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Índia: Potência Emergente do século 21

A Índia é realmente uma potência emergente?

Localizada no sul do continente asiático e banhada pelo oceano Índico, a Índia possui a sétima maior extensão territorial do mundo e faz fronteira terrestre com seis países: Paquistão, China, Nepal, Butão, Bangladesh e Mianmar.

A Índia é uma república federativa constituída por 28 estados e sete uniões territoriais. Cerca de um terço da população indiana, que é de 1,2 bilhão de habitantes, vive nas cidades, Há grandes aglomerações urbanas, como Mumbai (ex-Bombaim) e Calcultá, além da capital, Nova Délhi.

No século XVI, países europeus disputavam a região que hoje compreende a Índia, principalmente em razão das especiais nela encontradas. Atualmente, a Índia é um país com crescente desenvolvimento econômico. O parque industrial indiano é diversificado. Apesar disso, é a agricultura que ainda emprega a maior parte da população. Outro setor que vem crescendo globalmente é o de serviços, como as empresas de telemarketing e de alta tecnologia.

Apesar do desenvolvimento econômico e em tecnologia, a Índia ainda registra baixos índices sociais, e grande parte da população vive na miséria, sem acesso a serviços essenciais, como saneamento básico e saúde. O país também vivencia conflitos territoriais, como a questão da Caxemira com o Paquistão.

Empresa de telemarketing em Bagalore, Índia (2017)

Imperialismo Britânico e Independência

A Inglaterra consolidou seu domínio sobre a índia no século XVII, após disputas com portugueses, franceses e holandeses. A colonização britânica direcionou a produção do país para atender ao mercado externo, colocando em segundo plano as necessidades do mercado interno.

Como em diversas outras colônias europeias, incluindo o Brasil, foram implantadas na Índia as plantations, grandes propriedades monocultoras com produção destinada à exportação. Além da fome causada pela falta de alimentos no país, esse sistema provocou alterações no modelo social e produtivo, inviabilizando a industrialização e a modernização da sociedade indiana.

No início do século XX, o quadro de miséria impulsionou um movimento nacionalista liderado por Mohandas Gandhi, também conhecido como Mahatma (Grande Alma). Gandhi defendia a desobediência civil não violenta – que incluía boicotes aos produtos ingleses e recusa ao pagamento de impostos – como forma de protesto e demonstração da insatisfação diante da ocupação estrangeira, da miséria social e da estagnação econômica do país.

GANDHI. Direção: Richard Attenborough. Reino Unido/Índia, 1982. Duração: 188 min. O filme retrata a vida de Mohandas (Mahatma) Gandhi, desde sua juventude até se tornar um grande líder espiritual e importante figura na luta pela independência da Índia.

As mobilizações desencadeadas por Gandhi, somadas aos efeitos da Segunda Guerra Mundial sobre os países europeus, facilitaram a independência da Índia em 1947. No processo de independência, a Inglaterra promoveu a partilha do território (então denominado União Indiana) entre elites regionais, dando surgimento ao Paquistão, de maioria muçulmana. Essa partilha provocou o deslocamento regional de grupos étnicos e religiosos, causando indefinições territoriais entre Paquistão e Índia, que até hoje disputam territórios da região da Caxemira.

Elaborado com base em dados obtidos em: FERRAIRA, Graça M.L. Atlas geográfico: espaço mundial 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 101; DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. p. 209.

Potência Emergente

Desde a década de 1990, a Índia apresenta taxas elevadas de crescimento econômico, resultado de investimentos e do estabelecimento de acordo bilaterais em escalas regional e global. O comércio regional é intenso, e os principais parceiros são a China, o Japão e a Coreia do Sul. Nos últimos anos, o país também tem intensificado as relações comerciais com a África e a América do Sul.

Caracterizada como potência emergente, a Índia forma, com Brasil, Rússia, China e África do Sul, o grupo conhecido como BRICS.

Outro fator que coloca a Índia em posição de destaque no cenário internacional é seu arsenal nuclear, desenvolvido no contexto das disputas territoriais com o Paquistão. Os dois países não são signatários do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.

Economia indiana e presença estatal

Após a independência da índia, em 1947, houve elevados investimentos do Estado em ramos industriais como o siderúrgico, o bélico, o automotivo e o de máquinas e equipamentos, visando substituir as importações e tornar o país mais autossuficiente.

Graças à oferta e à extração de recursos naturais (sobretudo combustíveis fósseis), intensificaram-se as obras de infraestrutura, como rodovias, ferrovias, usinas para a produção de energia elétrica etc.

A fim de superar uma crise econômica, a partir de 1991, o governo indiano tomou uma série de medidas que redimensionaram a presença estatal e desencadearam o crescimento econômico. A Índia passou a receber grandes investimentos estrangeiros associados à indústria nacional, mantendo o Estado como acionista majoritário em empresas de áreas estratégicas, ligadas à indústria de base e à geração de energia.

Atualmente, a economia indiana é diversificada. Além de contar com um parque industrial espalhado pelos núcleos urbanos (Calcutá, Mumbai, Chennai e Nova Délhi), o país dispõe de reservas de petróleo, carvão e ferro – recursos fundamentais para os setores siderúrgico e petroquímico. A agricultura, praticada em vastas áreas do território, é o setor que mais emprega na Índia. O setor de serviços tem promovido a integração indiana no mercado global por meio do desenvolvimento de empresas de alta tecnologia e de telemarketing.

Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 101.

As empresas de alta tecnologia

Nas últimas décadas, a Índia conquistou o mercado de atividades ligadas à Tecnologia da Informação (TI), desenvolvidas em escritórios situados, em sua maioria, na cidade de Bangalore, no sul do país. Empresas indianas prestam serviços a grandes corporações transnacionais, criando aplicativos, programas e outros produtos.

Um dos fatores que contribuem para essa expansão é o forte movimento de retorno ao país de jovens indianos que se especializaram em áreas voltadas à informática e à engenharia em grandes universidades Dos Estados Unidos e do Reino Unido. Essa mão de obra altamente qualificada tem sido fundamental para o desenvolvimento da indústria ligada à informática e para criação de escolas de engenharia de excelente nível da Índia.

Bolywood e a indústria do entretenimento

Criada no início do século XX, a maior indústria de entretenimento do mundo, conhecida como Bollywood, localiza-se em Mumbai, na Índia. Seu nome deriva da mistura entre Bombaim e Hollywood, famoso complexo cinematográfico dos Estados Unidos. Atualmente, Bollywood produz mais de mil filmes por ano.

Mão de obra e mercado interno

A Índia tem atraído para seu território empresas de vários países (principalmente dos Estados Unidos e do Japão), por diversos motivos:

  • mão de obra qualificada, composta de técnicos e engenheiros formados em universidades e escolas técnicas do país e do exterior;
  • excedente de mão de obra com baixa qualificação, que ocupa os postos de trabalho que exigem pouca especialização;
  • mercado consumidor com elevado potencial (com o aumento da renda per capita ocorrido nos últimos anos, houve ampliação da demanda por bens de consumo).

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População

Com 1,2 bilhão de habitantes, a Índia tem a segunda maior população do mundo, sendo 55,2% rural. Embora o crescimento demográfico esteja em declínio nos últimos anos, a ONU prevê que, em 2030, a população desse país será a maior do planeta, com 1,5 bilhão de pessoas. Mais da metade da população indiana se concentra no vale do rio Ganges, onde estão situadas algumas das maiores cidades do país, como Calcutá, Patna e Nova Délhi.

Há uma grande diversidade cultural no país, pois existe uma multiplicidade de religiões praticadas (hinduísmo, islamismo, cristianismo, sikhismo, entre outras) e de línguas faladas (hindi, bengali, inglês, etc.).

Um grande número de indianos vive em situação de pobreza e miséria, com precariedade de saneamento básico, eletricidade, transporte e habitação. No que diz respeito à saúde e à educação, os serviços de qualidade são escassos.

Parte significativa da população indiana peregrina até o rio Ganges, considerado por muitos como local sagrado, para a realização de rituais religiosos. Varanasi, Índia (2017).

Conflitos Étnicos e Separatistas

Alguns conflitos étnicos e separatistas ameaçam a unidade territorial da Índia. Entre eles, estão a disputa do Paquistão pela Caxemira, território localizado ao norte do país; os confrontos entre hinduístas e sikhs, grupo étnico-religioso do estado do Punjab (situado a noroeste do território indiano) que reivindica sua independência política; e a luta entre indianos e chineses pelas regiões de Aksai Chin (dominada pela China e reclamada pela Índia) e de Arunachal Pradesh (dominada pelos indianos e reivindicada pelos chineses).

Com relação à disputa pelo território da Caxemira, desde sua independência, a Índia travou três guerras com o Paquistão: em 1947, em 1965 e em 1999. Houve ainda uma guerra travada em 1971, quando a Índia apoiou a independência de Bangladesh.

QUIZ SOBRE A ÍNDIA

Referências

Araribá Mais Geografia. Dellore, Cesar Brumini. 1. ed. – São Paulo: Moderna, 2018.

Habilidades da BNCC

(EF09GE01) Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações de conflito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos e lugares.

(EF09GE03) Identificar diferentes manifestações culturais de minorias étnicas como forma de compreender a multiplicidade cultural na escala mundial, defendendo o princípio do respeito às diferenças.
(EF09GE04) Relacionar diferenças de paisagens aos modos de viver de diferentes povos na Europa, Ásia e Oceania, valorizando identidades e interculturalidades regionais.

(EF09GE06X) Associar o critério (geográfico, religioso e cultural) de divisão do mundo em Ocidente e Oriente com o Sistema Colonial implantado pelas potências europeias.

(EF09GE07) Analisar os componentes físico-naturais da Eurásia e os determinantes histórico-geográficos de sua divisão em Europa e Ásia.

(EF09GE08) Analisar transformações territoriais, considerando o movimento de fronteiras, tensões, conflitos e múltiplas regionalidades na Europa, na Ásia e na Oceania.

(EF09GE09) Analisar características de países e grupos de países europeus, asiáticos e da Oceania em seus aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir suas desigualdades sociais e econômicas e pressões sobre seus ambientes físico-naturais.

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