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Por que bocejamos? A ciência por trás desse fenômeno

Você já se perguntou por que bocejamos? O que esse ato involuntário significa? Por que ele é contagioso? Essas são algumas questões que intrigam os cientistas há muito tempo, mas que ainda não têm uma resposta definitiva. Neste post, vamos explorar algumas hipóteses que tentam explicar o porquê de bocejarmos e quais são as suas possíveis funções.

O que é o bocejo?

O Bocejo é definido como uma inspiração profunda e prolongada, seguida de uma expiração curta e rápida, acompanhada de um alongamento da mandíbula e dos músculos faciais. O bocejo ocorre em diversos animais, como mamíferos, aves e répteis, e pode ser desencadeado por diversos fatores, como sono, tédio, fome, estresse ou emoção.




Por que bocejamos?

Existem várias hipóteses que tentam explicar o motivo pelo qual bocejamos, mas nenhuma delas é totalmente aceita pela comunidade científica. A seguir, vamos apresentar algumas das hipóteses mais populares e as evidências que as apoiam ou contradizem.

Hipótese da oxigenação do cérebro

Uma das hipóteses mais antigas e difundidas é a de que o bocejo serve para oxigenar o cérebro. Segundo essa ideia, quando estamos cansados, entediados ou sonolentos, o nosso metabolismo diminui, reduzindo a circulação sanguínea e a concentração de oxigênio no organismo, inclusive no cérebro. O bocejo seria então um mecanismo de alerta, que aumenta a entrada de ar nos pulmões e, consequentemente, o nível de oxigênio no sangue e no cérebro.

No entanto, essa hipótese tem sido contestada por vários estudos, que mostram que o bocejo não altera significativamente a oxigenação cerebral ou a pressão arterial. Além disso, o bocejo não é influenciado pelo nível de dióxido de carbono no ar, que é um indicador da necessidade de oxigênio. Um experimento realizado por Provine et al. (1987) demonstrou que as pessoas bocejavam com a mesma frequência quando respiravam ar normal ou ar enriquecido com dióxido de carbono.

Hipótese da termorregulação

Outra hipótese que ganhou força nos últimos anos é a de que o bocejo serve para resfriar o cérebro. De acordo com essa ideia, o cérebro funciona melhor quando está em uma temperatura ótima, e o bocejo seria uma forma de evitar o superaquecimento cerebral, que pode prejudicar o desempenho cognitivo e a vigilância. O bocejo funcionaria como um radiador, removendo o sangue quente do cérebro e fornecendo um sangue mais frio, graças à inalação de ar mais fresco do ambiente e ao aumento do fluxo sanguíneo nas artérias carótidas e na faringe.

Essa hipótese é apoiada por alguns estudos, que mostram que as pessoas bocejam mais quando estão expostas a temperaturas mais altas do que as do corpo, e que o bocejo diminui a temperatura do cérebro em alguns graus. Além disso, o bocejo é mais frequente em animais com cérebros maiores e mais complexos, que geram mais calor. Um experimento realizado por Gallup e Gallup (2008) mostrou que as pessoas bocejavam menos quando colocavam um pacote de gelo na testa ou quando respiravam ar frio, sugerindo que o bocejo é inibido quando o cérebro já está resfriado.

Hipótese do estado de alerta

Uma terceira hipótese é a de que o bocejo serve para aumentar o estado de alerta, prevenindo o sono ou a sonolência em situações que exigem atenção. Segundo essa ideia, o bocejo é um sinal de que o organismo está entrando em um estado de baixa atividade, e que precisa se reativar para enfrentar os desafios do ambiente. O bocejo seria então uma forma de despertar o cérebro, liberando neurotransmissores como a dopamina, a serotonina e a acetilcolina, que estão envolvidos na regulação do humor, da motivação e da memória.

Essa hipótese é baseada em algumas observações, como o fato de que o bocejo ocorre mais frequentemente em momentos de transição entre estados de consciência, como ao acordar, ao dormir ou ao mudar de atividade. Além disso, o bocejo também é mais comum em situações de estresse, ansiedade ou emoção, que demandam uma maior ativação do sistema nervoso. Um estudo realizado por Guggisberg et al. (2010) mostrou que o bocejo aumenta a atividade elétrica do cérebro, especialmente nas áreas relacionadas à atenção e à vigilância.

Por que o bocejo é contagioso?

Uma característica curiosa do bocejo é que ele é contagioso, ou seja, tendemos a bocejar quando vemos ou ouvimos alguém bocejar. Esse fenômeno é chamado de Bocejo Social, e também ocorre em alguns animais, como cães, macacos e chimpanzés. Mas por que isso acontece? Qual é a função do bocejo social?

Uma possível explicação é que o bocejo social está relacionado aos neurônios-espelho, que são células nervosas que se ativam quando realizamos ou observamos uma ação. Os neurônios-espelho são importantes para a aprendizagem, a imitação e a empatia, pois nos permitem compreender as intenções e as emoções dos outros. Assim, o bocejo social seria uma forma de sincronizar o comportamento e o estado mental dos indivíduos de um grupo, facilitando a comunicação e a cooperação.

Essa hipótese é reforçada por alguns estudos, que mostram que o bocejo social é mais frequente entre pessoas que têm uma maior afinidade, como familiares, amigos ou parceiros. Além disso, o bocejo social também é influenciado pelo grau de empatia, sendo mais comum em pessoas que têm uma maior capacidade de se colocar no lugar dos outros. Um estudo realizado por Platek et al. (2005) mostrou que as pessoas que pontuavam mais alto em um teste de empatia cognitiva bocejavam mais ao ver vídeos de pessoas bocejando.

Conclusão

O bocejo é um fenômeno fascinante, que ainda guarda muitos mistérios para a ciência. Embora existam várias hipóteses que tentam explicar o porquê de bocejarmos, nenhuma delas é totalmente satisfatória ou consensual. Talvez o bocejo tenha mais de uma função, ou talvez ele seja apenas um resquício evolutivo sem um propósito específico. O que sabemos é que o bocejo é uma forma de expressar o nosso estado interno, e de nos conectar com os outros. E você, já bocejou hoje?


Por: Jonathan Pena Castro


Fontes: 1, 2, 3, 4, 5 




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