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Território, população e organização do espaço dos Estados Unidos

Os Estados Unidos, maior potência econômica e militar da atualidade, são um país de extensão continental. São o terceiro maior território do mundo, com cerca de 9833517 quilômetros quadrados, incluindo os estados situados em território não contínuo: o Alasca, a noroeste do Canadá, e o Havaí, arquipélago localizado no Pacífico. Limitado ao norte pelo Canadá e ao sul pelo México, o país é banhado pelos oceanos Atlântico, na costa leste, Pacífico, na costa oeste, e Glacial Ártico, no Alasca, como é possível observar no mapa político dos EUA.

Estados Unidos da América: Político

Mapa Político dos Estados Unidos

Nota: o mapa político dos Estados Unidos acima não preservou os estados não contíguos (Alasca e Havaí) em seu posicionamento correto, para melhor aplicação didática.

Do ponto de vista físico, o território continental Dos Estados Unidos – isto é, sem considerar os estados do Alasca e do Havaí – pode ser dividido em quatro grandes unidades: a leste, o relevo apresenta planaltos desgastados, como os Montes Apalaches; a oeste, estão as cordilheiras resultantes de dobramentos modernos, como as Montanhas Rochosas; no centro, encontram-se as planícies centrais; e, no litoral do Atlântico, localiza-se a Planície Costeira, formada por terrenos sedimentares.

Recursos Energéticos

Em virtude da complexa formação geológica do território estadunidense, seu subsolo abriga grande variedade de recursos minerais e energéticos, como petróleo e gás natural, ferro, alumínio e cobre. As grandes bacias de carvão existentes nos Montes Apalaches e na região dos Grandes Lagos foram essenciais para o êxito do desenvolvimento industrial dos Estados Unidos, no século XIX, sobretudo no nordeste do país, até hoje a região mais industrializada.

Embora a extração de gás de xisto seja difícil e cara, o avanço da tecnologia nos últimos anos possibilitou aos Estados Unidos a exploração desse recurso, dando início a uma revolução energética que alterou o cenário econômico do país. Por meio da extração do gás de xisto também é possível obter óleo de xisto, semelhante ao petróleo, que se concentra nas rochas.

EXPLORAÇÃO DO GÁS DE XISTO

A tecnologia que permite a extração do gás do xisto, tornando-o economicamente viável, é conhecida como fraturamento (fracking) de placas de xisto. Essas placas se situam no subsolo, a cerca de 1000 metros de profundidade. O óleo é encontrado entre as rochas, mas, em geral, é produzido por meio do aquecimento do xisto.

Em busca da autossuficiência

Em 2015, os Estados Unidos tornaram-se o maior produto de petróleo do mundo, ultrapassando grandes produtores mundiais, como a Rússia e a Arábia Saudita. A exploração de óleo de xisto levou o país a diminuir a importação de petróleo, reduzindo significativamente sua dependência do mercado mundial, dominado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), formada majoritariamente por países do Oriente Médio, que exercem grande influência sobre o preço do barril. Os Estados Unidos estão em busca de autossuficiência energética.

No mesmo ano de 2015, a China tomou o lugar dos Estados Unidos como maior importador mundial de petróleo. Essa nova realidade impactou significativamente o cenário político global. Com a redução da dependência estadunidense em relação ao petróleo do Oriente Médio, houve a diminuição do peso dessa região em seus interesses estratégicos, enquanto a China passou a depender cada vez mais do petróleo produzido no Oriente Médio e na África.

Questão ambiental

Devido ao alto consumo de combustíveis fósseis, os Estados Unidos estão entre os maiores poluidores do mundo, ficando somente atrás da China. O país é responsável por quase 13% de toda a emissão de CO2 no mundo. O Canadá, país vizinho, também classificado entre os mais desenvolvidos, responde por 1,8% das emissões mundiais.

Apesar dos números elevadíssimos, os Estados Unidos possuíam um plano de produção de energia limpa, iniciado pelo então presidente Barack Obama. Esse plano, porém, foi revogado pelo presidente posterior, Donald Trump.

População e Território

Segundo o órgão governamental responsável pelo censo estadunidense, no final de 2017 o país tinha mais de 326 milhões de habitantes, uma das maiores populações do mundo.

O perfil populacional dos Estados Unidos foi influenciado pela chegada dos colonizadores europeus no século XVI, o quais praticamente dizimaram os indígenas nativos e, a partir do século XVII, trouxeram um grande número de africanos escravizados para trabalhar, principalmente, nas plantações do sul do país. No século XIX, imigrantes, especialmente europeus, também desembarcaram no país. Observe o gráfico desta página, sobre a composição da população dos Estados Unidos (sabendo que os latinos representam 18% da população do país e podem pertencer a diferentes grupos étnicos).

Em virtude de condições naturais, existem no país vastos espaços pouco povoados, como o Alasca, de clima muito frio; o Arizona, de climas árido e semiárido, e as áreas de relevo montanhoso, no oeste. No nordeste, encontram-se as maiores densidades demográficas, especialmente na área que abrange as cidades de Boston, Nova York e Washington. A região dos Grandes Lagos também apresenta grande concentração populacional, com destaque para a cidade de Chicago. Na costa oeste, as cidades com maior densidade demográfica são Seattle, San Diego, São Francisco e Los Angeles.

A maior megalópole norte-americana, conhecida como Bos-Wash, estende-se de Boston a Washington e concentra cerca de 17% da população. A segunda maior, chamada San-San, situa-se na costa oeste, entre São Francisco e San Diego, na Califórnia. Nela vivem cerca de 9% da população. A terceira maior, Chi-Pitts, abrange a área situada entre Chicago e Pittsburgh, próximo à região dos Grandes Lagos, e acolhe aproximadamente 6% da população.

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 70.

Imigração

Em virtude de sua posição de liderança econômica no mundo ocidental, principalmente a partir de 1980, os Estados Unidos passaram a atrair milhões de imigrantes, majoritariamente latino-americanos e asiáticos.

Dede então, o fluxo imigratório ilegal aumentou consideravelmente. Milhares de imigrantes provenientes da América Latina cruzaram a fronteira sem permissão legal para se estabelecer e trabalhar no país. Ao serem descobertas pelas autoridades, muitas dessas pessoas, que vivem em situação irregular nos Estados Unidos, são deportadas, ou seja, enviadas de volta ao seu país de origem.

Para evitar a entrada ilegal pelo México, foram criadas leis rígidas, a vigilância policial nas fronteiras foi intensificada e um enorme muro foi construído no trecho de fronteira entre San Diego, nos Estados Unidos, e Tijuana, no México. O presidente Donald Trump, em 2017, reforçou sua intenção de construir novos muros, fato que aumenta a tensão entre os dois países.

Embora parte da população dos Estados Unidos considere indesejados os imigrantes, pois significam despesas para os governos locais e concorrem para ocupar postos de trabalho, o país busca mão de obra barata e menos qualificada para realizar trabalhos pesados e de baixa remuneração, em geral pouco atrativos aos cidadãos estadunidenses. As minorias étnicas são discriminadas em termos econômicos e sociais, e os imigrantes se concentram em comunidades formadas por pessoas com o mesmo local de origem.

Em 1994, começou a ser construído um muro com quase 1400 quilômetros de extensão na fronteira entre México e Estados Unidos, como tentativa de barrar a entrada de imigrantes ilegais.

Questão racial

Até meados do Século XX, a segregação entre negros e branco era praticada principalmente no sul dos Estados Unidos, e os negros não tinham assegurados muitos dos direitos civis, como o do voto. Na década de 1960, as restrições legais contra os negros foram abolidas, mas isso não significou o fim do racismo e da desigualdade na sociedade estadunidense. Ainda hoje, grande da população negra vive em condições sociais e econômicas desfavoráveis, em relação à população branca.

Nos estados do sul, a situação é mais problemática, pois essa região concentrou uma das maiores populações escravizadas das Américas, empregada principalmente nas fazendas de algodão. Nos estados do norte também houve a escravidão, porém esta foi abolida na segunda metade do século XVIII, enquanto a sociedade sulista manteve sua economia alicerçada no trabalho escravo. Após a união dos estados do norte e do sul em um único país, em meados do século XIX, a escravidão foi abolida. A elite branca, inconformada com o fim da escravidão, criou grupos para impedir a integração social dos negros e seu acesso à terra. Esses grupos, que perduraram até o século XX, valiam-se de métodos violentos, como sequestros e enforcamentos, para atingir seus objetivos.

A mentalidade racista fortalecida nesse contexto ainda não desapareceu em grande parte desses estados, nos quais a população negra encontra mais dificuldade de integração e sofre muitos tipos de violência até hoje.

Formação Territorial

Atualmente, o território dos Estados Unidos está dividido em 50 estados. Dois deles não estão em terra contínuas: o Alasca, que é uma península localizada a noroeste do Canadá; e o arquipélago do Havaí, no Oceano Pacífico, anexado em 1898 depois da derrubada da monarquia nativa cinco anos antes.

Esse espaço territorial se consolidou após o processo de colonização empenhado pelos europeus a partir do século XVI, culminando na formação das Treze Colônias inglesas da América do Norte, consideradas o princípio do que viriam a ser os Estados Unidos da América. As Treze Colônias, representadas no mapa a seguir, tiveram diferentes processos de ocupação do espaço, atividades econômicas e relações com a Inglaterra. No entanto, elas se uniram e aprovaram a Declaração de Independência em 4 de julho de 1776.

AS trezE colÔNIAS (sÉCulos xvii-xviii)

Fonte: BERTIN, Jacques; VIDAL-NAQUEST, Pierre. Atlas histórico. Lisboa: Círculo de Leitores, 1990. p.233.

As colônias do Norte

Nas regiões que correspondem ao norte e ao centro da costa leste, desenvolveram-se colônias baseadas em pequenas e médias propriedades agrícolas policultoras, nas quais predominava o trabalho livre e assalariado. A produção dessas colônias era voltada para o mercado interno.

Essas terras não possuíam jazidas de ouro ou prata e, por estarem situadas em áreas de clima temperado, nelas não podiam ser cultivados gêneros tropicais, valorizados na Europa. Com isso, sua colonização acabou por atender às necessidades da própria região, que alcançou certa autonomia econômica em relação à Inglaterra, podendo negociar os excedentes de produção com outras regiões.

O são excedentes de produção?

Resposta: Parcela da produção que excede as necessidades de consumo do grupo, podendo ser armazenada, trocada ou comercializada.

As grandes propriedades agrícolas do Sul

No Sul, estabeleceram-se colônias baseadas em grandes propriedades agrícolas monocultoras e no trabalho realizado por escravizados. A produção era voltada para o mercado externo, com características semelhantes às da colonização no Brasil. As relações com a Inglaterra eram de dependência, pois a maioria dos produtos destinava-se a abastecer o mercado inglês e, de lá, seguia para outros países europeus. Já os produtos de luxo consumidos nas colônias pelas famílias dos grandes proprietários rurais vinham da Inglaterra.

Essas diferenças entre as colônias marcaram profundamente o novo país e culminaram, quase um século depois da Declaração da Independência, no conflito conhecido como Guerra de Secessão (1861-1865).

Guerra de Secessão

Após a independência, as contradições entre os estados do Norte do Sul acentuaram-se. No Sul, os proprietários das fazendas de algodão detinham o poder político e eram contra a abolição da escravatura. No Norte, os donos de indústrias têxteis detinham o poder econômico e desejavam o fim da escravidão.

A eleição de Abraham Lincoln para a presidência dos Estados Unidos, em 1860, acirrou ainda mais esse antagonismo, pois o novo presidente representava os interesses do Norte. Insatisfeitos com o discurso de Lincoln, onze estados, a maioria do Sul, separaram-se da União, formando os Estados Confederados da América. O Norte não aceitou a ruptura e, em 12 de abril de 1861, iniciou-se a Guerra de Secessão, que terminou em 1865 com a vitória do Norte. Vencido, o Sul foi subjugado aos interesses políticos e econômicos dos adversários.

O Imperialismo

Com a consolidação da independência estadunidense ameaçada pela Europa, foi lançada em 1823 a Doutrina Monroe, editada por James Monroe, presidente dos Estados Unidos entre 1817 e 1825. Sintetizada na frase “A América para os americanos”, a doutrina estabelecia o compromisso de os Estados Unidos não intervir nas questões europeias, desde que a Europa não interferisse politicamente no continente americano. Assim, o governo estadunidense deixava claro para os países europeus que qualquer tentativa de recolonizar os territórios americanos, após a independência das antigas possessões, seria considerada um ato de hostilidade contra os Estados Unidos.

Houve, portanto, uma intensificação da política externa dos Estados Unidos, com o intuito de influenciar determinadas áreas estratégicas, notadamente na América Latina. A estratégia dos Estados Unidos pode ser observada, por exemplo, no interesse que o país demonstrava pela região amazônica já no século XIX, como vemos no trecho a seguir.

A região amazônica, potencialmente rica, ainda que despovoada e desprotegida, era alvo de interesse especial. Para defendê-la, o Brasil fechou a área ao comércio e às viagens internacionais. […]

Tais receios não eram de todo infundados. Em 1849, Matthew Fontaine Maury, tenente da marinha americana, pediu a abertura da Amazônia e sua colonização pelos norte-americanos.

TOPIK, Steven C. Comércio e canhoneiras: Brasil e Estados Unidos na Era dos Impérios (1889-1897). São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 107.
ROGERS, W. A. Isto é uma linha viva, senhores. 1902. Na charge, Tio Sam alerta a Inglaterra e a Alemanha, interessadas na Venezuela, a não transgredirem os limites do território americano. Desenho a caneta e inta.

A Expansão Territorial para o Oeste

A política externa estadunidense passou a endurecer ainda mais, adquirindo um caráter expansionista em 1845. A partir de então, foi incentivada a conquista de terras a oeste do país, visando chegar até o oceano Pacífico. Os políticos e a imprensa justificavam a expansão recorrente à doutrina chamada de Destino Manifesto. Segundo essa construção ideológica, os estadunidenses seriam um povo eleito, com a missão moral de se apropriar das terras do oeste e de outras regiões da América.

A expansão territorial dos Estados Unidos para o oeste foi muito rápida e envolveu:

  • compra de terras da França e da Espanha;
  • tratados com a Inglaterra;
  • guerras com o México, que saiu bastante prejudicado, pois acabou perdendo uma extensa área que vai do Texas à Califórnia.

Observe no mapa os territórios conquistados pelos Estados Unidos entre 1803 e 1853.

A conquista do oeste contou com a participação de muitos imigrantes europeus: o governo garantia aos imigrantes a posse definitiva de um lote de terras conquistadas, caso as cultivassem ou criassem gado por cinco anos.

Estados Unidos: Expansão Territorial (1803-1898)

Fonte: BERTIN, Jacques; VIDAL-NAQUEST, Pierre. Atlas histórico. Lisboa: Círculo de Leitores, 1990. p.233.

Nota: o mapa histórico/temático dos Estados Unidos acima não preservou os estados não contíguos (Alasca e Havaí) em seu posicionamento correto, para melhor aplicação didática.

A expansão imperial

Depois de atingida a costa do Pacífico, teve início um segundo momento da expansão dos Estados Unidos, com a aquisição do Alasca, comprado da Rússia em 1867.

A ambição expansionista ficaria ainda mais evidente na última década do século XIX. Em 1898 iniciou-se a Guerra Hispano-Americana. Depois de enviar tropas em apoio aos cubanos, que lutavam por sua independência, os Estados Unidos anexaram territórios até então pertencentes à Espanha, como a ilha de Porto Rico, no Mar do Cariba, e o arquipélago das Filipinas, no Pacífico.

Cuba permaneceu ocupada por tropas estadunidenses até 1902. Depois disso, uma emenda imposta à Constituição cubana, a Emenda Platt, deu ao governo dos Estados Unidos o direito de intervir na ilha a qualquer momento. A emenda permaneceu em vigor até 1933, quando uma revolta popular conseguiu estabelecer um governo por cem dias e aprovar algumas mudanças na ilha.

Em 1893, os Estados Unidos invadiram o arquipélago do Havaí, instituindo uma república com um presidente de nacionalidade estadunidense. Cinco anos depois, a República do Havaí foi anexada pelo governo de Washington. Em 1900, tornou-se oficialmente um território dos Estados Unidos. O arquipélago tornou-se um estado dos Estados Unidos apenas em 1959.

Os Estados Unidos, além de exercer sua hegemonia sobre territórios da América Central, consolidaram-se como uma potência imperialista, com possessões nos oceanos Atlântico e Pacífico.

Presença Mundial

Como grande potência econômica e militar, os Estados Unidos marcam presença em diversas partes do mundo por meio de empresas transnacionais, bases militares e de sua frota marítima estacionada em todos os oceanos, com o objetivo de defender seus interesses econômicos e estratégicos e conservar suas áreas de influência.

Intervencionismo

Os Estados Unidos têm grande poder de decisão nas questões políticas atuais e exercem forte influência sobre instituições internacionais, como a ONU (Organização das Nações Unidas) e a Otan (organização do Tratado do Atlântico Norte), até mesmo agindo contrariamente a elas, algumas vezes. Encontrando pouco oposição, o país passou a intervir livremente em questões e conflitos locais ou mundiais, buscando soluções que, muitas vezes, atendem apenas a seus interesses, sejam do governo ou de empresas privadas.

Hasteamento das bandeiras dos Estados Unidos e Iraque feito por soldados

Em 2003, por exemplo, os Estados Unidos invadiram o Iraque sem o aval da ONU, sob a alegação de que o país armazenava armas de destruição em massa. Essas armas, no entanto, nunca foram encontradas. Entre outros motivos estratégicos, o governo estadunidense desejava ter o Iraque sob sua influência pelo fato de ele abrigar uma das maiores reservas de petróleo do mundo.

Em 2011, forças da Otan, lideradas pelos Estados Unidos, interviram militarmente na Líbia, ajudando os rebeldes na luta para depor o ditador Muamar Kadafi. É importante lembrar que a Líbia também é rica em petróleo.

Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)

A Otan é uma organização militar criada em 1949 pelos Estados Unidos e pelas principais potências europeias, com o objetivo de combater possíveis agressões dos países sob liderança da União Soviética durante a Guerra Fria. Atualmente, também fazem parte da Otan alguns dos países ex-socialistas que estiveram sob influência soviética.

Política diplomática do Big Stick

Assim como a Doutrina Monroe durante o século XX, no início do século XX, o presidente Theodore Roosevelt (1901 a 1909) ampliou essa política para a esfera econômica e passou a pregar que as empresas estadunidenses deveriam ter privilégios na América Latina.

Com isso, à medida que aumentava o grau de influência econômica, os Estados Unidos assumiam também a política internacional no continente.

Inspirado em um provérbio africano que dizia “fale com suavidade e tenha na mão um grande porrete”, o presidente Roosevelt estabeleceu uma nova política diplomática denominada Big Stick (Grande Porrete), que não hesitaria em fazer uso da força militar caso os interesses econômicos e valores defendidos pelo país fossem ameaçados.

A charge retrata o Big Stick, a política diplomática estadunidense adotada pelo presidente Theodore Roosevelt no início do século XX. Publicada no ano de 1905 em Nova York. Litografia colorida. Dimensões: 33,6 cm x 49,3 cm

Com base nessa política diplomática, os Estados Unidos fizeram diversas intervenções militares em países da América Latina, como Cuba, Panamá, República Dominicana, Honduras, Haiti, Nicarágua e Porto Rico, entre os anos de 1890 e meados do século XX.

Fonte: ATLAS de história do mundo. São Paulo: Folha da Manhã, 1995. p. 243.

Poderio econômico e ascensão da China

Apesar de se manter como potência hegemônica há décadas, os Estados Unidos vêm perdendo espaço no campo econômico, em virtude da ascensão da China no atual cenário internacional. Há, nesse quesito, uma nova conjuntura, caracterizada pela multipolaridade do sistema geopolítico global.

A introdução de reformas políticas e econômicas desde o fim dos anos 1970, com o objetivo de expandir o relacionamento comercial com mercados externos, tem levado a China a registrar índices elevados de crescimento econômico. Atualmente, o país ocupa a segunda posição no ranking dos maiores PIBs (Produtos Interno Bruto) mundiais, é o segundo país com maior volume de exportações e o terceiro com maior volume de importações de mercadorias do mundo (dados de 2018).

A expansão chinesa tem sido encarada como uma ameaça à liderança dos Estados Unidos como potência econômica mundial, o que tem gerado tensões geopolíticas entre os dois países. A crise financeira iniciada nos Estados Unidos em 2008 provocou a diminuição da participação do país na região do Pacífico e permitiu que novos arranjos fossem estabelecidos, aumentando a participação de produtos industriais chineses nas trocas comerciais entre os países asiáticos.

A China também vem ampliando sua presença no mercado de outras regiões do mundo, como o continente africano e os países latino-americanos. Há alguns anos, as relações comerciais entre Brasil e China têm se intensificado e, atualmente, o país se tornou o principal parceiro econômico do Brasil.

Elaborado com base em dados obtidos em: BANCO MUNDIAL. PIB. Disponível em: Acesso em: 25 nov. 2017.

Referências

Araribá Mais Geografia. Dellore, Cesar Brumini. 1. ed. – São Paulo: Moderna, 2018.

Habilidades da BNCC

EF08GE01: Descrever as rotas de dispersão da população humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos da história, discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da população humana pelos continentes.

EF08GE03: Analisar aspectos representativos da dinâmica demográfica, considerando características da população (perfil etário, crescimento vegetativo e mobilidade espacial).

EF08GE04: Compreender os fluxos de migração na América Latina (movimentos voluntários e forçados, assim como fatores e áreas de expulsão e atração) e as principais políticas migratórias da região.

EF08GE05: Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para o entendimento de conflitos e tensões na contemporaneidade, com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e suas múltiplas regionalizações a partir do pós-guerra.

EF08GE07: Analisar os impactos geoeconômicos, geoestratégicos e geopolíticos da ascensão dos Estados Unidos da América no cenário internacional em sua posição de liderança global e na relação com a China e o Brasil.

EF08GE09: Analisar os padrões econômicos mundiais de produção, distribuição e intercâmbio dos produtos agrícolas e industrializados, tendo como referência os Estados Unidos da América e os países denominados de Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

EF08GE10: Distinguir e analisar conflitos e ações dos movimentos sociais brasileiros, no campo e na cidade, comparando com outros movimentos sociais existentes nos países latino-americanos.

EF09GE11: Analisar áreas de conflito e tensões nas regiões de fronteira do continente latino-americano e o papel de organismos internacionais e regionais de cooperação nesses cenários.

EF08GE14: Analisar os processos de desconcentração, descentralização e recentralização das atividades econômicas a partir do capital estadunidense e chinês em diferentes regiões no mundo, com destaque para o Brasil.

EF08GE20: Analisar características de países e grupos de países da América e da África no que se refere aos aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir as desigualdades sociais e econômicas e as pressões sobre a natureza e suas riquezas (sua apropriação e valoração na produção e circulação), o que resulta na espoliação desses povos.

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