Estudo elogia Lagoa como a melhor escolha de Portugal para viver, abrindo portas a nova vaga de investidores e residentes
Lagoa espera atrair uma nova vaga de investidores e residentes depois de ter sido nomeada a “melhor comunidade para viver em Portugal” num estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia Comportamental (INTEC) e apresentado na Universidade de Coimbra na semana passada.
O Estudo, intitulado ‘A Qualidade de Vida nos Melhores Municípios para Viver’, foi aberto a qualquer comunidade em Portugal que quisesse participar.
Os municípios participantes (22 no total) foram então avaliados de acordo com 10 categorias: turismo; bem-estar; Segurança, Diversidade e Tolerância; Proximidade; economia e emprego; Educação e treinamento; identidade, cultura e lazer; mobilidade e segurança rodoviária; saúde; e urbanismo e habitação.
Esses critérios foram estabelecidos para determinar a “qualidade de vida” da mesma forma que a Organização Mundial da Saúde (OMS) a define como “a percepção de uma pessoa de sua posição na vida no contexto da cultura e sistemas de valores em que vive e em que eles vivem em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
Lagoa obteve a pontuação máxima em três categorias (‘Turismo’, ‘Bem-estar’ e ‘Segurança, Diversidade e Tolerância’), que garantiu ao Algarve o primeiro lugar à frente de Caminha, Bragança, Cascais e Pombal.
Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Lagoa, qualificou o prémio como um “presente antecipado”, vindo a poucos meses do 250º aniversário do municípioº Aniversário.
“Quem conhece Lagoa e vive aqui sabe os motivos que levaram a este prémio como o melhor concelho de Portugal”, disse Encarnação moradores. “No entanto, esta distinção não é um ponto de chegada, mas um ponto de partida.”
O autarca acredita que ainda há “muito a melhorar” em Lagoa e garante que a autarquia vai continuar a trabalhar para que Lagoa seja um local melhor para viver, trabalhar, estudar ou visitar.
Este esforço torna-se tanto mais importante quanto Luís Encarnação espera que o interesse pela Lagoa cresça após a publicação deste estudo.
“Lagoa já é um bairro muito apetecível para a compra de primeira e segunda habitação e uma zona com características que o diferenciam de outras comunidades”, disse Encarnação.
“No entanto, acho que mais pessoas estarão interessadas em investir e viver na comunidade”, acrescentou.
Oposição acusa conselho de “comprar estudos”.
Nem todos acolheram com agrado o voto de Lagoa como a melhor comunidade residencial de Portugal (segundo o estudo).
Figuras da oposição local foram às redes sociais questionar a validade do estudo, acusando a Câmara de Lagoa de “pagar 12.500 euros para comprar o estudo”.
Este moradores questionou Luis Encarnação sobre as alegações, que rejeitou com veemência.
“Essa é a oposição que infelizmente temos: sem imaginação, criticando tudo e todos e sempre subestimando Lagoa. Acho que a Lagoa e o povo da Lagoa merecem melhor”, disse, acrescentando que “o povo da Lagoa deixou claro o seu ponto de vista” nas últimas eleições autárquicas.
O prefeito passou a explicar o processo por trás do registro para o estudo.
“A participação no estudo implica o acesso a um relatório de benchmarking do governo municipal mediante o pagamento de uma taxa de inscrição, que foi a mesma para os vários municípios que participaram do estudo. No entanto, apenas Lagoa ganhou o prémio de Melhor Município para Viver”, sublinhou.
A Encarnação reiterou ainda que o estudo foi realizado pelo INTEC com base em inquéritos respondidos por milhares de cidadãos e coordenado pelo investigador Miguel Lopes da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, e que envolve municípios como Lisboa, Porto e Coimbra envolvidos.
Grandes projetos ainda em andamento
Com a atenção renovada que os resultados do estudo devem atrair para Lagoa, o moradores Luís Encarnação perguntou sobre alguns dos maiores projetos da comunidade que ainda precisam avançar.
A Marina de Ferragudo – uma obra que se encontra há mais de 15 anos na calha – continua paralisada à espera de decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé, disse-nos o autarca.
A razão para o impasse é um desacordo sobre a declaração de impacto ambiental do projeto. A CCDR Algarve (Comissão de Desenvolvimento Regional) considera que a declaração expirou porque o promotor não iniciou os trabalhos a tempo. Entretanto, o promotor defende que parte da obra já foi realizada e que a única razão pela qual a construção total não foi iniciada foi porque as autoridades responsáveis não criaram as condições para tal.
O projeto ficará parado aguardando decisão judicial.
Por outro lado, as perspectivas são melhores para o Match Lagoa – projeto de criação de um centro esportivo de alto rendimento em Lagoa, com campos de futebol, academia de ginástica de última geração, áreas de reabilitação e ciências do esporte e hotel.
Disse Encarnação, o projecto de arquitectura do centro desportivo já foi aprovado pela Câmara Municipal, que aguarda que o promotor apresente os projectos especiais, que depois serão apresentados, avaliados e, se tudo correr bem, aprovados.
No entanto, nenhum prazo foi anunciado.
Protestos de Alagoas Brancas ‘são legítimos’
Luís Encarnação também abordou a recente rodada de protestos que ocorreram em Lagoa contra os trabalhos de nivelamento em andamento no pantanal de Alagoas Brancas, um santuário natural para a vida selvagem.
Os munícipes que lutam há cinco anos contra o projecto juntaram-se a várias ONG, bem como ao partido político PAN, que impetrou uma liminar no Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé para impedir que os bulldozers destruíssem o que está à esquerda da pântano.
Enquanto Encarnação diz que os protestos são “legítimos”, ele continua defendendo que o conselho está de mãos atadas.
“Se as pessoas não estão felizes, elas têm o direito de protestar. Isso significa viver em uma democracia. No entanto, é importante entender que existem regras e leis que a comunidade deve seguir e promulgar”, disse o prefeito local.
“Existe uma decisão de 2009 do Tribunal Administrativo Central de Lagoa e plano de urbanização que dá legitimidade absoluta ao promotor”, disse Encarnação, acrescentando que o plano recebeu “polegares para cima” de todos os órgãos competentes, incluindo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), CCDR Algarve e do Instituto da Natureza e Conservação Florestal (ICNF) e esteve disponível para discussão pública em mais do que uma ocasião.
“Inverter este processo significaria não cumprir a lei”, explicou, acrescentando que se seguiriam várias consequências, incluindo uma indemnização multimilionária para o promotor, o que poria em causa a estabilidade financeira da comunidade.
Ou seja, os protestos em Lagoa podem continuar, mas o Conselho continua defendendo que não há nada que possa fazer neste momento para mudar o destino de Alagoas Brancas.
Pela Miguel Bruxo
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