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Don Valentine: A Lenda Financeira Por Trás da Apple

Don Valentine: A Lenda Financeira Por Trás da Apple

Diversas startups nasceram em garagens, assim como no passado, acontecera a revolução musical do rock’n’roll no século 20.

As famosas bandas de garagem.

Alguns tiveram sucesso e mudaram o cenário musical sob a ótica de um bom produtor musical (investidor?), outros, em sua grande maioria, fracassaram.

Os jovens continuaram a mexer com esse universo, agora sob o âmbito de negócios e inovação.

Nesse eferverscência, como um grupo de jovens em uma garagem consegue iniciar um negócio como a Apple?

De onde vem o investimento e como eles conseguem sair das garagens para o grande mercado?

O processo pode não ser simples, assim como aconteceu no cenário musical, mas a solução é receber investimentos de terceiros, normalmente de Empresas de investimento de capital de risco, ou Venture Capital na tradução inglesa.

Esses tipos de empresas são arrojadas, pois investem seu dinheiro e o dinheiro de seus acionistas em empresas emergentes.

É um jogo arriscado e que demanda um olhar para o futuro, um sexto sentido que fará com que alguns investimentos falhos prosperem.

Nubank, Zoom, Apple, Airbnb, Instagram, WhatsApp, e todas essas empresas têm algo em comum e não é apenas o fato de serem empresas digitais.

O que é único nessas empresas é a empresa que financia, e a mente visionária de um investiror: Don Valentine.

Sumário

Quem foi Don Valentine?

Em 1972, a empresa Sequoia Capital foi fundada, uma organização focada em investimento de alto risco, como normalmente são considerados aqueles relacionados a empresas de tecnologia.

Se somados todos os seus ativos, a Sequoia possui um capital de quase 5 trilhões de dólares, e um faturamento que não conseguimos mensurar, mas apesar da melhor comparação ser quanto ao faturamento, podemos tentar imaginar que o que essa empresa acumula em riqueza é maior que o PIB produzido por países como Brasil, Canadá, Itália, França, Reino Unido, Alemanha e Japão.

Don Valentine, embora não tão conhecido quanto Bill Gates ou Steve Jobs, é considerado um dos personagens principais da história do Vale do Silício.

E para entender como esses estudantes universitários conseguiram sair de seus quartos para companhias milionárias, temos que entender a fundo o homem por trás disso, operando nos bastidores.

Don Valentine é uma peça indispensável para realmente entendermos essa história e como jovens estudantes se tornam CEOs de empresas bilionárias da área tecnológica.

Nascido em uma família pobre em Nova York, no auge da Grande Depressão, Don Valentine se formou em química pela Fordham University e logo se mudou para a Califórnia, onde começou a trabalhar como engenheiro de vendas numa empresa chamada Raytheon.

Don Valentine Investidor

Embora esse termo não seja tão comum por aqui, o trabalho de um engenheiro de vendas é um velho conhecido nosso: são eles que fornecem as informações técnicas, assim como as demonstrações e os esclarecimentos necessários antes de um cliente fechar uma compra.

A Trajetória da Química para Tecnologia

Quando Don nasceu, os Estados Unidos tinham acabado de mergulhar numa das piores recessões da História.

A Grande Depressão, como ficou conhecida, começou após a queda da bolsa em 1929 e durou mais de 10 anos.

Durante a Grande Depressão, a taxa de desemprego chegou a 25%, enquanto a produção industrial caiu quase 50%.

Desemprego nos Estados Unidos no período 1910-1960. A tarja rosa destaca os anos da Grande Depressão (1929-1939). Fonte: Wikipedia

Mais de 9000 bancos faliram e a dívida pública chegou a representar quase 80% do PIB americano.

O fim da crise coincidiu com o início de um outro evento que seria ainda mais traumático: a Segunda Guerra Mundial.

Durante toda a Segunda Guerra, Estados Unidos e União Soviética ocuparam o mesmo lado.

Com o fim do conflito, esses dois países chegaram ao patamar de superpotência e encabeçaram uma nova guerra, só que de natureza diferente.

A chamada “Guerra Fria”, como ficou conhecido o período entre o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e a dissolução da União Soviética, em 1991, foi um conflito político, ideológico e tecnológico travado entre essas duas superpotências que agora disputavam entre si não terras ou riquezas, mas influência e poder.

Na tentativa de demonstrar superioridade tecnológica, Estados Unidos e União Soviética deram início, dentre outras coisas, à corrida espacial, que marcou toda a década de 1960.

Com isso, muito dinheiro foi investido em pesquisa e desenvolvimento.

A indústria aeroespacial requeria certos tipos de tecnologias avançadas envolvendo comunicações, softwares e eletrônica.

No início da Guerra Fria, a Califórnia começava a se tornar o maior e mais importante polo tecnológico dos Estados Unidos, ajudando a nutrir o setor aeroespacial.

E uma das empresas do ramo que estava localizada na Califórnia era justamente a Raytheon, onde Don Valentine foi trabalhar.

Mas mesmo em meio à corrida espacial, não foi a Raytheon que mais chamou a atenção de Don, mas outra empresa chamada Fairchild Semiconductor.

Após se instalar na Califórnia e começar a trabalhar no setor de vendas da Raytheon, Don Valentine logo percebeu o potencial da recém-criada indústria de semicondutores.

Os semicondutores são peças fundamentais de qualquer circuito eletrônico.

Nos anos 50 e 60, a indústria de semicondutores ainda estava engatinhando, mas Don Valentine, um observador nato, conseguia enxergar o potencial desse mercado.

Nessa época, a empresa que mais se destacava no ramo era a Fairchild Semiconductor.

A Fairchild foi uma das primeiras a comercializar transistores e circuitos integrados e foi fundada por um dos inventores do transístor e prêmio Nobel de Física, William Shockley.

William Bradford Shockley, Co-inventor do transístor – Fonte: Wikipedia

A história de Shockley está intimamente ligada à história do Vale do Silício, desde a invenção do transístor, que possibilitou uma série de avanços tecnológicos, até a ideia de usar silício na fabricação dos semicondutores.

No caso do transístor, ele permitiu a miniaturização e aumento da eficiência de certos componentes eletrônicos, o que possibilitou o surgimento de dispositivos eletrônicos menores e mais potentes.

Já no caso do silício, ao contrário de outros materiais, ele é facilmente encontrado em grandes quantidades na natureza, o que viabilizou a produção em larga escala desses componentes eletrônicos.

Isso permitiu avanços sem precedentes, já que produtos eletrônicos se tornaram mais baratos e mais fáceis de serem produzidos em grande quantidade.

É daí que vem o nome do Vale do Silício.

Don Valentine, depois de trabalhar na Raytheon, foi para a Fairchild Semiconductor, onde assumiu o departamento de marketing e vendas.

Seus anos na Fairchild foram de extrema importância.

Don Valentine e as Empresas de Garagem

Nesse período, Don Valentine percebeu o potencial das startups emergentes e começou a investir nelas.

Ele acreditava que todas essas mudanças tecnológicas poderiam levar a um efeito cascata capaz de criar uma nova indústria.

Ele então deixou a Fairchild e se juntou à National Semiconductor como vice-presidente de marketing e vendas.

Durante os anos em que trabalhou lá, Don Valentine ajudou a empresa a se tornar a principal fornecedora de circuitos analógicos.

Foi nessa época que ele chamou a atenção do Capital Group, uma das maiores e mais antigas empresas de serviços financeiros do mundo.

Os investimentos que Don começou a fazer por conta própria em pequenas empresas de tecnologia lhe renderam uma boa fama.

O Capital Group logo lhe propôs investir não apenas o seu dinheiro, mas o de outros investidores também.

Surgiu então a Sequoia Capital, uma das maiores e mais conceituadas empresas de capital de risco do mundo.

Em site é mostrado um pequeno resumo da importância de Don nos investimentos de startups.

Trajetória de Don Valentine – Fonte: Sequoia Capital

A Sequoia investiu em empresas como Apple e Atari, ajudando-as a crescer e se tornar o que são hoje.

A estratégia da Sequoia é focar em mercados em crescimento, não apenas em pessoas; explorar mercados existentes em estágios iniciais; e priorizar o que é diferente, não necessariamente o que é melhor.

Steve Jobs e Don Valentine

A empresa também busca relacionamentos duradouros com as empresas investidas, acompanhando-as por mais tempo e ajudando-as a se desenvolverem.

Ao longo dos anos, a Sequoia expandiu seus investimentos para além dos Estados Unidos, alcançando a China, Índia e Europa.

Recentemente, a empresa anunciou mudanças estruturais, separando suas filiais para operarem de forma independente e flexibilizando as regras de investimento.

O Legado de Don Valentine

A Sequoia tem um histórico impressionante de acertos, investindo em empresas como Apple, Google, WhatsApp, Airbnb, entre outras.

Sua estratégia de investimento em startups em estágios iniciais, aliada ao seu know-how e networking, tem sido fundamental para o sucesso dessas empresas.

Don Valentine deixou um legado importante para a Sequoia Capital e para a indústria de capital de risco como um todo.

Sua visão e habilidade de identificar oportunidades empreendedoras contribuíram para o crescimento e sucesso de diversas empresas tecnológicas.

Em conclusão, o sucesso da Sequoia Capital e de suas empresas investidas é resultado de uma combinação de estratégia, conhecimento de mercado e capacidade de identificar startups promissoras.

O legado de Don Valentine continua vivo, e a Sequoia segue sendo uma das empresas de capital de risco mais influentes e bem-sucedidas do mundo.

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