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Cuba: Amado por Esquerdistas que Preferem Paris

Cuba: Amado por Esquerdistas que Preferem Paris

É localizado no paradisíaco mar do Caribe, a ilha de Cuba é destino certo de milhares de turistas ano após ano.

Sua história é marcada por conflitos, diversas contradições, belíssimas praias e charutos de primeira, o que faz do país um dos mais controversos de todo o continente americano.

Com uma taxa de alfabetização de quase cem porcento, uma das maiores do mundo, Cuba é um grande paradoxo.

É o único país onde taxistas ganham mais do que médicos e também o lugar onde a internet ainda é uma novidade.

Boa parte dos carros são verdadeiras peças de museu, duas moedas oficiais estão em circulação, e talvez o mais impressionante, é um dos dois únicos países do mundo onde não se vende Coca-Cola.

Acompanhe comigo essa trágica e nada cômica história, de uma ilha amada por esquerdistas que preferem Paris!

Sumário

Cuba e Suas Origens

Cuba foi explorada pelos espanhóis, pelos americanos e pelos soviéticos.

Havana, sua capital, foi sede de luxuosos cassinos ligados à máfia americana, que tentou fazer da ilha o Monte Carlo do Caribe.

Existe até uma citação a esse perído em O Poderoso Chefão: Parte II, de Francis Ford Coppola.

A história de Cuba voltou a estampar os noticiários internacionais em julho de 2021, depois que manifestantes saíram às ruas numa rara demonstração de oposição ao regime comunista cubano, pedindo mais liberdade, menos repressão e reformas políticas.

Esses protestos parecem dar início ao fim do fantasma de Fidel Castro, um homem inteligente e talvez bem-intencionado que se tornou um tirano e governou através de uma ideologia, ao invés de se ater aos fatos.

Situada a apenas 145 km Dos Estados Unidos, a ilha de Cuba é uma nação cuja história recente, embora indiscutivelmente breve, está cercada de nomes históricos como os de Fidel Castro e Ernesto Che Guevara.

O fato de estar geograficamente tão próxima dos Estados Unidos é um dos fatores-chave que explica o porquê de Cuba e não de outros países ter passado por situações tão peculiares.

Mas por que, dentre tantos outros países com características semelhantes, Cuba foi o único a passar por situações inéditas, como um severo embargo comercial por parte dos Estados Unidos que existe há quase 70 anos?

E por quanto tempo o fantasma de Fidel ainda assombrava o país?

Cuba e o Embargo Econômico (?)

Cuba foi inicialmente explorada pela Espanha e depois passou ao domínio velado dos Estados Unidos com um protetorado, uma relação que na prática se assemelhava muito mais a uma colônia.

Cuba se tornou independente da Espanha, mas logo foi indiretamente aprisionada pelos Estados Unidos.

Foi estabelecido, por exemplo, que todos os produtos cubanos só poderiam ser exportados para os Estados Unidos a preços baixíssimos, onde seriam revendidos por preços muito mais altos.

A presença massiva dos Estados Unidos nos negócios de Cuba era justificada pelo fato de gerar empregos para os cubanos, mas as relações de trabalho estabelecidas pelos americanos eram pouco vantajosas para os cubanos.

Cuba continuou sendo explorada pelos Estados Unidos através de sucessivos governos corruptos que permitiam que os americanos possuíssem a maior parte das terras aráveis da ilha, além de diversos empreendimentos no local, muitos deles ligados à máfia.

O problema era americano com a corrupção generalizada do país?

Existe alguma semelhança a um país chamado Brasil?

Ou melhor, algum país da América Latina?

Na década de 50, a máfia norte-americana construiu grandes hotéis, cassinos e boates na ilha, contando com o apoio do então presidente do país, que se beneficiava desses negócios e havia participado não somente de um, mas de dois golpes de estado.

Fulgencio Batista instalou uma ditadura e governou sobre uma base extremamente corrupta, alinhado aos interesses americanos e sem qualquer compromisso com o povo cubano.

Ele seria deposto anos depois pelos guerrilheiros liderados por Fidel Castro, dentre os quais estava o médico Ernesto Che Guevara.

Juntos, eles conduziram Cuba à revolução, substituindo Batista por Castro e o capitalismo selvagem praticado pelos americanos pelas ideias que buscavam mais justiça, propostas pelo socialismo.

Castro recebeu apoio financeiro, militar e logístico por parte dos Estados Unidos, mas suspendeu a constituição que ele mesmo instaurou e revogou liberdades políticas, incluindo o direito à greve.

Ele se aproximou dos riquíssimos donos de terra que possuíam a maior parte das plantações de açúcar, o principal produto exportado por Cuba.

Castro levou então o país rumo à estagnação.

E eventualmente, Cuba chegou a um ponto onde a maior parte das plantações de cana-de-açúcar estava nas mãos de norte-americanos e os estrangeiros eram responsáveis por cerca de setenta por cento de todas as terras aráveis da ilha.

O governo de Batista lucrava sistematicamente com a exploração das terras cubanas, negociando relações lucrativas até mesmo com a máfia, que passou a controlar diversos cassinos em Havana, além da venda de drogas e da prostituição.

Para reprimir a onda de insatisfação que só crescia entre a população, Batista censurou a mídia e protagonizou momentos de terror envolvendo torturas e execuções públicas.

O número de execuções cresceu, sobretudo no fim da década de 50, quando os ideais socialistas começaram a se tornar cada vez mais populares entre o povo como uma alternativa à sociedade repressiva, violenta e antidemocrática de Batista.

Viva a Revolução, Isto é, Miséria e Morte

O primeiro de janeiro de 1959 marcou a entrada do exército rebelde em Havana, era o triunfo da Revolução Cubana e a derrubada do então ditador Fulgencio Batista.

Cuba estava enfim livre, e não por muito tempo.

Quando pensamos em um ditador, é comum pensar em líderes autoritários que tomaram o poder à força.

Mas a verdade é que grande parte dos ditadores chegaram ao poder de forma legítima, através de métodos legais ou mesmo com o apoio popular.

É verdade que muitas vezes eles tomam o poder por meio de um golpe de estado, mas nomes como Hitler e Mussolini, acredite ou não, utilizaram meios legais, e uma vez no poder, foram gradualmente se livrando das restrições legais que limitavam sua autoridade.

Foi assim com Fidel Castro, bacharel em Direito.

Fidel e seu irmão são provenientes de uma família de classe média relativamente abastada.

Eles largaram tudo para se juntar a um ideal e liderar uma revolução contra o então ditador Fulgencio Batista.

Considerado herói por uns e vilão por outros, o fato é que a ascensão de Fidel ao poder, apesar de ter sido através de uma guerrilha, contou com o apoio de um povo que há anos vinha sendo explorado, assassinado, oprimido e humilhado.

Esse sentimento fez o povo cubano abraçar a revolução e o regime Castro.

Castro começou como primeiro-ministro em 1959, e segundo o autor do livro “Sobre a Tirania”, a maior parte do poder do autoritarismo é concedida voluntariamente.

O erro está em presumir que os governantes que chegaram ao poder por meio das instituições não podem mudar ou destruir essas mesmas instituições.

Menos de um ano foi necessário para que a nova ordem nazista se consolidasse em 1933.

A Alemanha tinha se tornado um estado de partido único, no qual todas as principais instituições estavam subjugadas.

No fim daquele ano, as autoridades alemãs realizaram eleições parlamentares sem oposição e um referendo sobre uma questão para a qual todos sabiam qual era a resposta correta, para confirmar a nova ordem alemã.

Alguns judeus alemães votaram com os líderes nazistas, desejando que eles votassem na esperança de que esse gesto de lealdade os aproximasse do novo governo.

Não é preciso dizer qual foi o desfecho dessa história.

Sob o regime de Castro, que começou como uma revolta popular, as eleições democráticas logo foram suspensas e a oposição silenciada.

Durante uma entrevista exclusiva concedida à Vice nos anos 1970, quando questionado sobre por que não permitir eleições livres em Cuba, Castro afirmou que “minha ideia de democracia não é a mesma de vocês”.

E certamente não era a mesma do povo cubano, tão quanto do Lula e seus asseclas, que relativiza a democracia, tão desgastada atualmente.

O governo de Castro também limitou as posses de terras, aboliu negócios privados e aqueles que desejassem deixar a ilha em busca de uma vida melhor no exterior só podiam levar uma mala e alguns pertences.

Na antiguidade, ditadura era aquele a quem era concedido temporariamente um significativo poder sobre o estado em tempos de guerra.

Seu mandato durava seis meses.

Hoje, o termo é normalmente usado para descrever líderes que possuem muito mais poder do que deveriam e que normalmente governam de modo a satisfazer suas próprias ambições, sejam elas quais forem, e não as do povo.

Enquanto isso, as relações entre os Estados Unidos e Cuba começaram com o pé esquerdo.

Quando os Estados Unidos não apoiaram o governo cubano, tomaram todos os negócios americanos que existiam na ilha, incluindo terras, fábricas, refinarias de petróleo e até mesmo os cassinos ligados à máfia.

Evidentemente, isso enfureceu os americanos, que não foram indenizados.

Você lembra do Porto de Mariel que até hoje não foi paga?

Porto de Mariel em Cuba. Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/antes-de-receber-lula-cuba-pede-mais-prazo-para-pagar-divida-do-porto-de-mariel/

O ápice dessa exploração da ilha foi quando o governo americano rompeu relações diplomáticas com Cuba em 1962.

O então presidente Kennedy deu início ao famoso embargo econômico que dura até hoje.

O embargo inicialmente imposto por Kennedy não envolvia remédios e alimentos.

A justificativa do embargo foi a falta de liberdade política e econômica, além de violações aos direitos humanos praticados pelo regime de Castro.

Para deixar claro o embargo econômico, é apenas com a possibilidade de compra à vista, e não à prazo, como aconteceu nos governos do PT.

Aliás, se de fato é um embargo que impede o crescimento do País, por qual motivo construiria um porto para entrada e saída de cargas?

Se há de fato embargo, como o Brasil emprestou dinheiro ao país que até o presente momento, ainda não foi quitado a dívida?

Se de fato há embargo, por quê o Brasil não recebeu retaliação por tal ação?

Não caia em narrativas.

O Futuro de Cuba

Em 1999, o presidente Bill Clinton expandiu o embargo comercial, proibindo também que subsidiárias estrangeiras de empresas norte-americanas negociassem com Cuba.

No ano seguinte, a promulgação de uma nova lei fez os Estados Unidos afrouxarem um pouco o embargo, autorizando novamente a venda de certos alimentos, medicamentos e equipamentos médicos.

Os exportadores agrícolas dos Estados Unidos rapidamente estabeleceram uma posição na ilha, com as exportações atingindo um pico de 684 milhões de dólares em 2008.

Em 2016, durante o segundo mandato do presidente Barack Obama, ele reduziu as restrições ao comércio com Cuba.

Mas os Estados Unidos não são os únicos responsáveis pelos problemas econômicos de Cuba.

O país pode negociar com outros países, e muitas empresas ao redor do mundo estão dispostas a fazer negócios com Cuba, apesar do risco de retaliação norte-americana.

No entanto, um dos motivos pelos quais Cuba enfrenta dificuldades econômicas vai além das sanções.

Cuba tem poucas coisas de valor para vender, e o trabalho dos cubanos não é produtivo no sentido de ter qualidade e agregar valor ao trabalho desempenhado, respondendo às necessidades do mercado.

A prova cabal que não faz sentido, a mais-valia de Karl Marx.

O acesso à internet, que só recentemente foi sendo liberado, ainda que sob controle rígido do governo, se mostrou fundamental para os protestos organizados pelas redes sociais.

Por isso, o governo voltou a recorrer à censura e interrompeu a internet no país numa tentativa de dificultar o fluxo de informações.

Mas informação é poder.

A era da informação e o uso de redes sociais é certamente um dos meios para causar uma possível convulsão social e a queda do regime ditatorial cubano, assim como aconteceu com Muammar Gaddafi na Líbia durante a Primavera Árabe.

No entanto, é improvável que o governo de Cuba esteja disposto a realizar reformas políticas para acabar com suas próprias regalias.

As antigas técnicas de repressão, censura e controle rígido da população ainda funcionam, e o povo cubano continua sob a mira das armas revolucionárias.

Fidel Castro construiu uma narrativa forte e vendeu um sonho (de fato, um pesadelo) ao povo, que viu nele o caminho para se libertar do ditador da época, Fulgencio Batista.

Trocaram 6 por menos 6.

Na ditadura de Fidel, o povo era bonificado por denunciar seus vizinhos, e o julgamento de seus opositores políticos e ideológicos era feito pelo pelotão de fuzilamento.

Durante as décadas em que esteve no poder, doutrinou jovens, controlou a mídia e restringiu o acesso à informação.

Fidel Castro morreu em 2016, aos 90 anos, com uma fortuna estimada na casa dos bilhões de dólares.

Seus filhos e netos desfrutaram e ainda desfrutam do melhor que o capitalismo tem a oferecer.

A própria revolução de Fidel Castro parecia improvável no início, mas aconteceu para um caminho de fiasco e desgraça social.

Então, quem sabe ainda existe esperança para Cuba?

E se Cuba realmente vai conseguir se livrar da ditadura, da censura e da miséria, e construir uma economia livre e democrática?

Só o tempo dirá.

Porque enquanto uns lutam pelo país, a verdade é que muitos preferem fugir do que correr o risco da prisão e da morte.

Mesmo em um país que não tem todos os problemas de Cuba, ganhar em moeda forte e gastar em uma moeda fraca sempre gera mais riqueza.

Para saber mais de Cuba, recomendamos essas leituras:

A autobiografia de Fidel Castro
Direito, legislação e liberdade Sobre regras e ordem
A vida secreta de Fidel

Os melhores livros de Finanças Pessoais!

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