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Onde investir em Março 2023-o ano começou! 

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“Se querer é poder, querer é vencer.”

“Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado!”  

RUY BARBOSA (1849-1923)

Onde investir em Março 2023-o ano começou!

Prezado leitor,

Hoje é aniversário de 458 anos da Cidade Maravilhosa. Então temos uma história sensacional do maior crash do Mercado financeiro brasileiro.

Histórias do Mercado –  A MAIOR BOLHA DA HISTÓRIA DO BRASIL

“Cavalo encilhado não passa duas vezes” DITADO POPULAR

O brasileiro investe em bolsa há séculos. Verdade verdadeira. Desde o início da monarquia (1822) já havia uma bolsa organizada por aqui.

A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro

A Bolsa de Valores do RJ foi a bolsa de valores mais antiga do país, inaugurada em 14 de julho de 1820, três anos depois da “Bolsa Baiana” que era chamada de Junta dos Corretores, que só começou a operar em 1851, por decreto imperial.

A bolsa principal era a do Rio de Janeiro e se tratava apenas de um lugar, não existindo como personalidade jurídica.

Em 1820, ela funcionou no finalzinho da Rua Primeiro de Março, onde é hoje a Casa França-Brasil.

Antes do início formal de suas operações, os negócios eram realizados em uma espécie de pregão ao ar livre. Essa atividade comercial ganhou grande impulso a partir da vinda da família real para o Brasil em 1808, o que levou às primeiras tentativas de organização do mercado. Surgiu então o conceito de Praça de Comércio, que já tinha algumas características de um pregão organizado.

O primeiro surto de criação de sociedades anônimas no Brasil se dá na década de 1850, fenômeno este personificado na figura do Barão de Mauá.

Por ação dos conservadores, que enxergavam as sociedades anônimas como potenciais competidores pelos recursos até então inteiramente canalizados para a monocultura escravagista, em 22 de agosto de 1860 é promulgada a Lei nº 1.08399, vulgarmente conhecida como “Lei dos Entraves”.

A “Lei dos Entraves” tinha como intenção dificultar a criação e a operação das sociedades anônimas. Entretanto, na prática, para além de dificultar as sociedades anônimas, atravancou a liberdade de negociar e arruinou o mercado de capitais enquanto a referida legislação esteve em vigência.

A partir da década de 1880, como parte de um esforço para incentivar a  industrialização nacional, os entraves impostos pelo arcabouço jurídico dos anos 1860 começam a ser levantados.

A desburocratização e extinção da legislação relacionada à “lei dos entraves” agregou vigor ao mercado de capitais e emancipou a liberdade de negociar. A retirada de restrições governamentais levou a expansão monetária e aos investimentos especulativos.

A remoção dos entraves em momento de farto e fácil crédito, em adição à facilidade indiscriminada do lançamento de novas sociedades anônimas, constituiu um dos elementos basilares da gana especulativa dos papéis negociados na bolsa do Rio de Janeiro nos anos do Encilhamento, que iremos ver mais a frente.

A primeira usina hidroelétrica era inaugurada e as ferrovias, apesar de não constituírem propriamente uma novidade na década de 1880, desbravavam o oeste paulista e se multiplicavam por todo o Império.

Na capital do império, então município neutro ou mais popularmente denominado Corte, o comércio de luxo florescia. Itens europeus, principalmente ingleses e franceses faziam fervilhar o comércio. Em todos os logradouros do país a moda era ser europeu.

Desde o ano de 1886, é esboçada uma onda especulativa na bolsa do Rio.
Tal onda é precedida, na década de 1876 a 1886, de um incremento de 1.067% nas movimentações em bolsa e uma elevação de 231% no número de companhias listadas.

Nos dezoito anos compreendidos entre 1872 e 1890 a população da Corte praticamente dobrou, passou dos 274.972 habitantes em 1872 para 522.651 em 189019, população esta três vezes superior à de São Paulo.

O império, por sua vez, evolui de aproximadamente 10 milhões de súditos em 1872 para cerca de 14 milhões em seu último ano.
Apesar da imigração europeia que crescia acelerada em fins do século XIX, o Brasil era negro. Negros e pardos constituíam metade da população brasileira.
Quando da abolição do elemento servil em 13 de maio 1888, mesmo com todas as medidas restritivas à escravidão legal que remontavam ao fim do tráfego negreiro em 1850, somente na corte 7.488 pessoas ainda eram vitimadas pela situação de escravidao.

No início de 1888, nos estertores da escravidão e já prevendo a abolição, o governo imperial avaliava legislações que indenizariam proprietários de escravos e que ao mesmo tempo agregassem liquidez ao sistema bancário. Visava-se o atendimento das robustas pressões de crédito que fatalmente ocorreriam após a eliminação do elemento servil.

Um pouco de história antes da estória

Torna-se necessário destacar os mecanismos de financiamento por parte das companhias que realizavam lançamento de novos papéis na Bolsa de Valores. As condições para o pagamento das prestações seguintes após a prestação inicial eram estipuladas nos anúncios de lançamento de ações. Usualmente, o acionista realizava inicialmente 10% da subscrição de capital para aquisição de ações. Os outros 90% restantes eram integralizados à medida que a companhia os demandasse. As chamadas de parcelas para integralização de capital variavam de acordo com as necessidades de caixa e o início das atividades do projeto em questão.

Permanecia a obrigação pela integralização do capital, bem como permaneciam as penas por seu descumprimento. Ao acionista pairava a possibilidade da perda de todo o capital investido caso as demais parcelas não fossem pagas nas datas estipuladas e sempre observando demais especificidades contidas nos estatutos da companhia.

Em novembro de 1889, o até então convicto monarquista e amigo próximo do imperador, Marechal Deodoro da Fonseca, capitaneia o golpe republicano que derruba a já decrépita instituição monárquica. O jurista Ruy Barbosa assume como o primeiro ministro da fazenda do período republicano e assim permanece até 1891.

Rui Barbosa | Academia Brasileira de Letras 

A Política do encilhamento

Baseado no sistema bancário norte-americano, Ruy Barbosa estabeleceu uma política monetária focada na livre emissão de créditos monetários. Desta forma, para estimular a industrialização e o desenvolvimento de novos negócios, os bancos passariam a liberar empréstimos livremente às pessoas, sem mesmo saber de suas reais condições de pagamento.

Esta política ficou conhecida como encilhamento.

Encilhamento é o local no hipódromo onde os cavalos eram preparados e onde os apostadores buscavam informações dos melhores palpites para os páreos do dia. Também era o local onde os conchavos eram arquitetados. O termo foi utilizado para dar nome ao movimento especulativo devido à sua analogia com a crença de tentar se aproveitar, a qualquer custo, de oportunidades “únicas” de enriquecimento quando elas se apresentam. Esta analogia é reforçada no ditado popular “cavalo encilhado não passa duas vezes“.

Para financiar o enorme volume de empréstimos, o governo foi obrigado a fazer grandes injeções de dinheiro no sistema econômico, provocando uma grande desvalorização da moeda, o que resultou em altíssimos níveis de inflação. Além do mais, o dinheiro concedido por meio dos empréstimos na maioria das vezes não era utilizado de forma eficiente. Um prova disso era o pouco tempo de vida de inúmeros estabelecimentos comerciais e industriais. ”

Mesmo com o encerramento das atividades de muitas empresas, as ações das mesmas continuavam à venda na Bolsa de Valores, inclusive com preços ascendentes. Tudo isso gerou uma enorme especulação financeira, surgimento de empresas-fantasmas, etc., complicando ainda mais a situação econômica da nova república”

Sua gestão é marcada pela crise do Encilhamento e o surto infacionário decorrente de políticas “emissionistas”. No entanto, também esteve na pauta do então ministro promover políticas de industrialização.

Conde de Leopoldina pelo Reino de Portugal, Henry Lowndes (1861-1931)

Designado Conde de Leopoldina pelo Reino de Portugal, Henry Lowndes (1861-1931), natural da Escócia, chegou ao Brasil aos seis anos de idade com os pais. Desde cedo, entrou para o mundo dos negócios, no qual se tornou industrial do ramo de tecidos. No início do encilhamento, aproveitou as facilidades da bolha para construir um império incorporando empresas têxteis. Também montou a holding Companhia Geral de Estradas de Ferro, que absorveu a ferrovia Leopoldina.

Sua criação foi possível graças a uma emissão de debêntures financiadas no mercado a termo. A “Geral”, como era chamada, protagonizou a maior falência do encilhamento, e Lowndes foi perseguido pelo governo Floriano Peixoto, que, de forma truculenta, confiscou o seu patrimônio.

A ostentação máxima do período, coube a ele mesmo, o nosso personagem de hoje: Henry Lowndes. Ao invés de cavalos, uma parelha de Zebras importadas da África puxava sua Landau, suntuosa charrete de capota dupla que desfilava de sua casa do Catete ao pregão.

A bolha especulativa cresce

Em 1890 torna-se evidente o aumento do número de companhias com papeis negociados na bolsa. Ato contínuo, registra-se acentuada queda no número de companhias listadas a partir de 1891.

Das companhias listadas, a maior parte permanecia cotada na bolsa no início de 1900.

Parte destas empresas continuou a exercer suas atividades ao longo das décadas do século XX e algumas se tornaram empresas longevas que lograram êxito em permanecer em atividade em pleno século XXI

Ofertas Públicas? Temos! A maior de toda a história.

Entre julho de 1888 a março de 1891 foram, em média, 17 novas ofertas por mês.

A bolsa ostentou 456 empresas listadas no auge do boom. Hoje a B3 tem por volta de 475.

No início da euforia, ferrovias, fazendas. No auge, padarias, armazéns de costura e – funerária!

Era a Companhia Empresa Funerária que adquiria terrenos e prometia “fornecer serviço perfeito à sua última morada” — dizia o anúncio, além de “carros asseados de primeira ordem para transportar suas donzelas”.

A demanda por ofertas públicas ultrapassava duas, três vezes a oferta. Só subiam.

No último dia de subscrição, vinha gente de toda a cidade arrear o cavalo na sede da corretora e registrar sua intenção de investimento.

Apesar do surto industrial como um de seus efeitos, a bolha especulativa do encilhamento promoveu forte choque no mercado de capitais nacional. Companhias foram criadas e foram à falência da noite para o dia, fortunas feitas e desfeitas em um piscar de olhos, sonhos dilacerados e um profundo e duradouro impacto negativo no mercado de capitais brasileiro como seu principal legado.

A palavra Encilhamento passou a designar tanto a política econômica como a crise financeira do período.

Os papéis negociados na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, ao caírem de preço, levaram à ruína milhares de pequenos investidores e mesmo alguns fazendeiros fluminenses.Embora três ministros tenham sido responsáveis pelo comando da economia no período – Visconde de Ouro Preto, Ruy Barbosa e Barão de Lucena -, o estigma da crise ficou associado à gestão de Ruy. Sua política monetária expansionista é comumente apontada como responsável pelos descalabros financeiros do período.

Logo, o Encilhamento, que devia preparar o Brasil para os novos tempos, foi uma política fracassada. Ainda assim, fortaleceu o setor primário e fazendeiros de grande porte, os quais desejavam maior atenção da economia ao seu setor.

Encilhamento aconteceu há mais de 100 anos atrás, mas várias medidas similares ainda se repetem anos depois, em outros países inclusive, como no caso da subida da Bolsa americana pós Covid de 2020-2021.

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E  o mercado em fevereiro?

Voltando a 2023, com a percepção de que a Selic ficará parada por mais tempo em 13,75% ao ano, ficou difícil combater o tripé liquidez, retorno e segurança da renda fixa.

Resumindo, as taxas de juros permanecerão elevadas favorecendo os ativos de renda fixa.

Por outro lado, custo de capital elevado e economia em marcha lenta devem penalizar os resultados de boa parte das empresas com reflexos nos preços das ações.

Estamos observando o início de uma crise de crédito no país?
Pelo lado de mercado de capitais, o evento de Lojas Americanas trouxe perdas atípicas para fundos de Renda Fixa e Crédito Privado, que passaram a sofrer resgates e vender papéis a mercado, causando aumento generalizado dos spreads de crédito de debêntures e letras financeiras, que são os instrumentos mais tradicionais desse mercado.

Algumas empresas contrataram  especialistas em reestruturação de dívida ou entraram em recuperação judicial: Light, CVC, Oi, entre outras. As notícias também continuaram com empresas conhecidas, como grupo Raiola, Lojas Marisa e Tok Stok.

Natural que eventos viessem seguidos por downgrades por agências de rating e trades mais estressados no mercado de capitais, junto com resgates adicionais nos fundos de crédito e um mercado primário congelado.

Recomenda-se cautela ficando com aplicações em risco de crédito bancário garantidos pelo FGC.

Novo Anúncio do Governo sobre Petroleiras e a Tributação sobre exportação

No meio de diversos anúncios em relação à reoneração dos impostos federais sobre os combustíveis (gasolina e etanol), assim como outras definições sobre a política de preços da Petrobras, o Governo Federal anunciou que irá tributar a exportação de óleo cru (petróleo bruto) por 4 meses com uma alíquota de 9,2%.

O objetivo dessa medida é aumentar a oferta de petróleo no mercado interno, visando o aumento do refino no país. Com isso, se espera também cobrir parte da arrecadação que o governo abriu mão, dado que a reoneração dos combustíveis retornou em patamares abaixo dos níveis anteriores à desoneração ocorrida no ano passado.

O anúncio de uma taxação de 9,2% prejudica as petroleiras da bolsa, notadamente as privadas e independentes, dado que boa parte da produção da Petrobras é direcionada ao mercado interno e, portanto, a companhia não deve sofrer significativamente como novo imposto.

O cenário que mais assusta é o de manutenção desse novo tributo, que por enquanto tem um prazo de 4 meses, mas poderá se tornar permanente por meio de votação no Congresso ao fimdesse prazo.

A volta dos impostos é um passo importante na implementação dos planos de Haddad. Mas isso seria suficiente para permitir a queda dos juros básicos, um desejo que foi expresso ontem novamente pelo ministro?
A medida ajuda bastante, mas há uma preocupação muito grande com a desancoragem das expectativas de inflação.

Conforme dados da Bloomberg, a curva dos contratos de DIs elevam precificação de corte da Selic em junho para pouco mais de 50% de possibilidade de redução, contra apenas 9,66 pontos ontem.

A piora das expectativas foi causada por vários fatores, entre os quais a percepção crescente de que o Copom não terá autonomia, se não agora, no futuro, para perseguir as metas; e também pelos comentários de integrantes do governo sobre uma eventual mudança das metas.

Neste cenário, continuamos a enxergar os ativos pós-fixados, que acompanham a taxa Selic, como boas opções de investimento conservador, se beneficiando de patamares elevados de juros na conjuntura atual.

Investimentos em Fevereiro de 2023

Bolsa de valores

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