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Biologicamente o que nos torna homens ou mulheres?

Nós, como seres humanos, compartilhamos uma característica com muitas outras espécies: a presença de diferenças notáveis entre indivíduos do sexo feminino e do sexo masculino, um fenômeno conhecido como dimorfismo sexual. Essas divergências não se limitam apenas aos órgãos Sexuais primários, mas também se estendem às características secundárias, como padrões de pelos, distribuição de gordura corporal, e características vocais.
O dimorfismo sexual é um reflexo da complexa interação entre fatores, incluindo diferenças cromossômicas, hormonais, anatômicas e fisiológicas, desempenhando um papel fundamental na perpetuação das características distintas entre os sexos ao longo das gerações.

Dimorfismo sexual da espécie humana vai muito além da aparência física.


Diferenças cromossômicas: A diferenciação sexual começa no útero com os cromossomos sexuais ditando os efeitos endócrinos e fisiológicos subsequentes. A maioria dos Homens possui um cromossomo X e um cromossomo Y, enquanto a maioria das mulheres possui dois cromossomos X. Essa diferença cromossômica é a base da diferenciação sexual inicial nos seres humanos. A combinação de genes presentes nesses cromossomos sexuais influencia o desenvolvimento dos órgãos sexuais internos e externos durante a embriogênese. 
Os genes localizados nos cromossomos sexuais desempenham um papel crucial na determinação do desenvolvimento sexual. Um gene particular chamado SRY (Sex-determining Region Y) está presente no cromossomo Y e desempenha um papel fundamental na diferenciação masculina. Este gene inicia uma cascata de eventos que levam ao desenvolvimento de características sexuais masculinas [1,4]. Além dos cromossomos sexuais, hormônios sexuais desempenham um papel importante. 
Diferenças hormonais: Os hormônios sexuais, como a testosterona e o estrogênio, são responsáveis por muitas das diferenças físicas e comportamentais entre homens e mulheres. Os homens tendem a produzir mais testosterona e as mulheres mais estrogênio, o que leva a diferenças na musculatura, distribuição de pelos, desenvolvimento dos órgãos sexuais e outras características. Os hormônios sexuais podem atuar através de muitos processos celulares e moleculares que alteram a estrutura e a função dos sistemas neurais e influenciam o comportamento, além de fornecerem neuroproteção [2].  

Diferenças anatômicas: Os homens e mulheres têm diferenças anatômicas óbvias em seus órgãos sexuais e outras áreas do corpo, como a laringe, que é maior nos homens e produz uma voz mais profunda. As mulheres têm mais gordura corporal e menos massa muscular que os homens. As mulheres também apresentam menos gordura visceral e mais gordura subcutânea , principalmente nas regiões abdominal e glúteo-femoral, do que os homens. Estas diferenças específicas do sexo na composição corporal estão associadas a diferenças baseadas no sexo nos padrões de utilização do substrato energético; isto é, as mulheres armazenam mais lipídios e têm maior sensibilidade à insulina em todo o corpo do que os homens, enquanto os homens tendem a oxidar mais lipídios do que as mulheres. Esses padrões são influenciados pelas ações únicas dos hormônios sexuais e das adipocinas em cada sexo, bem como pelo estado nutricional e pela aptidão física em ambos os sexos [3].

Diferenças fisiológicas: As mulheres têm um ciclo menstrual mensal e são capazes de engravidar e dar à luz, enquanto os homens não têm essa capacidade. Além disso, existem diferenças na resposta fisiológica a estímulos sexuais e em outras áreas do funcionamento do corpo, descobertas recentes de estudos clínicos e experimentais fornecem evidências convincentes da influência dos hormônios sexuais nas funções gastrointestinais (GI). O estômago, os intestinos delgado e grosso são órgãos que respondem aos esteroides sexuais, principalmente aos estrogênios, e os receptores de estrogênio, progesterona e androgênio são encontrados expressos nos tecidos gastrointestinais desde os primeiros estágios fetais. Isto sugere um papel para os hormônios sexuais durante o desenvolvimento e na manutenção da homeostase GI ao longo da vida [2, 3]. 

Em resumo, a diferenciação sexual é complexa e depende de muitos fatores, que nos fazem biologicamente distintos um do outro, mas sem dúvida da mesma espécie.

Fontes:
[1]: Beatty RA. Genetic basis for the determination of sex. Philos Trans R Soc Lond B Biol Sci. 1970 Aug 6;259(828):3-13. doi: 10.1098/rstb.1970.0041. PMID: 4399066.

[2]: McEwen BS, Milner TA. Understanding the broad influence of sex hormones and sex differences in the brain. J Neurosci Res. 2017 Jan 2;95(1-2):24-39. doi: 10.1002/jnr.23809. PMID: 27870427; PMCID: PMC5120618.
 [3]: Editor(s): Gretchen N. Neigh, Megan M. Mitzelfelt, Sex Differences in Physiology, Academic Press, 2016, Pages 125-143, ISBN 9780128023884, https://doi.org/10.1016/B978-0-12-802388-4.00008-2.

[4]: Vilain, E., & McCabe, E. R. (1998). Mammalian sex determination: from gonads to brain. Molecular Genetics and Metabolism, 65(2), 74–84. doi:10.1006/mgme.1998.2753

    Por:
    Adriana Cordeiro




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