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Volatilidade é igual a risco?

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A Volatilidade é um dos maiores riscos ao se investir de acordo com a sabedoria financeira convencional. A volatilidade mede a magnitude das variações das cotações. Pode ser para cima ou para baixo.

A volatilidade é medida pelo desvio padrão, uma medida estatística que indica a possibilidade de um ativo cair ou subir em um determinado período de tempo. Este expressa o grau de dispersão de um conjunto de dados em relação a uma media.

Quanto mais volátil for um ativo, mais significativa é a sua variação em relação às flutuações de mercado.

Volatilidade e o value investing

Uma pequena minoria de investidores, principalmente investidores de valor tem uma visão diferente. Acham que é a probabilidade de perda permanente de capital que constitui o risco real e não a volatilidade (o sobe e desce das cotações) em si.

Ao suprimir a volatilidade, o sujeito reduz o risco associado a variações em torno da média. Basicamente, ele está controlando adequadamente os riscos conhecidos. 
Em contrapartida, ao fazê-lo ele empurra os riscos para a cauda da distribuição, estando provavelmente mais exposto a eventos raros. 

Nenhuma das perspectivas está inteiramente correta. Esses não são os dois únicos pontos de vista – um em que a volatilidade é o principal risco de investimento e outra em que a volatilidade é considerada sem importância.

Volatilidade não necessariamente captura todos riscos. Mas tenha certeza que o risco total é no igual ou maior do que a volatilidade. Jamais menor.

Aí entra a lógica da diversificação. Você não deve alocar todas as suas reservas em um único lugar, papel ou título.

Mas um você pode questionar: “Se eu reduzir os riscos, não reduzirei também meu potencial de ganho?” 

O que você vai reduzir é a oscilação. Provavelmente, não lucrará o máximo possível com uma ação nem perderá o máximo possível com ela.

Lembre-se: volatilidade não aceita desaforo.

Análise Técnica dos Mercados Financeiros

O Long-Term Capital Management (LTCM) era um grande fundo de hedge liderado por economistas ganhadores do Prêmio Nobel e renomados traders de Wall Street. John Meriwether, renomado trader de títulos da Salomon Brothers, juntamente com o ganhador do prêmio Nobel, Myron Scholes, aquele mesmo do modelo Black-Scholes, aquele que usa a volatilidade para precificar opções.

A empresa teve um sucesso enorme entre 1994 e 1998, atraindo mais de US$ 1 bilhão em capital de investidores com a promessa de uma estratégia de arbitragem que poderia tirar proveito de mudanças temporárias no comportamento do mercado e, teoricamente, reduzir o nível de risco a zero.

Mas o fundo quase colapsou o sistema financeiro global em 1998. Isso se deveu às estratégias de trading altamente alavancadas do LTCM que não deram certo.

Em última análise, o LTCM teve de ser resgatado por um consórcio de bancos de Wall Street, a fim de evitar o contágio sistêmico.

Garantias colaterais desvalorizam, eventos de crédito podem ocorrer e por aí vai. Tudo isso aumenta a incerteza no campo do “negócio” em função de volatilidade dos preços. A queda no preço pode ser (geralmente é) por conta de aumento da taxa de desconto (risco, incertezas, assimetrias etc.).

Resumindo, o Nobel de Economia estimou errado a volatilidade, usando a fórmula que ele mesmo inventou, e quase quebrou o mercado financeiro mundial inteiro.

Despencadas ou disparadas de um ativo podem somente ser volatilidade, mas outras vezes, respostas à geração ou destruição de valor.

Se você quiser apresentar retornos maiores no Longo Prazo, terá de se expor à maior volatilidade e a perdas temporárias. A recompensa vem a longo prazo – mas é provável que você terá de sangrar no meio do caminho,

Em vez disso, a pergunta certa a ser feita é: quando a volatilidade é igual ao risco?

O risco é uma medida da volatilidade da carteira. Muitas métricas – o índice de Sharpe, o erro de rastreamento e o information ratio, por exemplo – comparam uma unidade de retorno a uma unidade de volatilidade do portfólio, medida em uma base absoluta ou em relação a um benchmark.

O grande problema é que, normalmente, podemos lidar melhor com os riscos conhecidos do que com os desconhecidos. São esses últimos que nos matam na maior parte das vezes, pois estamos despreparados para lidar com eles.

Joesley Day, Primárias da Argentina, Aviões batendo no World Trade Center são alguns destes tipos de cisnes negros, expressão utilizada para se referir a eventos totalmente imprevisíveis, mas que possuem alto impacto no universo das finanças.

Exemplo de Destruição de valor

Como exemplo recente as ações de OIBR3. Depois de soltar um resultado PÉSSIMO engatou uma nova pernada de queda de 50%, isso é uma destruição de valor.

Exemplo de volatilidade como Oportunidade

Por outro lado, podemos falar de WIZS3 que, depois de soltar um belo resultado um dos melhores de sua história, perdeu uns 15% em dois dias. Na minha opinião, isso é só volatilidade vinda de um player colocando lucros no bolso, sem relação com o fundamento. Aqui proporciona uma oportunidade de comprar com sabedoria quando os preços caem acentuadamente e vender com sabedoria quando avançam muito.

A volatilidade pode ter um efeito grande e negativo sobre os objetivos dos investidores, dependendo do horizonte de tempo de investimento.

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Problema é que investidor pode ter horizonte longo mas ser averso à perda e olhar portfólio com muita frequência.

Mesmo em períodos mais longos, A PERFORMANCE BAIXA é frequente o suficiente para fazer com que muitos investidores reconsiderem o tamanho das alocações de ações em suas carteiras. À luz desses achados, os investidores podem considerar abordagens mais táticas ao investimento em ações, para compensar períodos de volatilidade e consequente mau desempenho.

Uma crença geralmente aceita é a de que uma taxa de retorno abaixo da média alcançada com baixa volatilidade pode ser considerada um resultado excepcionalmente bom, e a maioria dos investidores convencionais evita a volatilidade a todo custo, particularmente devido à impregnação de curto prazo da indústria de investimentos.

Charlie Munger e Warren Buffett estão muito focados em encontrar investimentos que possuam chances de sucesso que são substancialmente a seu favor. Se o processo de geração de retornos ao longo do caminho é irregular, isso não é apenas perfeitamente aceitável, mas pode ser uma vantagem financeira significativa, já que outros podem não estar dispostos a fazê-lo, criando ativos com preço errado que podem ser comprados a preço de banana.

Por que os investidores de valor não consideram a volatilidade como risco

Warren Buffett disse que, como um investidor de longo prazo, ele “preferiria ganhos de 15% com bastante solavanco  ao longo do tempo, em vez de ganhos de 12% tranquilos e suaves“.

Howard Marks argumenta:

“para alcançar resultados superiores, um investidor deve ser capaz – com alguma regularidade – de encontrar assimetrias: casos em que o potencial de superação excede o risco de queda (grande vantagem e uma pequena desvantagem). É disso que se trata o investimento bem-sucedido ”.

Sobre a volatilidade, Benjamim Graham escreveu certa vez:

“Um investidor sério provavelmente não acreditará que as flutuações diárias ou mensais do mercado de ações o tornam mais rico ou mais pobre…. O detentor de títulos negociáveis ​​na verdade tem um duplo status e, com ele, o privilégio de tirar proveito de qualquer um de sua escolha.

Por um lado, sua posição é análoga à de um acionista minoritário ou um sócio silencioso de uma empresa privada. Aqui, seus resultados dependem inteiramente dos lucros da empresa ou de uma mudança no valor subjacente de seus ativos. Ele costumava determinar o valor de uma empresa privada calculando sua parte do patrimônio líquido como mostrado no balanço mais recente.

Um negócio, não tem a mesma volatilidade que o preço do mesmo na bolsa.

Por outro lado, o investidor de ações ordinárias tem um pedaço de papel, um certificado de ações gravadas, que pode ser vendido em questão de minutos a um preço que varia de momento a momento – quando o mercado está aberto, isto é – e muitas vezes está muito distante do valor do balanço patrimonial.

Quando se trata de investir, é aconselhável seguir o conselho de Howard Marks e pensar no futuro como uma distribuição de probabilidade, em vez de um resultado fixo que seja cognoscível ou previsível com antecedência.

”Um dos motivos pelos quais a volatilidade é um foco tão grande para os administradores, em oposição aos investidores, é que ela representa um grande risco para eles. Os investidores tendem a fugir de um conselheiro ou fundo quando há mau desempenho ou queda de preço.

Buffett escreveu em seu post-script para The Intelligent Investor (edição de 2003) sobre a maneira como os investidores de valor devem enxergar o risco:

“Às vezes, o risco e a recompensa são correlacionados de maneira positiva … o oposto é verdadeiro no investimento em valor. Se você comprar um dólar por 60 centavos, é mais arriscado do que se você comprar um dólar por 40 centavos, mas a expectativa de recompensa é maior no último caso ”.

Quando se trata de investir, é aconselhável seguir o conselho de Howard Marks e pensar no futuro como uma distribuição de probabilidade, em vez de um resultado fixo que seja perceptível ou previsível com antecedência.

“Quando qualquer pessoa oferece a você uma chance de ganhar muito dinheiro sem correr riscos, não ouça o resto da frase. Siga isto e você economizará SEUS OUVIDOS E MUITO DINHEIRO. ”

Quase nada sobre o futuro é certo, exceto morte e impostos. Ninguém diz melhor do que Howard Marks quando se trata de risco:

“não ser capaz de saber o futuro não significa que não podemos lidar com isso. Uma coisa é saber o que vai acontecer outra coisa muito diferente é ter uma ideia dos resultados possíveis e da probabilidade de cada um deles acontecer. Dizer que não podemos fazer o primeiro não significa que não podemos fazer o segundo. ”

Seguindo a lógica de Buffet, muitos investidores de valor (value investors) não estão preocupados com a volatilidade. Em vez disso, eles concentram seus esforços de gerenciamento de risco em diminuir a probabilidade de perda de capital permanente.

Afinal, estes investidores acreditam ter a força emocional para superar os altos e baixos de curto prazo, desde que a estratégia e os resultados de longo prazo sejam sólidos.

Sobre o Risco de mercado

O risco de mercado é caracterizado por movimentos adversos nos preços dos diversos
instrumentos financeiros que podem compor uma carteira, como por exemplo preços das ações e commodities, taxas de juros e variação cambial.

Assim, dada a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes dessas flutuações, faz-se
necessário mensurar, monitorar e controlar esses riscos para se tomar atitudes caso ele exceda limites pré-estabelecidos.

Volatilidade como fonte de risco não é absoluta, mas uma função das circunstâncias do investidor

Considere os 4 perfis de investidores a seguir e como a volatilidade provavelmente afetará seus resultados de investimento de longo prazo:

1- Investidores de Longo Prazo com “Estômagos” Fortes:

Tais investidores têm um horizonte temporal de 10 anos ou mais, à medida que economizam para metas como a aposentadoria ou a faculdade para seus filhos. Além disso, esses investidores não são afetados pela volatilidade do comportamento – eles mantêm o plano de investimento independentemente de quão acidentado seja o passeio. Para esses investidores, a volatilidade não é um risco. Sua principal consideração é a taxa anualizada de retorno a longo prazo e a probabilidade de perda permanente de capital ao longo do caminho.

2-Investidores de Curto Prazo:

Este grupo planeja usar a maior parte de seus portfólios nos próximos três anos. A volatilidade é um risco primário, já que a retirada de capital a curto prazo trará resultados de curto prazo. Assim, a volatilidade é uma preocupação primordial, porque à medida que aumenta, o mesmo acontece com o potencial de vendas forçadas a preços desvantajosos.

3-Investidores de Longo Prazo com “Estômagos” Fracos:

Esses investidores são afetados pela volatilidade. Muitos investidores que economizam para metas de longo prazo acabam tomando ações de investimento contrárias a seus interesses por causa da volatilidade dos preços, notícias de mercado ou outros desenvolvimentos de curto prazo. Idealmente, esses investidores não devem agir dessa maneira, dados seus objetivos, mas não podem permanecer racionais e, com frequência, vender em pontos baixos. Esse tipo de investidor deve tratar a volatilidade como um risco, já que um fluxo de retorno mais volátil provavelmente criará resultados financeiros piores.

4-Investidores de longo prazo que consistentemente gastam pequenas porções de seus portfólios:

Essa variedade de investidores pode incluir instituições, como um fundo de dotação que gasta aproximadamente 5% de seu portfólio para apoiar sua organização, ou um indivíduo que usa uma pequena parte do portfólio para cobrir despesas anuais. Volatilidade importa em algum grau, mas não é o principal risco.

Minha concepção é de que somente será relevante nos casos de necessidade de liquidez ou de alavancagem.

Se você precisa do dinheiro no curto prazo, os preços poderão estar depreciados no momento do resgate, lhe causando prejuízo

Se você opera com alavancagem, os preços podem variar de tal forma contra sua posição, que lhe causará prejuízo ou terá de colocar mais margem de garantia.

De forma geral: para o operador cujos retornos dependem exclusivamente do preço de negociação dos ativos financeiros, a volatilidade é uma medida de risco real.

Mas e para o investidor? O investidor possui características distintas do trader; ele obtém seu retorno da geração de caixa do ativo que é detido, seja ele uma fazenda, um imóvel ou uma empresa qualquer.

Para ele, o risco está na possibilidade desse fluxo de caixa ser interrompido ou reduzido, e para mitigar esse risco são observadas características intrínsecas da empresa como: Integridade, expertise e competência da equipe de gestão; vantagem competitiva, perspectivas de longo prazo etc.

A bolsa poderia ficar fechada por dez anos que esse investidor ainda sim obteria seu retorno com o negócio. Estando a bolsa fechada, não haveria marcação a mercado do seu ativo, a volatilidade estando em zero. Então será que o risco de se administrar um negócio acabaria? Lógico que não.

Há duas lições aqui:

Primeiro, conheça a situação do seu cliente para que você possa determinar a importância da volatilidade do portfólio de risco em seu caso específico.

Segundo, faça o melhor possível para condicionar os clientes a serem investidores de longo prazo com “estômagos” fortes para uma parte substancial de seu portfólio.

Isso dará a você e a eles a liberdade de maximizar os retornos de longo prazo sem se preocupar com a volatilidade de curto prazo e os colocará em vantagem sobre muitos outros participantes do mercado.

Conclusão

A lista de diferentes tipos de riscos financeiros para se ter cuidado é longa: perdas permanentes, longevidade, liquidez, etc., mas eu diria que a volatilidade de cada um destes riscos deveria ser incluída nessa lista também.

Como escreveu a equipe da ReSolve Asset Management, “o risco financeiro é singularmente definido como a probabilidade de não atingir as metas financeiras” – e, como acabamos de ver, quanto maior a volatilidade do seu portfólio, maior a chance de você não alcançar seus objetivos.

A maioria das pessoas não tem nem a disciplina nem o cronograma de Warren Buffett. Como resultado, a maioria das pessoas não pode ignorar a volatilidade como um tipo de risco a ser gerenciado ao construir sua carteira de investimentos.

Com isso, Buffett está errado – a volatilidade é arriscada para você, mesmo que não seja para ele. Afinal, ele tem 70 bilhões de razões para não se importar com o que eu e você pensam. 

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