Get Even More Visitors To Your Blog, Upgrade To A Business Listing >>

Podcast #060 – Como A Dieta Low-Carb (Ou Cetogênica) Pode Se Relacionar Com A Saúde Da Sua Tireoide E O Seu Peso, Com O Endocrinologista Rodrigo Bomeny

Dieta não é só uma questão de ciência, hormônios e metabolismo.  Dieta envolve muito: questões de hábitos, questões motivacionais, ajustes de expectativas, e questões emocionais.”

No episódio de hoje, contamos com o médico endocrinologista Rodrigo Bomeny.

E você vai perceber que ele é um médico que oferece uma visão muito mais integrada das questões da saúde.

Porque fala sim sobre questões técnicas como “hemoglobina glicada”, “T3 reverso” e “termogênese adaptativa”.

Mas também — e principalmente — fala sobre mudança de hábitos, estilo de vida, e equilíbrio.

E isso é fundamental.

O episódio de hoje está recheado de momentos imperdíveis, e recomendo que você o escute atentamente até o final.

Porque, dessa forma, vai saber exatamente:

  • como o Rodrigo se tornou médico e por que seus primeiros anos foram “chatos” e frustrantes,
  • como ele conduziu um “experimento científico” em seu consultório,
  • por que a visão que temos da low-carb pode ser distorcida pelos casos de sucesso,
  • como e por que adequar a dieta a cada paciente (“pode comer pão de manhã?” depende!)
  • por que o déficit calórico funciona mas a restrição calórica não,
  • low-carb pode fazer mal à tireoide?
  • aliás: o que é a tireoide — e por que se preocupar com ela?
  • sinais e sintomas comuns do hipotireoidismo,
  • para que servem os exames (tenha um médico, não um robô),
  • dieta cetogênica pode fazer mal à tireoide?
  • os poucos alimentos que contêm todos os nutrientes de que você precisa,
  • dieta carnívora é saudável?
  • a história do Claudio que ficou saudável com uma dieta “super restritiva”,
  • por que individualizar a conduta médica e mostrar as opções aos pacientes,
  • por que apenas controlar a glicemia dos diabéticos é um erro,
  • quais são os hábitos saudáveis do Rodrigo,
  • a surpreendente expectativa de “prazer ao comer” que o Rodrigo tem,
  • qual a mensagem final que ele separou para você,

e muito, muito mais!

Sendo assim, preste atenção para sorver as palavras e o conhecimento desse grande médico.

Porque nossos podcasts não são apenas entretenimento.

E sim um investimento na sua educação — que disponibilizamos gratuitamente a você todas as semanas.

Por isso, anote, estude, pesquise…

E compartilhe —  para que esse conhecimento seja cada vez mais difundido.

Você pode ouvir a entrevista completa no player abaixo.

Assine: iTunes | Android | Stitcher | Spotify

Para ter acesso grátis a novos episódios de podcast, inscreva-se nele. Os meios mais comuns para isso são:

  • Soundcloud,
  • Apple Podcasts (iTunes), e
  • Spotify.

Segue abaixo a transcrição completa do episódio.

(Lembre-se de COMPARTILHAR o episódio com quem você ama.)

Você pode acompanhar o trabalho do Dr. Rodrigo Bomeny

  • Instagram: https://www.instagram.com/rodrigobomeny/
  • site da ABLC: ablc.org.br
  • Instagram da ABLC: https://www.instagram.com/ablc.org.br/

A transcrição completa do episódio está disponível abaixo.

Transcrição Completa Do Episódio

Aviso: Este podcast está sendo oferecido a você pela loja Tudo Low-Carb.

A loja Tudo Low-Carb é onde nós pegamos todos os ingredientes que nós usamos nas nossas receitas.

Lá tem tudo, incluindo adoçantes, farinhas low-carb, chocolate amargo…

Além de vários lanchinhos low-carb, do tipo castanha-do-Pará, amêndoas laminadas, amêndoas defumadas, chips de parmesão e muito mais.

Então, se você quiser investir na sua dieta low-carb e em um pouco mais de sabor, acesse tudolowcarb.com.br.

Clicando aqui você ganha 10% de desconto na sua primeira compra.

Aviso 2: Este podcast também é um oferecimento do nosso curso completo Guia Dieta Cetogênica.

Com ele, você tem o passo a passo para transformar sua alimentação e se transformar na versão mais saudável (e mais em forma) de si mesmo.

>>> Clique aqui para conhecer o Curso

Guilherme: Bem-vindo a mais um podcast do Senhor Tanquinho. Eu sou o Guilherme.

Roney: E eu sou o Roney. E aqui a nossa missão é deixar você no controle do seu corpo.

Guilherme: Olá, Tanquinho! Olá, Tanquinha!

Bem-vindos a mais um episódio do nosso podcast. E hoje trazemos conosco o médico e endocrinologista Dr. Rodrigo Bomeny.

Tudo bem, Rodrigo?

Rodrigo: Tudo bom, tudo bem, Guilherme! Tudo bem, Roney!

É um prazer estar aqui. Acho que estamos ensaiando esse podcast há uns 6 meses. Ainda bem que deu certo agora.

Roney: É verdade. Já faz um tempo que queremos entrevistar o Rodrigo, e finalmente deu certo.

É um prazer tê-lo conosco, doutor.

E, falando nisso, o Dr. Rodrigo é médico endocrinologista e diretor científico da ABLC (Associação Brasileira Low Carb).

Rodrigo, você poderia começar contando como você começou a se interessar por medicina?

E como surgiu seu interesse em alimentação low-carb mais focada em comida de verdade?

A História Do Rodrigo Bomeny E A Descoberta Da Low-Carb

Rodrigo: Nossa, por medicina é uma longa história, mas vamos lá.

Faz tempo isso … Meu avô sempre falou que eu seria médico. Ele sempre me chamou: “Dr. Rodrigo vai ser médico”.

E isso desde que eu tinha 10 anos.

Mas confesso que nunca quis fazer medicina. Eu nunca pensei em fazer medicina.

Não tenho nenhum médico na família.

Eu decidi, sei lá, 3 meses antes do vestibular.

Foram 3 meses antes do vestibular que decidi isso.

Antes eu queria fazer educação física, e depois passei para fisioterapia.

Aí decidi fazer medicina 3 meses antes.

Passei 2 anos estudando: não tive outra vida a não ser os estudos.

E aí passei, fiz medicina.

Mas foi uma decisão bem em cima da hora, assim, em relação a parte da medicina.

Eu sempre gostei muito de contato com as Pessoas e tal… Mas não foi alguma coisa que veio de tradição familiar, nem nada disso.

O low-carb veio depois que me formei em endocrinologia.

Durante a medicina, eu tinha a certeza que nunca faria cirurgia.

Então, no internato, quando passamos na sala de cirurgia e, que tinha que operar, eu lembro que nós fazíamos até trocas.

Tinha amigos que queriam ser cirurgiões e eles faziam questão de entrar para fazer a apendicectomia…

E têm os clínicos que, vamos dizer assim, não gostam muito de cirurgia.

E a gente trocava, dávamos plantões, e eles operavam. Fazíamos essas trocas…

E eu sempre quis fazer clínica. E aí depois decidi por fazer endocrinologia.

A residência fiz no HC, lá na USP.

É uma residência muito boa e, mesmo em relação ao aprendizado da obesidade…

Tive ótimos professores durante a residência.

E é claro que quando fazemos medicina nosso foco é muito no tratamento da doença.

A gente tem pouca informação e pouca formação para promover saúde, digamos assim.

Saúde Não É Só Remédio

O nosso foco é sempre usar medicamento.

Então, é assim: “você tem diabetes e utilizará esse medicamento para controlar a glicose”.

A abordagem que temos do ponto de vista nutricional, eu até tive — contudo, é bem escassa. Não é algo muito aprofundado.

E eu saí da faculdade com a crença que a maioria das pessoas tem em relação a gordura: “você não pode restringir muito carboidrato”…

É um foco que faz com que, na prática, as pessoas se tornam muito dependentes de remédios.

E eu conheci o low-carb, talvez, a uns 5-6 anos.

Primeiro, li o livro do Gary Taubes — mas confesso que não foi algo que “eu li e mudei minha ideia totalmente”.

Mas vi que no consultório não andava.

Os primeiros anos foram muito ruins e chatos para ser bem sincero.

Por que, de fato, mandar as pessoas comerem menos e se exercitarem mais era uma coisa que não funcionava.

Passavam a depender somente de remédio. As pessoas tinham fome.

Era uma dieta meio chata.

Aí depois conheci low-carb e foi uma coisa muito bacana.

Nossa, eu falei: “isso faz todo sentido”.

Resolvi estudar mais e fazer, digamos assim, um “estudo científico” no meu consultório, né?

Para alguns pacientes, indicava low-carb…  e, para outros, fazia o que estava acostumado.

E era nítido que com low-carb  tinham uma resposta melhor.

Mas confesso que com essa transição há alguns anos, eu perdi muitos pacientes.

Dieta Não É Só Ciência

Muitos mesmo… Perdi os pacientes, pois, comecei a indicar a dieta low-carb para aquelas pessoas que estavam em outros tipos de dietas que não estavam dando muito certo.

O problema é que todo paciente, naquela época e agora também, tem um cardiologista ou outro médico de confiança.

Então, quando diziam que estavam fazendo low-carb eram desestimulados.

Enfim, os pacientes pararam de acompanhar comigo.

Mas acho que hoje melhorou: tem um viés, e todo mundo que vem no meu consultório, vem querendo fazer low-carb.

Então, de certa forma tenho meu viés e minha experiência, pois as pessoas já vêm muito querendo fazer low-carb.

Elas vêm muito dispostas a melhorar o estilo de vida.

Então, acho que tenho uma visão distorcida quanto ao funcionamento da dieta.

Embora nos estudos para diabetes e para pacientes que possuem resistência a insulina, de fato, o efeito é muito bom.

A grande questão é que dieta não é só uma questão de ciência, hormônios e metabolismo.

Dieta envolve muito as questões dos hábitos, as questões motivacionais — você ajustar suas expectativas —  e, principalmente, questões emocionais.

E foram questões que aprofundei durante o consultório, estudei sobre hábitos e mudança do comportamento.

Como faço para que essas pessoas se mantenham aderentes durante o tratamento?

Realizei diversas formações sobre coach e programação neurolinguística.

Li muitos livros relacionados com essa parte de comportamento e hábito — porque muitas vezes as pessoas descontam na comida alguma frustração que elas tenham na vida pessoal e profissional.

Se o médico conseguir enxergar e abordar essa pessoa não apenas como uma pessoa obesa — que precisa comer menos ou tem que mudar —, mas o que está por trás? O que faz com que ela não consiga?

Até para conseguirmos encaminhar para um psicólogo, nutricionista, terapeuta ou coach.

Pois assim, com um tratamento multidisciplinar, melhora muito. A trajetória foi mais ou menos essa.

Dieta Low-Carb: Viés De Sobrevivência E Visão Distorcida

Guilherme: Entendi, Rodrigo. É realmente uma evolução pelo que compreendi.

Desde a visão de tratar a doença tida na graduação até essa abordagem mais holística, que é mais completa.

E que envolve compreender que não é somente uma questão de ciência como você mesmo disse.

Rodrigo: Exato! Tanto é que talvez esse seja um dos problemas das redes sociais que temos hoje.

Quando olhamos nas redes sociais, temos uma tendência de vermos apenas os casos de sucesso.

Ninguém posta: “fiz uma dieta low-carb e não consegui”. E cria um Instagram falando isso …

Guilherme: É até um viés de sobrevivência. Somente quem deu certo que vira caso.

Por Que Adequar A Dieta Ao Paciente

Rodrigo: Exato!

Então ficamos com uma imagem distorcida.

Não é que a dieta low-carb não funcione.

É que implantar de um novo estilo de vida, seja qual for, é muito difícil.

Porque envolve uma mudança total de hábitos e deixar de fazer coisas que dão muito prazer.

Mas é claro que como médicos e profissionais da saúde, nós temos que indicar para nossos pacientes o que temos de melhor.

Então, por exemplo, chega aqui um paciente com diabetes tipo 2, qual é a melhor intervenção nutricional para ele? 

Sem sombra de dúvidas, indiscutivelmente, é restringir carboidratos

Isso significa que esse paciente irá conseguir fazer? Não.

Contudo, a única maneira de sabermos se ele irá querer fazer isso ou não é se ele tiver essa opção e se ele souber que é seguro.

“Posso restringir carboidrato e, com isso, deixar de utilizar medicamento, deixar de utilizar insulina, posso ter chances de reverter a doença e ter menos fome.

Isso pode implicar em comer menos pão, deixar de comer sobremesa todos os dias, não beber mais suco de laranja”.

Mas isso, quem tem que decidir é o paciente.

E talvez essa seja umas das brigas que tenho, assim, das pessoas dizerem: “todas as dietas são iguais. A melhor dieta é a que o paciente consegue aderir.”

E isso não é verdade.

Assim, você tem dietas que são melhores para determinadas doenças, e o paciente tem que saber qual é a melhor opção.

E talvez ele consiga fazer essa dieta agora, talvez parte, e talvez não consiga fazer nada.

Nesses casos, teremos que gerenciar.

É igual quando você vai comprar um carro e diz: “qual o melhor carro?”.

O vendedor não pode te falar qual o melhor carro já julgando  que você não terá muito dinheiro.

Ele provavelmente terá que falar: “o melhor carro é esse, por que ele atinge tal velocidade, ele é muito seguro …”.

E, quando ele te falar o preço, você fala: “esse realmente eu não vou conseguir, vou ficar com esse um pouquinho pior”.

A visão que temos de dieta nos estudos acaba sendo um pouco distorcida por causa disso.

Pois, quando fazemos um estudo de 2 anos de duração, quando chega ao final ninguém mais está seguindo nada. 

E aí simplesmente definem que as dietas são iguais ou parecidas.

Mas a verdade que está por trás é: mudar um hábito é algo muito difícil.

Mas o paciente tem que ter o direito de saber qual é a melhor opção.

Por que se ele seguir — que bom, né? É o que vemos, por exemplo, no estudo do VIRTA com dietas cetogênicas e pessoas diabéticas.

A maioria consegue seguir, até porque tinham um aporte muito próximo — estavam sendo monitorados, tinham coach e tal.

E o resultado é surpreendente:

  • reduções absurdas de insulina,
  • suspensão de medicamentos,
  • mais de 50% de regressões de diabetes tipo 2.

Então, acho que temos que orientar sempre o que for melhor para o paciente.

E isso não significa que você não irá individualizar depois de acordo com os gostos, preferências, o que ele consegue fazer ou não…

Às vezes para um paciente é muito mais difícil restringir completamente, porque isso, por algum motivo, gera um certo um desejo incontrolável.

E às vezes para esse paciente será melhor comer pão pela manhã, e se restringir completamente será a gota d’água para ele não fazer nada.

E só temos como saber isso discutindo com o paciente.

Déficit Calórico Funciona — Mas Restrição Calórica Não

Guilherme: Excelente, Rodrigo! E realmente o que aparece cada vez mais para nós, inclusive como pesquisadores, divulgadores e também como pacientes, é que temos que achar um equilíbrio entre o que é sustentável para o paciente e o que funciona.

Não adianta passar para o paciente a dieta da panqueca de Nutella.

Porque ele irá conseguir seguir, mas vai dar péssimos resultados: “Já ganhei três quilos em três meses e meus marcadores de saúde foram para o lixo, né?”.

Temos que encontrar um equilíbrio entre as duas coisas.

E a redução calórica tradicional, que indiscutivelmente pode remover parte do excesso de peso e melhorar alguns marcadores, mas que é um sofrimento e ninguém segue a longo prazo.

Ainda mais nessas questões pontuais como o diabetes.

Rodrigo: São pontos diferente, né? Quando fazemos uma restrição calórica, as pessoas deixam de seguir, porque na maioria das vezes passam fome.

Podemos propor qualquer coisa — mas ninguém aguenta passar fome.

Em algum momento, você abandona e fala: “jamais continuarei passando fome”. Esse é um ponto.

Outro problema da restrição calórica é quando consideramos apenas as calorias que entram e que saem…

Seria uma coisa muito boa se conseguíssemos controlar as calorias que saem, mas não controlamos, né?

Diversos estudos mostram, quando fazemos redução calórica forçadamente, seu corpo se defende.

Ele simplesmente diminui o metabolismo dele. Ele diminui o que sai.

Guilherme: E uma coisa que gosto de falar nesse sentido quando alguém fala: “mas você está dizendo que a termodinâmica não funciona: calorias que entram e calorias que saem”. Falo: “não, mas é que não são variáveis independentes”.

Rodrigo: Exato, exato! É aquela história, o balanço calórico negativo é algo necessário, mas não é a causa.

Hoje, por exemplo, atendi um paciente que é diretor de cinema e disse: “era como se você não se preocupasse mais em fazer nenhum filme bom”.

Pois, se a intenção dele fosse apenas encher o teatro, ele tinha apenas que se preocupar com a entrada de mais gente no teatro.

Então, ele teria apenas que pegar um monte de policial e entuchar para dentro que teria o teatro mais cheio.

Besteira seria ele se preocupar em fazer um filme bom ou uma peça boa.

Porque é simples, para encher um teatro é só mais gente entrando que saindo.

Quando temos um foco somente nas calorias, é mais ou menos isso: menosprezamos todo restante do por que as pessoas comem.

As pessoas não comem apenas pelas calorias, elas comem para nutrir o corpo.

Então, o fato de você continuar comendo mais ou menos está muito mais associado a densidade nutricional e proteica do que necessariamente calorias.

E durante muito tempo focamos apenas em calorias.

Então, comer 100 calorias de um bife ou de um brigadeiro, a resposta seria a mesma.

E isso é desconsiderar totalmente não só a parte hormonal como também a parte nutricional.

A pessoa come 100 gramas de proteína e fica absolutamente saciada.

A outra pessoa come 100 gramas de bolo ou chocolate, e quer mais 100 gramas, não conseguindo parar.

É um pouco aquela ilusão de quando pensamos que tudo é caloria, você tem a falsa ilusão — que é até confortável — de que podemos comer de tudo um pouco.

Se tudo é caloria, basta comer um pouquinho de chocolate, comer só um pouquinho do bolo

Mas quem consegue comer somente um pouco desses alimentos industrializados?

Talvez até tenha algumas pessoas que conseguem, mas são poucas.

Outras comem muito, entretanto não engordam. Mas também é uma minoria.

Na verdade, a grande parte da população não consegue comer pouco desses produtos.

E não é por um a azar das pessoas: é que esses produtos foram desenvolvidos e produzidos para que você consuma muito.

Uma indústria alimentícia não irá fazer um sucrilhos para satisfazer o consumidor na primeira porção ingerida.

A ideia é o contrário: você comerá a primeira porção, terá muito prazer e irá querer repetir.

Pois, quanto maior for o consumo, maior será a venda.

Com isso, as pessoas se frustram por não conseguir comer pouco.

Entretanto, quando consumimos muito um produto industrializado não é por sermos fracos ou por termos uma compulsão.

Se olharmos por outro lado, estamos apenas servindo ao propósito daquele produto.

O qual é fazer com que tenhamos muito prazer e, assim, comermos muito.

É uma mistura de açúcar, óleo e gordura que são muito prazerosos.

E mais do que isso, com baixíssima densidade proteica, que não gera nenhuma saciedade.

Então, é por isso que acredito que do ponto de vista hormonal, fisiológico e até evolutivo, você pensar em uma dieta cetogênica associada ao jejum intermitente faz mais sentido do que simplesmente restringir calorias.

As pessoas podem continuar não seguindo, pois mudar hábito é difícil.

Entretanto, pelo menos eliminamos a questão da fome e saciedade.

Não tem ninguém que faça low-carb e passe fome.

Pois a orientação é justamente: “esta com fome? coma dentro dos alimentos que são permitidos”.

Ontem fiz uma enquete no instagram: “qual o seu pior inimigo dentro do processo de emagrecimento?”

E veja, o que interfere mais é “vontade de comer”, “questões emocionais”  e “vida social”.

São coisas muito complexas que estão por trás.

Mas se conseguirmos retirar a variável hormonal, nutricional e a fome fica muito mais fácil para pessoa seguir.

Existem pessoas sem dificuldades emocionais  e de vontade, e essas pessoas têm que saber qual é a melhor dieta.

Qual a dieta que, do ponto de vista nutricional, para resistência a insulina e para reversão do diabetes, funcionaria melhor.

Dieta Low-Carb E Tireoide: O Medo

Guilherme: Falou o necessário.

Acho que foi bacana começarmos com esse viés para retirar alguns obstáculos do caminho.

Muita gente irá falar que “low-carb somente coloca as pessoas em déficit calórico”. E não é isso que queremos?

Queremos um déficit calórico que as pessoas consigam aderir e não passem fome o tempo todo.

Essas são algumas questões importantes.

E, devido ao fato de as pessoas verem os casos de sucesso como estávamos dizendo —  até de modo distorcido com o viés do sobrevivente nas redes sociais —  muitas vezes já chegam querendo a dieta low-carb.

Funcionou para fulano, ciclano e beltrano

Mas, às vezes, elas têm alguns medos também.

Por exemplo, que a dieta low-carb possa fazer mal para os rins ou para os ossos.

E, mais especificamente para a glândula tireoide — que é o foco de hoje.

O que pode acontecer nesse sentido? Esse medo tem fundamento ou não?

Rodrigo: Se fosse falar de forma resumida: não têm problemas.

Por outro lado, estaria mentindo se dissesse que não haveria nenhum estudo que indicasse o aumento do hipotireoidismo.

Existe um sobre dieta cetogênica em crianças que mostrou que aumentou a incidência de hipotireoidismo.

Mas o problema da dieta cetogênica para o tratamento de epilepsia em crianças é que ela é absolutamente contrária ao que preconizamos.

A mesma é repleta de óleo vegetal e hipoproteica…

Então é difícil esperarmos que os resultados fossem iguais ao que preconizamos para adultos ou outras crianças.

Por conter muita gordura saturada, é uma dieta absolutamente inflamatória.

Mas na prática não.

Se fôssemos utilizar os critérios tradicionais de hipotireoidismo não tem nenhum estudo que demonstre prejuízo para função da tireoide.

Talvez fosse melhor explicar o que é tireoide. O que vocês acham?

Roney: Claro!

Tireoide: O Que É

Rodrigo: Tireoide é uma glândula pequena, que fica na frente do pescoço.

Quando está alterado ou com nódulos conseguimos até apalpá-la.

Mas embora muito pequenina, ela tem uma função muito importante para o nosso corpo.

Quase todas as células possuem receptores para os hormônios da tireoide —  regulando, assim, diversas funções do nosso corpo como a temperatura corporal, por exemplo.

O metabolismo pode funcionar mais rápido ou lento dependendo do hormônio tireoidiano.

O peristaltismo intestinal — no hipotireoidismo pode-se ficar mais constipado.

A alteração da temperatura corporal pode produzir intolerância ao frio…

Além de pele seca, memória, concentração, sonolência… são vários sintomas.

Não ter hormônio tireoidiano é muito prejudicial!

E não é à toa que paciente com hipotireoidismo tendem a ter doenças cardiovasculares.

Mas o que é a tireoide?

É uma glândula que produz, assim como uma fábrica, hormônios que irão agir em outras partes do corpo.

E ela é regulada por outra glândula, a hipófise, que produz o hormônio TSH.

Nesse caso, é importante entender que a tireoide seria como uma “fábrica” e o TSH como um “chefe” — entretanto, esse chefe é meio burro.

Pois ele consegue visualizar somente a quantidade que está sendo produzida na fábrica, nada além disso.

Imagine que seja uma fábrica que produza tecido e camisetas.

Se por acaso a fábrica começasse a produzir menos tecido e camisetas, a hipófise e o TSH iriam aumentar o tom de voz: “vocês tem que trabalhar mais!”.

E, com isso, a fábrica (tireoide) começa a produzir mais.

Ao contrário, se ele percebe que a fábrica está trabalhando bem, ou até em excesso, ele irá tirar um cochilo.

Entretanto, ele somente vê o que está acontecendo dentro da fábrica.

Mas qual é o problema no caso da tireoide?

O que a tireoide mais produz é um hormônio chamado T4 (tiroxina), e ela produz um pouco de T3 (triiodotironina), que na prática é o hormônio ativo (capaz de atuar nos receptores celulares e provocar respostas fisiológicas).

No caso da fábrica, seria como se o T4 fosse o tecido e o T3 as camisetas.

É uma fábrica que produz tecido e um pouco de camiseta.

Contudo, ninguém usa apenas tecido nas ruas (as pessoas usam camisetas).

Essa sobra terá que ir para outro lugar, por exemplo, uma costureira ou loja para ser transformado em camiseta e ser vestido (como um receptor).

Entretanto, nesse percurso entre a fábrica e o tecido ser transformado em camisetas poderão ocorrer vários percalços, e o chefe não irá ver…

Pode ser que todos na rua estejam andando pelados, e ele não irá saber — já que ele apenas olha a fábrica.

Quando pensamos em tireoide é mais ou menos isso.

Fazemos o diagnóstico preconizando os níveis de TSH.

Ele estando alto interpretamos que falta hormônio.

Se está normal, dizemos que não falta hormônio, produz hormônio suficiente.

Entretanto, olhamos apenas a fábrica — e, quando esse hormônio é produzido, ele cai no corpo e vai para o sangue, tendo que entrar dentro das células.

E é dentro delas, que ocorre a conversão entre o pré-hormônio (T4) em hormônio ativo (T3) que irá atuar nos receptores.

E esse processo de entrada dos hormônios nas células e a conversão de T4 em T3 podem estar prejudicados em inúmeras situações.

Podemos ter, por exemplo, o nível de TSH normal (chefe tranquilo) e estar faltando hormônio dentro da célula.

E esse talvez seja o maior problema, pois as pessoas têm os sintomas de hipotireoidismo e isso não é evidenciado pelo exame.

E voltando a sua pergunta.

Low-Carb Pode Fazer Mal À Tireoide?

Será que low-carb piora a função tireoidiana? De onde sai esse mito?

E veja, é quase uma dissonância cognitiva.

As mesmas pessoas que defendem somente o TSH como critério diagnóstico de hipotireoidismo, são as mesmas que falam que a low-carb prejudica a função tireoidiana pela diminuição do T3 na corrente sanguínea.

E realmente ele diminui, pois também está envolvido no metabolismo da glicose.

Assim, quando fazemos uma dieta low-carb, iremos diminuir a ingestão de carboidratos, ou seja, irá entrar menos glicose no sangue.

Portanto, não iremos necessitar apenas de uma menor quantidade de insulina, mas também de T3.

E isso significa que você piorou o hipotireoidismo? Provavelmente não.

E por quê?

O primeiro motivo é que a maioria das pessoas que fazem dieta low-carb…

E vocês têm tanta experiência quanto eu tenho nesse sentido — do relato das pessoas.

(Porque eu também noto no site de vocês e no Instagram que as pessoas que estão dispostas a mudar o estilo de vida compram o guia low-carb publicado por vocês, o qual tive o prazer de ler antes antes de ser publicado. É um guia bem legal e completo!)

E o que as pessoas relatam para vocês? Alguém relata sintomas de hipotireoidismo como maior cansaço?  Não, é muito pelo contrário.

Guilherme: É muito pelo contrário. É “mais disposição!” “Durmo melhor!”

Rodrigo: É maior disposição, perda de peso, estou dormindo melhor, meu intestino melhorou.

Guilherme: “Não tenho mais o pé gelado” muitas vezes, né?

Rodrigo: Exato! Essas pessoas têm sintomas exatamente contrários aos da falta dos hormônios tireoidianos.

Seria muita estupidez uma pessoa que melhora de todos os sintomas, abaixa T3 —  que é algo desconsiderado por todas guidelines — e você diz que a low-carb piora a tireoide por causa disso.

De qualquer forma haveria uma forma mais precisa de saber isso.

Se formos pegar 1880, quando se descobriu o hipotireoidismo, percebeu-se que as pessoas ao retirar a tireoide desenvolviam mixedema — sintoma extremo da falta de hormônio tireoidiano.

E com isso, eles começaram a repor hormônio tireoidiano de formas bem arcaicas como, por exemplo, com suco de tireoides…

E assim, começaram a perceber os sintomas do hipotireoidismo.

E até metade do século passado, o diagnóstico e tratamento eram baseados apenas nos sintomas e na taxa metabólica basal e temperatura corporal.

A taxa metabólica basal tem uma associação direta com o hipotireoidismo segundo vários estudos — e eles iam tratando a pessoa até essa taxa normalizar.

E tem alguns estudos que demonstram isso, eles pegam pacientes com uma dieta preconizada atualmente — com doces, guloseimas e massas — e medem o metabolismo dessas pessoas.

Posteriormente, pegam essas mesmas pessoas e aplicam uma dieta low-carb.

E olha que interessante, embora o T3 tenha caído, a taxa metabólica se mantém.

E quais conclusões podemos tirar desses estudos?

De duas uma: a queda do hormônio T3 foi devido a diminuição da glicose no sangue ou, sendo mais ousado, a dieta low-carb melhora a sensibilidade de T3 na periferia.

Assim, do ponto de vista científico não existe nenhum motivo para contra indicar dietas low-carb ou jejum intermitente para quem tem hipotireoidismo.

Do ponto de vista prático podíamos falar até o contrário.

Se o paciente produz menos hormônio tireoidianos, e eles são importantes para o metabolismo da  glicose, seria importante comer menos carboidrato. “

Essa seria uma outra forma de ver a mesma situação.

E é muito interessante que a dieta low-carb é uma dieta anti-inflamatória, por deixarmos de comer produtos industrializados.

E talvez não exista nada que prejudique mais a conversão de T4 em T3 que a inflamação do corpo.

Então, quando fazemos uma dieta low-carb e tiramos esses alimentos que são mais inflamatórios e controlamos a diabetes, teoricamente melhora-se a atuação dos hormônios tireoidianos, sendo mais comum vermos pacientes diminuírem as medicações.

Mas claro, em pacientes que já possuem uma doença muito avançada, isso provavelmente não ocorrerá.

Entretanto, ela pode passar a ter uma conversão melhor dos pré-hormônios (T4, Puran, Levotiroxina comprados em farmácia) em hormônios ativos levando a melhora dos sintomas, mais disposição, melhora do cabelo e das unhas — todos os sintomas que estamos acostumados a ver em pacientes com hipotireoidismo.

Dieta Cetogênica E Tireoide

Roney: Era isso mesmo Rodrigo. Caramba! Foi uma verdadeira aula.

Nossa, é muita informação boa! Ficou muito bem explicado, o pessoal vai conseguir entender direitinho. Adorei a resposta!

E queria aprofundar sobre a dieta cetogênica, que é semelhante a dieta low-carb, mas com uma maior restrição de carboidratos.

A mesma resposta se aplica nesse caso ou não?

Rodrigo: É absolutamente a mesma.

As pessoas têm muita paúra em restringir carboidratos, não sei se devido a conceitos errados como, por exemplo, “se precisamos de glicose para o corpo, logo precisamos de carboidrato”.

Mas se esquece da nossa capacidade de produzir glicose através do fígado.

E, se formos pensar do ponto de vista nutricional, quais são os alimentos mais densos do ponto de vista nutricional?

São justamente aqueles contemplados por uma dieta cetogênica: carnes, ovos e vegetais de baixo amido.

Quanto maior a relação proteína-energia, coincidentemente maior a densidade nutricional dos alimentos.

E se formos pensar do ponto de vista evolutivo e científico, e não do ponto de vista do prazer e da vida social, que comemos para nutrir o corpo e não para armazenar calorias, não teríamos porque comer outros alimentos.

Pois tudo que a tireoide precisa para funcionar teríamos nesses alimentos: zinco, complexo B, magnésio …

Tudo tem numa dieta cetogênica.

Seria um medo quase infundado, sem a menor justificativa.

E veja, as pessoas fazem dieta cetogênica e melhoram, continuam bem, fazendo maratonas.

Então é algo que a realidade já mostra que não é uma verdade e os estudos também demonstram, retirando aquele estudo que mencionei que era em criança com uma alimentação mais inflamatória que poderia justificar as alterações …

Nenhum estudo com dieta cetogênica ou low-carb mostrou o aumento do hipotireoidismo usando o TSH que é preconizado nas guidelines.

Para Que Servem Os Exames?

Guilherme: Entendi. E é importante dizer que esse critério observado do TSH das guidelines que é o chefe gritando na fábrica.

E não mesmo, a verificação diária e mesmo subjetiva dos sintomas e de como a pessoa se sente…

Porque, no fim das contas, você tem que viver com você mesmo, todos os dias, no seu corpo.

E utilizar os exames como uma orientação sobre a existência de algo a se preocupar.

E não ficar procurando “atingir certos níveis” no exame à despeito de como você se sente, né?

Rodrigo: É! até coloquei algo recentemente no instagram, refletindo, que é mais ou menos assim: “se a medicina continuar tratando somente exames, seremos substituídos por robôs no futuro”.

Então, um paciente  chega e fala: “eu gostaria de fazer um check-up”.

O médico: “sua idade é essa… faça esses exames.”.

E o médico recebe e vê que tudo está dentro  dos valores de normalidade e, por isso, diz para o paciente: “não precisa fazer absolutamente nada, seja feliz”.

Entretanto, quando olhamos para essa pessoa, ela está cansada, com queda de cabelo, indisposta e com intolerância ao frio.

É interessante que a história do hipotireoidismo guarda uma relação muito próxima com a história da gordura saturada.

Tínhamos tratamentos feitos de uma forma — claro que com excessos como nos casos de suco e extrato de tireoide — , mas a partir de mecanismos altera-se todo diagnóstico e definição de tratamento de uma doença.

E depois temos uma consequência, por exemplo, na restrição de gordura todos passaram a comer alimentos industrializados que são ricos em gordura vegetal e açúcar, levando a consequências como diabetes, hipertensão etc.

No caso do hipotireoidismo, ao fazer um tratamento descobriu-se, por um acaso, que o T4 se transforma em T3.

E como descobriram isso?

Retiraram a tireoide de um ratinho — ou seja, removeram a fábrica — e apenas injetaram T4.

Contudo, a partir de exames sanguíneos perceberam a presença também de T3.

Com isso, concluíram que não era necessário a realização de reposição combinada de T3 e T4, parando de fazer isso.

Além disso, percebem a dosagem de TSH: quando a pessoa está com hipotireoidismo, os níveis de TSH aumentam.

Então, isso significa que se os índices de TSH estão normais, logo, a produção dos hormônios tireoidianos também está normal.

E isso parte de um mecanismo e cria uma outra premissa: quando o TSH estiver normal não há necessidade de reposição.

E todos os estudos se baseiam nessas duas premissas:

  1. o T4 se transforma em T3 sem problemas (pois o corpo é absolutamente capaz de saber o que é melhor de termos), e
  2. O TSH é o melhor marcador da concentração hormonal tireoidiana na periferia.

Além disso, elas também estão permeadas  por uma terceira premissa: a de que o uso do T3 é perigoso.

Porém, nenhum estudo demonstrou isso até hoje.

É claro: existem relatos de tentativa de suicídio, manipulação errada da droga… o que é algo de fato limitante atualmente.

Mas veja, existem estudos em pacientes que estão infartando, crianças pré cirurgia cardíaca, pacientes em depressão e fibromialgia que utilizam T3 e melhoram.

E mesmo nos estudos com hipotireoidismo que de fato não demonstraram benefícios do uso do T3, não houve aumento do número de efeitos colaterais.

Então, por que os estudos randomizados  não demonstram os benefícios do uso do T3?

Porque eles são baseados em premissas erradas.

As pessoas pararam de tratar pessoas — fomos deixando de valorizar os sintomas dos pacientes em detrimento aos exames.

Logo, se o paciente está com todos os exames normais, mas com todas as queixas de hipotireoidismo, passamos a considerar apenas o valor do exame.

É algo absolutamente errado, pois estamos nos baseando em premissas que foram demonstradas em vários estudos como falsas, erradas.

Mas, até conseguirmos mostrar que tudo feito nos últimos 30-40 anos está errado, é quase a mesma jornada da gordura saturada.

Guilherme: É com certeza muito mais difícil desfazer o mito do que plantá-lo em primeiro lugar.

Rodrigo: Com certeza, com certeza…

A Dieta Carnívora É Saudável?

Guilherme: Então Rodrigo, falamos sobre a dieta low-carb que é uma dieta mais baixa em carboidratos, e que hoje em dia vemos cada vez mais pessoas aceitando e seguindo como estratégia alimentar.

Também falamos um pouco sobre a dieta cetogênica que é ainda mais restrita em carboidratos, mas que permite saladas, abacate…

Então, ela é ainda uma dieta em que conseguiríamos montar pratos interessantes e em que você conseguiria mostrar para alguém um prato com peixe, salada e azeite

E praticamente todo mundo diria: “esse é um prato saudável”.

(Falamos sobre isso neste post abaixo, no Instagram.)

View this post on Instagram

1 – “Cuidado com essa dieta low-carb – ela não emagrece” 2 – “Dieta low-carb até emagrece, mas não é saudável” 3 – “Dieta low-carb até emagrece, e até é saudável – mas ninguém consegue seguir por muito tempo.” . Ao longo dos últimos 5 anos, vimos as objeções sobre um estilo alimentar mais baixo em carboidratos migrarem progressivamente . Primeiro, havia uma “descrença” de que a low-carb funcionaria para emagrecer (A frase #1) . Mas, com tantos estudos (e mais ainda casos reais de pessoas comuns), essa posição ficou impossível de defender . Então mudou-se para a frase #2. Ela até emagrece, mas não é saudável. Faz mal. Tem muita gordura. Vai te matar . Acho que é aqui que uma boa parte das pessoas está agora. Acha que a low-carb é uma intervenção momentânea e radical . Mas que, assim que possível, deve voltar para a carbolândia, e comer de novo todas aquelas comidas que as fizeram engordar em primeiro lugar . Este prato é uma resposta a esta crença . Afinal, alguém consegue discordar que brócolis, peixe, e cenoura, temperados com azeite de oliva, são alimentos saudávels? . Então como a dieta não é saudável – se é baseada em alimentos que TODO MUNDO SABE que fazem bem? . (Claro que beber oleo de soja com um pouco de maltodextrina também é baixo em carboidratos – mas isso não quer dizer que seja saudável. Por isso, vale o princípio da “comida de verdade”) . O que nos leva à frase 3. Ok, emagrece. Ok, é saudável. Mas “ninguém” consegue seguir . Aqui estão dois “ninguéns” que seguem esse estilo alimentar ha quase 6 anos . E eu aposto que tem muito mais “ninguéns” por aí . Você é um deles? Comenta aqui embaixo! . #senhortanquinho #paleo #paleobrasil #primal #lowcarb #lchf #semgluten #semlactose #cetogenica #keto #atkins #dieta #emagrecer #vidalowcarb #paleobr

A post shared by Guilherme e Roney (@senhortanquinho) on

Porém, tem um grupo de pessoas — cada vez maior pelo que vemos nas mídias sociais —  que segue a estratégia de se alimentar apenas com produtos de origem animal, a chamada dieta carnívora.

Nesse contexto, o que podemos dizer sobre a relação entre a dieta carnívora e a saúde da tireoide?

Rodrigo: Ótimo. Do ponto de vista científico, temos poucos estudos relacionados a dieta cetogênica e a tireoide… imagine em relação à dieta carnívora.

Se fomos pensar em estudos randomizados … não me lembro de ter lido um estudo comparando a dieta carnívora com outra dieta.

Mas vale a pena lembrar que os alimentos de origem animal são os mais densos do ponto de vista nutricional e proteico.

Não temos estudos a longo prazo com a dieta carnívora, mas



This post first appeared on Senhor Tanquinho, please read the originial post: here

Share the post

Podcast #060 – Como A Dieta Low-Carb (Ou Cetogênica) Pode Se Relacionar Com A Saúde Da Sua Tireoide E O Seu Peso, Com O Endocrinologista Rodrigo Bomeny

×

Subscribe to Senhor Tanquinho

Get updates delivered right to your inbox!

Thank you for your subscription

×