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Gestão da pandemia em cima do joelho

O recrudescimento da pandemia no inverno era há muito antecipado. Desde a descoberta da nova variante designada por Omicron, mais transmissível, que cientistas, autoridades de saúde e governos de todo o mundo começaram a preparação para uma nova vaga.

No país e no mundo, governos foram preparando e implementando Medidas. A nível nacional, o governo da república ouviu especialistas, dialogou com partidos políticos e preparou um conjunto de medidas que foram anunciadas antecipadamente.

Esta atuação contrasta gritantemente com a forma como o governo regional dos Açores planeia e decide. Não ouve ninguém, não procura diálogo. Resume-se a reunir o conselho de governo e anunciar as medidas a aplicar no dia seguinte. Medidas que têm impacto sério na vida de milhares de famílias. É um governo que se vê como autossuficiente e que não respeita quem é afetado pelas medidas que determina.

Avaliou mal a situação atual, determinando medidas restritivas apenas para S. Miguel, quando já existiam ilhas com mais casos ativos por mil habitantes do que na ilha mais populosa. Corrigiu poucos dias mais tarde.

Decidiu encerrar as creches e ATL de véspera, o que implica reorganização da vida familiar e que as empresas e serviços se reorganizem devido à ausência de muitos trabalhadores.

O governo ignora esses impactos pensando que a publicação de uma resolução em jornal oficial resolve todos os problemas, como que por magia.

Volta a anunciar o encerramento de escolas deixando para o dia seguinte informação sobre os apoios às famílias, deixando milhares de pessoas na angústia de não saber se perderão ou não salário.

Qual é o objetivo desse suspense? Permitir que o vice-presidente apareça como o polícia bom que atribui as benesses enquanto o secretário da saúde é o polícia mau que anuncia as restrições? As lutas de poder no governo só prejudicam as famílias açorianas.

Noutra frente de combate à pandemia, decidiu-se em todo o país avançar para a vacinação das crianças entre os 5 e os 11 anos. Em todo o país, exceto nos Açores, onde o governo afirmava, até há bem pouco tempo, que a sua prioridade era vacinar os grupos de risco.

Recordo que ainda em agosto os Açores foram a primeira região a declarar-se pronta para avançar com a terceira dose da vacina para grupos de risco. A preparação era tal que se desativou o maior centro de vacinação da região, em Ponta Delgada. Esse reforço arrastou-se por isso no tempo e o atraso não permite agora avançar com a rapidez necessária para a vacinação das crianças mais jovens.

Com o número de casos diários a atingir ontem quase 250, não é difícil imaginar que haverá implicações sérias na gestão da pandemia na região, na saúde pública e no percurso escolar das crianças. As escolas e ATL reabrem já dia 10 de janeiro, sem que uma única criança entre os 5 e os 11 anos esteja vacinada nos Açores. O encerramento de escolas nos próximos meses não pode ser novamente a primeira arma de combate à pandemia.

É ainda difícil compreender que se encerrem creches, escolas e ATLs ao mesmo tempo que ocorram festas de passagem de ano em espaços fechados onde naturalmente as pessoas estarão sem máscara. E que se diga que a fiscalização dos testes à entrada é da responsabilidade de profissionais de saúde. Haverá um enfermeiro em cada festa? Parece brincadeira, mas foi isso que foi dito num esclarecimento da Direção Regional de Saúde.

Este conjunto de decisões descoordenadas e demonstra uma clara falta de planeamento e capacidade de antecipação por parte do governo regional. É hora de acertarem passo.



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