No princípio era eu e a minha sombra, dependente de mim e espontânea pela luz que me alumiava.
A minha sombra que depende em tudo de mim, não depende da minha vontade para existir, não é autónoma na locomoção, mas sem a minha existência não existe.
A Sombra existe porque é um "reflexo de mim" mas não é eu. É uma cópia do estado e tempo em que existo, mas não representa a verdade de mim. A minha sombra não existe sem a luz, ainda que seja a representação da noite, esta existe pela ação da luz do dia.
Pulo e brinco com a sombra, mas ela finge que brinca comigo imitando os meus passos e as formas que descrevo no ar. Embora na minha vontade estejam reflectidos os sentimentos e sensações, a minha sombra é fria e mexe-se provocada pela luz que passa ao meu redor.
Eu e a minha sombra somos um só.