ordineirice e desrespeito por si exibidos quando gratuitamente cospe no voto das pessoas que elegeram o senhor Trump e o Capitão Bolsonaro. Mas, francamente, que foi aquilo que se passou na entrevista ao primeiro ministro António Costa e ao vice-presidente do sindicato dos motoristas de produtos perigosos?

Double Face

Sousa Tavares e o jornalista de serviço deram carta branca ao primeiro ministro para fazer um comício em directo na TV Kitsch: foi-lhe permitido repisar, tornar a repisar e repisar ainda mais os seus “sucessos” e rigor orçamentais, a pureza da sua consciência política, a sua responsabilidade perante o mundo exterior.

Os dois estavam tão babados pelo discurso directo do premier que nem sequer o questionaram sobre o significado de ser uma felicidade os portugueses desconhecerem o valor de €360 milhões.

  • Tiveram a chance de o fazer confessar que mentiu quando afirmou que o seu governo poria um ponto final na crise
  • Tiveram a chance de o fazer confessar que Portugal não tem poupanças para poder suportar a mínima turbulência financeira
  • Tiveram a chance de o fazer confessar que o seu governo não sabe gerir os sindicatos. Sim, não basta que um direito esteja consagrado na Constituição, nem sequer bastam as reuniões anuais de concertação social – tão arcaico – é preciso ter jogo de cintura para negociar com os sindicatos
  • Tiveram a chance de o fazer confessar que não há dinheiro nos cofres portugueses para mandar cantar um cego
  • Tiveram a chance de lhe dizer que ele não dá ultimatos aos votantes do PSD, CDS, PCP, Verdes e Bloco de Esquerda
  • Tiveram a chance de lhe lembrar que foi ele que quis governar sem um mandato claro do povo português, portanto que fique e dance conforme a música; pois não lhe assiste o direito de abandonar o barco quando a maré não está de feição.

Pronto, já vi tudo: é ponto assente que estamos mesmo a caminho do socialismo - sistema no qual o cidadão não deve questionar sobre nada aos Maduros de Portugal, pois eles é que sabem o que o cidadão precisa. Por isso, os seus representantes/procuradores que estão instalados em todos os quadrantes da sociedade portuguesa bombardearão com críticas ferozes os chefes de estado de países estrangeiros; manipularão o povo até que este ache que ser pedinte como um qualquer cubano ou venezuelano é a coisa mais natural do mundo.

Do modo como o logro está instalado em Portugal, os portugueses vão achar melhor emigrar para os musseques de Luanda ou para o bairro da lixeira em Maputo; já faltou mais.

Dois Pesos e Duas Medidas

A gota d’água na insídia de Sousa Tavares, foi quando se atirou ao representante do sindicato dos motoristas de produtos perigosos; a pouca vergonha bateu qualquer registo da decência quando capciosamente [“Como pode você ser vice-presidente dos motoristas, se você nunca conduziu um camião?” (Sousa Tavares in jornal das oito, dia 6 de Maio de 2019)], subitamente o jornalista e Sousa Tavares estavam a defender a ANTRAM (a associação do patronato).

Foi surreal, eram como se estivessem a dizer aos camionistas “Deixem-se de fitas, vocês ganham mais que a maioria dos portugueses se considerarmos as alcavalas auferidas pelos motoristas!”; nem uma vez olharam para o ponto de vista dos camionistas de matérias perigosas - que como bem indica o nome, perigoso.

Se um destes homens tem um acidente, morre queimado ou fica inutilizado com o salário base de miséria (€630), como ficará a sua família? Em caso de morte, vai a família viver com uma pensão de quanto? Em caso de incapacidade qual será a pensão desta família? Em Abril, fui tratar de um assunto a Portugal e ouvi uma almeida (varredora de rua) dizer à sua colega o seguinte “Se eu e o meu marido ganhássemos cada um €1.000; que feliz eu seria!”

Caramba, o Etnias (desde o governo de Pedro Passos Coelho) vem advogando que o salário mínimo em Portugal seja €1.000. A almeida não me conhece e quase que juro que não lê o nosso blogue, mas parece que a nossa ideia fixa é boa, então sugiro ao patronato (ANTRAM) que ofereça os €1.000 de salário base, podendo todo o resto ser negociado calmamente. Logo, por favor, despachem-se a chegar a um acordo e devolvam um pouco de paz a Portugal.

Até para a semana 

(Imagem: Miguel Sousa Tavares[Ed] via Google Imagens)

[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society™ (Grupo ao qual o Etnias pertence). © 2009-2019 Autor/a(es/as) TODOS OS DIREITOS RESERVADOS]


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