Entrei no Orkut em 2004, por insistência do Dudu Maroja, e vivi tantos momentos importantes nesta rede social que nunca tive coragem de apagar meu perfil. Fui um dos primeiros a entrar e permaneci na festa até o final, mesmo após sua decadência e longa agonia.
Hoje é o último dia do Orkut e aproveitei para reler meus depoimentos (os recebidos e os enviados) e lembrar de tantas histórias que passei neste tempo todo. Boa parte do meu capital social foi construído no Orkut e muito do que vivi teve esta rede como um espaço de afeto mediatizado.
Cultivei relacionamentos (duradouros alguns e outros nem tanto), contatos profissionais e grandes amizades lá. Conheci meu pai (em 2008), toda minha família paterna e ganhei um sobrenome novo, além de ainda guardar um depoimento romântico da Mariana em nossos primeiros meses de namoro (em 2010).
Talvez a letra de In My Life, dos Beatles, consiga traduzir o que sinto neste momento, lembrando de tanta coisa que se passou durante estes 10 anos de Orkut, especialmente nos trechos abaixo:
“Todos esses lugares tiveram seus momentos
Com amores e amigos dos quais ainda posso me lembrar
Alguns estão mortos, e outros ainda vivem
Em minha vida, eu amei todos eles”
[…]
“Embora eu saiba que nunca vou perder o afeto
Por pessoas e coisas que vieram antes
Eu sei que, com frequência, eu vou parar e pensar nelas
Em minha vida, eu amo mais você”
Em outras palavras, com o perdão da pieguice: o Orkut vai morrer e vai pro céu das redes sociais, mas continuará vivo em meu coração junto com todas as lembranças que ele me proporciona.
Adeus, Orkut, e obrigado por tudo!
P.S.: O Orkut será oficialmente encerrado hoje, mas você pode fazer backup dos seus dados e fotos neste link até 30 de setembro de 2016.