Get Even More Visitors To Your Blog, Upgrade To A Business Listing >>

Onde investir em julho: recessão à vista?

Gostou? Incentive o autor!

Onde investir em julho: recessão à vista?

Desde o início do ano, o principal tema de investimentos foi a resposta tardia dos bancos centrais pelo mundo à grande surpresa inflacionária observada no pós coronavírus e exacerbada pela crise da Ucrânia .

O foco dos mercados na maior parte desse semestre foi em indicadores de inflação e na aceleração de juros necessária para colocar a postura monetária em posição de reverter a trajetória de alta na variação de preços, voltando a convergir para suas respectivas metas.

Como a política monetária opera por meio de defasagens longas e variáveis, o impacto sobre taxas de Crescimento até agora vinha sendo relativamente modesto.

Quando o PIB fica negativo por dois trimestres consecutivos (ou seja, não há crescimento, mas sim, perda), entende-se que o país entrou em uma recessão técnica.

A narrativa do mercado mudou definitivamente da “inflação” para a “recessão”. Pela primeira vez em vários anos (quiça décadas) estamos vivenciando um cenário de desaceleração econômica (e aumento do risco de recessão) sem que os bancos centrais em G10 tenham a flexibilidade de ajustar sua política monetária em prol de mais crescimento.

As expectativas do mercado sobre a atividade econômica dos Estados Unidos se deterioraram e uma recessão é esperada. Quando consideramos a função de reação do FED nesse jogo, talvez o fator mais importante seja que as decisões de política monetária de um banco central não afetam a inflação corrente, mas tendem a agir na economia 12-18 meses à frente

A expectativa é que a economia global continue a desacelerar ao longo dos próximos meses, apertando ainda mais as condições financeiras, e dentro de nossas projeções consideramos que é possível e provável que o mundo passe pelo que chamamos de “recessão industrial”.

Os EUA, são um país onde o consumidor investe fortemente no mercado acionário e hipotecas são refinanciadas a taxas fixas de longo prazo, fatores como o nível do S&P 500 ou a disponibilidade de crédito para as empresas tendem a ser preponderantes no controle da função de demanda na economia.

A inflação americana

A inflação corrente norte-americana, na casa dos 8%, é fruto de decisões tomadas durante 2020 e 2021. Particularmente, fruto de um mix da forte expansão fiscal e monetária do período da pandemia, que inflou a demanda na economia norte-americana, combinada com dificuldades de oferta na cadeia produtiva .

Junho parece ter sido o momento onde o foco dos investidores deixou de ser só a inflação e passou a ser o impacto do aperto relevante das condições financeiras globais sobre as expectativas de crescimento. A principal preocupação se virou ao impacto agregado do aperto monetário sincronizado em curso em particular no mundo ocidental, dando vazão a receios de que o mundo caminhe para uma recessão global. Isso foi o gatilho para ondas de aversão a risco e maior volatilidade em todas as classes de ativos, incluindo os mercados de renda fixa onde temos concentrados nossa atuação.

Essa nova dinâmica marcada pela atribuição de maior peso aos indicadores de atividade em detrimento dos de inflação aponta para um ambiente inóspito para ativos de risco neste terceiro trimestre e demanda proteção maior aos portfolios. Isso nos levou a um ajuste no posicionamento do fundo com redução do tamanho de posições que rodamos na maior parte dos últimos 12 meses. Ainda vemos boas oportunidades em posições tomadas em taxas de juros mas dado o avanço da precificação de aperto monetário pelo mundo, é razoável ficarmos mais dependentes dos dados e com menor exposição a risco até que avaliemos qual a direção dos mercados quando a poeira baixar.

O aumento do preço do petróleo

O aumento de preço do petróleo simplesmente reflete o forte desbalanço nesse mercado e, a princípio, deveria agir como a força que reequilibra oferta e demanda. O grande problema é que diversos governos ao redor do mundo estão subsidiando o consumo e distorcendo os preços relativos. Em outras palavras, sustentando uma demanda em um cenário de escassez de oferta.

No campo do petróleo, em muito se fala das sanções sobre o petróleo russo e queda de exportações para a Europa. Entretanto, para nossa surpresa, a produção russa tem se mostrado resiliente e está sendo transferida principalmente para a China e Índia. De fato, as exportações Russas, quando olhadas no agregado, ainda não parecem estar caindo de modo significativo.

Cenário no Brasil

A economia brasileira continua mostrando uma atividade econômica mais forte que o previsto com resultados de mercado de trabalho e produção em uma tendência de continuidade de recuperação pós crise do Covid-19. Nesse sentido, junho foi o primeiro mês que apresentou uma taxa de desemprego abaixo dos 10% desde 2015. Esse movimento de alta no mercado de trabalho, aliado à mudança de direção no rendimento real habitual médio, implicaram em um crescimento da massa salarial real de 3,8% até maio. Esse crescimento de renda recebeu ainda estímulos adicionais do governo, como aumento do Auxílio-Brasil e liberação do FGTS, que representam um aumento substancial de demanda estimulando principalmente o setor de serviços, que tem liderado o crescimento no semestre.

Para o Brasil, o comportamento Dos Ativos Locais este mês mostrou como não estamos imunes a ondas globais de aversão ao risco. Nossa postura cautelosa com os ativos do país se mostrou apropriada, em particular à luz de novas pressões por gasto fiscal fora do teto de gastos no período pré-eleitoral.

Por outro lado, a atuação conjunta do Governo e do Congresso por uma queda nos impostos e nos preços de combustíveis adicionou incerteza relevante sobre as estimativas de inflação deste e do próximo ano.

Não obstante as pressões populares decorrente do aumento dos preços de combustível, comum a todos os países, no Brasil temos um fator adicional: uma eleição em 4 meses. Temos então um ambiente ainda mais difícil para a busca de soluções estruturais para o problema da energia.

Junto com ventos adversos vindos do exterior, seguimos preocupados com os fundamentos do país diante da perversa combinação entre:

(i) a incerteza acerca do regime macroeconômico (a âncora fiscal em particular) a vigorar a partir de 2023; e

(ii) o ruído na esfera política com a proximidade da corrida eleitoral.

Estes fatores  levam os analistas, a manterem uma postura estrategicamente defensiva nos ativos do país.

No mês de junho, a curva de juros apresentou alta expressiva, principalmente na ponta longa, refletindo a piora na percepção de risco fiscal de longo prazo com o debate de auxílio de renda e da PEC dos Combustíveis no Senado. Como força contrária para as altas nas taxas, o mercado seguiu reavaliando as perspectivas de recessão global a frente, e os juros futuros foram influenciados pelo fechamento das curvas globais e a queda dos preços das commodities.

Bolsa no Brasil

Depois de um mês de maio marginalmente positivo para o mercado acionário brasileiro, a turbulência internacional somada aos ruídos políticos domésticos voltaram a afetar os preços dos ativos locais. O Índice Bovespa terminou o mês de junho nos 98.542 pontos e apresentou retorno de -11,5% no mês (e -6,0% em 2022). Apesar da impressionante alta de juros de 2% a.a. para os atuais 13,25% a.a. já implementada nos últimos 15 meses pelo Banco Central do Brasil (e com expectativa de mais +50bps na próxima reunião), os setores domésticos ainda não apresentam nenhuma desaceleração relevante.

Mesmo com este comportamento, os analistas continuam cautelosos em relação ao crescimento econômico local para o segundo semestre de 2022, especialmente pela alta de taxa de juros já executada.

No front político, a disputa presidencial parece ainda continuar indefinida. A diferença nas intenções de votos entre o atual presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula mantém-se relativamente estável, com vantagem para o desafiante. Continuaremos acompanhando a evolução das campanhas políticas dos candidatos e seus respectivos planos de governo a serem apresentados.

Veja o ranking dos investimento em junho/2022 e no ano :

Quer aprender muito mais sobre investimentos?

Com mais de 20 anos de experiência e 4 livros publicados, o Prof. Flávio Lemos é o cara perfeito para ensinar tudo o que você precisa saber sobre o mercado financeiro!

Sempre que ficar na dúvida, #CHAMA O LEMOS!

Ele e sua equipe aguardam você!
 
Gostou das dicas e deseja dar o próximo passo?

Acesse o link www.traderbrasil.com e confira nossos cursos para sair na frente. 

Este post Onde investir em julho: recessão à vista? apareceu primeiro em Blog TRADER BRASIL Escola de Finanças & Negócios | 20 anos de excelência.



This post first appeared on Blog TRADER BRASIL Escola De Finanças & Negócio, please read the originial post: here

Share the post

Onde investir em julho: recessão à vista?

×

Subscribe to Blog Trader Brasil Escola De Finanças & Negócio

Get updates delivered right to your inbox!

Thank you for your subscription

×