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A despedida de Xavi e o fim de uma era

Por Danilo Frazão*

À medida em que Nossa “geração PlayStation” crescia, um jovem meio-campista, hoje veterano, ajudou imensamente a colher a safra de jovens alienígenas que então surgira em Nosso futebol. Este gênio sempre esteve lá. No processo de concepção, construção e principalmente na execução de tal onda, que aguardava apenas o mais gentil sismo para ganhar vida. Estou falando de Xavi Hernández.

Vem cá, você já jogou Winning Eleven num PlayStation 1 alugado? Com os controles mais lamentavelmente possuídos pela sujeira? Ou quem sabe teve que abdicar de valiosos (porém poucos) reais do lanche para satisfazer seu incontrolável desejo de DIBRAR (sic).

Jogar com o lateral-esquerdo Roberto Carlos no ATAQUE? Que ser humano são pensaria em cometer tal atrocidade? Nós cometíamos. Aquele petardo valia a ousadia. Enfim, você não apenas sabe do que eu tô falando mas também sentiu uma bomba de nostalgia explodir no seu peito enquanto lia essas perguntas. Essa, Meu Amigo, é a velha-guarda da Geração PlayStation.

A segunda wave também teve seus charmes, não preservou nem as Leis da Física mas nos encantou com a niilista rebeldia do Bomba Patch. Eu quero dizer, leia esse nome três vezes e tente não ouvir um Staind bem cretino tocando na sua cabeça. Naquela época nós respeitávamos Nickelback, inclusive. Que tempo, meus amigos.

Voltemos ao contexto. Após diversas viagens à nossa infância (e pré-adolescência, também) devemos prestigiar este homem, que esteve por trás de todo aquele deleite que era quase chegar ao ponto de pôr em chamas a rede adversária, tamanho requinte de crueldade que o êxtase do tento carregava. Linguagem de “boleiro”, acima de tudo.

Zinedine Zidane, Thierry Henry, Roberto Carlos, Ronaldo Nazário, Dennis Bergkamp, Gabriel Batistuta, David Beckham, Pavel Nedved, Andriy Shevchenko e até o menos aclamado Obafemi Martins. Esses são nossos ídolos. Estes senhores, hoje aposentados, em suas versões virtuais, nos salvavam dos mais terríveis pesadelos em 3D. Uma salva de palmas aos nossos heróis.

Alguns ainda nos aprazem com maravilhosas exibições de puro futebol, como é o caso de Alessandro Del Piero, Wesley Sneijder, Andrés Iniesta. Você deve estar se perguntando “CADÊ O RONALDINHO?”. Meu amigo, não é preciso nem citar o nome de nosso todo poderoso dibrador, ele é onisciente, onipresente e onipotente.

O caso é que nosso querido meia catalão – atentem, catalão! – está se despedindo de nós, inconsoláveis fãs do futebol bem jogado e, principalmente, do estilo cerebral que nosso midfielder conseguiu eternizar. Nosso mago da classe conseguiu também, assim como outras lendas que não pude deixar de citar, consolidar nosso estilo Joga Bonito de ser.

E o que me enche de orgulho é saber que reconhecemos esse período mágico de nossas vidas, e o boleiro que prestou tributo ao gênio de La Masia simplesmente sintetizou vários anos de infinitos combos refrigerante, batata e controles engordurados em três minutos e dezessete segundos.

Isso significa o reconhecimento de uma era, a licença que faltava para patentear a Geração Playstation. Escreve aí, é o que nós somos. É a epítome do nosso ser. O rapaz que utilizou o FIFA 2015 como veículo para sintetizar todo um movimento em forma de homenagem. Parabéns, guerreiro. Aplaudo de pé. Confiram:

Entretanto, muitas pobres almas carentes de dribles humilhantes ainda insistem em invalidar nossa legitimidade. Nós somos a vanguarda de nosso tempo, jovens. Uni-vos em prol de nossa causa. Orgulha-te de como o futebol prencheu tua vida. Na vitória, encheremos o saco de vosso companheiro, e na derrota tentaremos obscurecer a glória dele utilizando os argumentos mais sacanas possíveis. Amém.

Danilo Frazão
19 anos.
Boleiro pós-moderno.
Bicolor perdidamente apaixonado.



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