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6 meses na Alemanha

Gente, vou ser clichê e falar que passou voando HAUAHAUAHUA

**** Alerta de publicação longa***** rs

Técnicamente completa 6 meses dia 09 desse mês, mas como eu acho que não vou conseguir escrever nessa data já estou fazendo o post comemorativo :), a verdade é que nem parece que faz tudo isso, quando eu olho pra trás e penso em tudo que a gente passou pra chegar até aqui parece que sei lá, faz algumas semanas só, talvez pq depois da notícia de que realmente iriamos nos mudar do Brasil nós tivemos tantos afazeres e tantas novidades que eu tenho a impressão que passou menos tempo.

E a saudade? cara, eu confesso que eu achei que ia ser mais fácil, e a real é que não adianta você ler o pessoal que mora fora falando que tem saudade, que é dificil, que você precisa superar muitas Coisas, você sempre acha que vai ser mais fácil, então pra mim o único jeito de você saber o quanto é dificil é estar aqui, pqp é dificil demais, é recompensador demais, é novidade demais, é alegria demais e ao mesmo tempo é tristeza total… o 1º mês é fácil, você chegou, geralmente tá em um lugar mobiliado que tem tudo que você precisa pra viver, ta curtindo, ta de “férias”, a ficha não caiu ainda, parece que você vai voltar pra “casa”, no 2º mês começa a ter saudades das pessoas que ama, de pequenos prazeres do seu dia a dia no Brasil, começa a relembrar da sua vida de antes como se ela fosse a melhor do mundo, e realmente é um tempo que você, pelo menos eu comecei a perceber que eu tinha uma vida privilegiada, e não só de coisas materiais, até pq nem éramos assim ahauahua, mas coisas que quando você ta vivendo o dia a dia você não dá valor. Já o 3º mês, puts pra mim foi o mais dificil, confesso que tive uma depressão de estar aqui, vontade de chorar e voltar pro conforto do meu lar, era só eu lembrar do meu apto no Brasil e começava a chorar muito, saudades de várias comidas, sem vontade de sair de casa, e qualquer problema que aparecia aqui pra mim era pior que a morte HAUAHUA, foi barra, o Marcelo sabe bem…se pra todos é assim? claro que não, mas quando você começa a viver com outros imigrantes você começa a ouvir os relatos, e você vê que você não ta fora da realidade em se sentir assim, e você que tá me julgando mentalmente pensando “porra daria tudo pra estar ai tendo essa oportunidade e você fica deprimida? eu só digo ” só quem vive sabe”…

No 4º mês as coisas começaram a melhorar, foi um mês muito dificil pra nós com a procura do nosso lar definitivo, sabendo que iamos ter que começar totalmente nossa casa do zero e mobiliar cada pedaço em um tempo bem curto pra vivermos hauahua, foi tenso, acho que esse mês foi o que a gente mais viveu a vida alemã, ter que lidar com várias “lojas”, “pessoas” e tals que quando você ta só passeando ou mesmo fazendo um intercâmbio e etc você não tem que fazer e não precisa conhecer, e nesse mundo a gente viu que muitas vezes o inglês não resolvia não, e foram várias vergonhas, várias lutas, vários perrengues e várias vontades de chorar, e muitas vezes aquele grito seco na garganta de ” porra, no meu país eu não precisaria passar por isso, pq eu to aqui? ” e nessas horas eu e o Marcelo tinhamos que lembrar um ao outro do porque tomamos essa decisão e do pq deixamos uma vida estável no Brasil pra recomeçar aqui, onde você muitas vezes é visto apenas como um “imigrantezinho” hahahaha

Lembrando que é impressionante como o frio e os dias escuros contribuem imensamente para sua mudança de humor e tals, e eu tenho certeza que isso contribuiu negativamente sobre mim.

no 5º mês já estavámos no nosso apto, e as coisas começaram a ficar melhores, claro que ainda tinha um longo caminho pra deixar as coisas em ordem na casa, mas eu via que tava dando certo, também foi um mês em que os amigos que fizemos por aqui foram muito importantes, sair, conversar, descontrair, reclamar juntos e rir juntos ajuda muito, afinal levamos na nossa bagagem muitas situações em comum, medos, incertezas e sonhos.

E agora, completando 6 meses eu vejo como tudo começa a melhorar, não sei se é a primavera que chegou e o clima tá melhorando também hauahauahu, mas eu me sinto bem melhor, me sinto com bem mais vontade de realizar as coisas que vim disposta, nossa casa finalmente está com cara de nosso lar, o principal já ta comprado, montado e organizado com muito esforço, e agora eu começo a realmente pensar nas coisas do novo integrante da nossa família, posso me dedicar a fazer o enxoval e montar o quartinho, lógico que a nossa casa ainda tem muitos detalhes pra serem feitos, vários cantinhos que ainda queremos “transformar”, mas na real já está ficando bem mais nossa cara do que nosso apto no Brasil haha, eu olho tudo isso e dá muito orgulho, muita felicidade, e finalmente vamos tirar um tempinho pra viajar juntos, comemorar o meu aniversário e o da Luiza (depois falo da viagem) e é como se agora, depois de 6 meses por aqui, estou começando a viver mesmo

Eai Mayara, o que tu ainda sente falta do Brasil?

Cara, eu nunca valorizei e nunca percebi o quanto nosso país natal nos marca tanto, são coisas que quando estamos aí a gente não vê, mas acho que vou carregar essas “coisas” pra sempre, eu Sinto Falta de viver mais fácil, de por exemplo conversar com as pessoas na rua, (não importa se você se acha o anti social e odeia pessoas, vai da saudades do tio da padaria SIM, pq ele fala seu idioma, na moral haha) de conseguir lidar com qualquer problema do dia a dia facilmente no seu idioma, sabendo como as coisas funcionam e sabendo explicar tudo de boa, sinto falta de algumas facilidades do Brasil (em que os serviços são mais baratos) como ligar e mandar consertar algo no meu apto, ou mandar o gato pro banho sempre (aqui não existe isso, não achei um único lugar em que cuidem da higiene e etc do gato), sinto muuita falta de dirigir de em pouco tempo resolver quase tudo do dia no conforto do meu carro, sem ter que carregar mil sacolas, sinto falta do clima (pode xingar, mas da saudade kct), sinto saudades de algumas comidas, embora hoje a gente consiga reproduzir quase tudo por aqui, e sinto falta da minha mãe, pqp como eu sinto falta, lógico que eu falo com ela todo dia mas mesmo assim, só de pensar que eu não posso ir pra lá em um fim de semana qualquer eu fico muito triste, de pensar que provavelmente ela não vai estar comigo quando meu próximo filho chegar, cara isso dói muito, e é uma dor que acho que nunca passa…

Mas se eu tivesse que resumir esse 6 meses, eu diria que eu aprendi muito, que eu me superei muito, e que eu aprendi a olhar as coisas de outro jeito, aprendi que recomeçar é dificil mas que se você tiver o apoio de quem você ama, você consegue qualquer coisa, e eu só tenho a agradecer ao Marcelo por ser esse companheiro incrível que ele é pra mim, uma parceria muito forte mesmo, que me faz conseguir as coisas

Mas e você, tem uma experiência parecida, ja passou ou ta passando por isso agora, ou tem alguma dúvida, escreve ai nos comentários

beijão galera



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