BARCELONA, 15 Jun (Reuters) – Vinicius Jr, do Real Madrid, presidirá um comitê antirracismo especial da Fifa formado por jogadores que proporá penalidades mais duras para comportamento discriminatório no Futebol, disse o presidente Gianni Infantino nesta quinta-feira à Reuters.

O atacante brasileiro Vinícius foi insultado racialmente pelos torcedores quando o Real Madrid jogou contra o Valencia em maio. Este foi o décimo incidente contra o jogador de 22 anos que a LaLiga relatou aos promotores nesta temporada.

Infantino disse à Reuters que, além das sanções disciplinares e competitivas, a Fifa tomará medidas legais contra infratores em países onde o racismo ocorre em partidas de futebol.

“Não haverá mais futebol com racismo. Os jogos Devem Ser interrompidos imediatamente se isso acontecer. Já chega”, disse Infantino em uma campanha antirracismo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na quinta-feira, depois de se encontrar com Vinicius e a seleção brasileira, que joga contra a Guiné no sábado, em Barcelona.

“Pedi a Vinícius para liderar este grupo de jogadores que imporá penalidades mais rígidas contra o racismo, que serão posteriormente implementadas por todas as autoridades do futebol ao redor do mundo.”

“Temos que ouvir os jogadores e saber o que eles precisam para trabalhar em um ambiente mais seguro. Levamos isso muito a sério.”

“Iremos impor penalidades muito duras e severas para acabar com o problema do racismo no futebol de uma vez por todas. Não podemos mais tolerar o racismo. Como presidente da Fifa, sinto que devo falar pessoalmente com Vinicius sobre isso”.

A LaLiga e a Federação Espanhola de Futebol (RFEF), as principais autoridades do futebol do país, estão sob pressão para fazer mais para combater o racismo depois que Vinicius recebeu apoio de todo o mundo após o abuso que sofreu em Valência.

No entanto, Infantino enfatizou que ações devem ser tomadas em todo o mundo para eliminar a discriminação no futebol e que as autoridades políticas e promotores locais de cada país também precisam ser mais resolutos no combate ao racismo.

“Infelizmente, o racismo não é um problema que existe apenas na Espanha. Existe em muitos, muitos outros países. Portanto, devemos tomar ações coletivas para combatê-lo em todo o mundo”, disse Infantino.

“Precisamos que os governos entendam que precisam educar as crianças (sobre racismo) na escola porque é uma questão social, mas também é uma questão de futebol.”

“Temos que parar os jogos, tomar medidas disciplinares e competitivas e tudo deve ser coordenado com as autoridades e governos locais”.

“Um ato racista é um ato criminoso… A partir de agora, a FIFA também entrará com ações judiciais junto às autoridades locais e se juntará a nós nas denúncias apresentadas ao judiciário local.”

“Você não pode mais tolerar isso. Precisamos da ajuda e apoio das autoridades porque os racistas devem ser identificados, presos e banidos para sempre de todos os estádios do mundo”.

“E não apenas nos estádios, mas também nas redes sociais. Também é muito grave e deve ser punido também”.

Reportagem de Fernando Kallas. Editado por Toby Davis

Nossos padrões: Os Princípios de Confiança da Thomson Reuters.