Get Even More Visitors To Your Blog, Upgrade To A Business Listing >>

5 assuntos essenciais que deveriam ser ensinados na escola: o que eu gostaria de ter aprendido

Navegando pelo Twitter nos últimos dias, deparei-me com um tweet de um empresário brasileiro chamado Daniel Scott (não conheço), no qual ele tuitava: "Alguns assuntos que eu gostaria de ter aprendido na escola". Em seu tweet, ele listou algumas áreas, como: Oratória, Nutrição, Impostos, Programação, Finanças pessoais, Empreendedorismo, Inteligência emocional, Reparos básicos em casa e carros, além de Como construir e manter um bom crédito.

Na verdade, estava refletindo sobre esse assunto durante esta semana. Estou tentando compreender por que o currículo escolar brasileiro parece nunca evoluir. Não consegue sair desse gesso. Como mencionei em vários artigos aqui no blog, nosso sistema de ensino atualmente se concentra quase exclusivamente em desenvolver habilidades para realizar provas. Há provas durante todo o ensino escolar, em seguida, há provas para o ENEM, provas para vestibulares, provas na faculdade, concursos e assim por diante. Quero deixar claro que não sou contra provas. Ué! Está parecendo! 😆 Vou explicar melhor com um exemplo.

Imagine um professor em sala de aula, quando um grupo de alunos começa a solicitar aulas mais atrativas, diferentes, dinâmicas e divertidas. Pois bem, no dia seguinte, o professor prepara duas horas/aulas sobre jogos matemáticos. Ele traz consigo jogos como xadrez, dominó, cartas e tabuleiros. E não foi apenas diversão, teve Matemática envolvida. O professor mostrou como a Matemática está presente em jogos como xadrez, dominó e alguns tipos de jogos com cartas. Pequenas doses homeopáticas de conceitos matemáticos como Probabilidade, Plano Cartesiano, Progressão Aritmética (P.A.), Progressão Geométrica (P.G.), Porcentagem e outros temas foram apresentadas enquanto os alunos jogavam em grupos.

A aula foi um sucesso! Todos amaram! Porém, ocorreu um problema na semana seguinte. Para passar de ano, é necessário fazer uma prova. Toda aquela diversão (com Matemática) não coube na prova objetiva com apenas 10 questões para marcar. Ah, professor Edigley! Seria interessante direcionar avaliações dentro desses projetos, fora das aulas tradicionais de Matemática. Perfeito! A Finlândia faz isso muito bem. Quanto à aplicação no Brasil em uma grade curricular, com as devidas proporções socioculturais, é um desafio gigantesco, talvez utópico para a nossa realidade.

  • Leia: O que faz a educação da Finlândia estar entre as melhores do mundo?

Refletindo sobre o tweet citado no início do post, decidi fazer uma lista das áreas que eu gostaria de ter estudado na escola, principalmente no Ensino Médio. A escola desempenha um papel fundamental na formação intelectual e pessoal dos estudantes. No entanto, muitas vezes senti falta de aprender sobre assuntos que são extremamente relevantes para nossa vida cotidiana e futura.

Nesta postagem, explorei 5 assuntos essenciais que deveriam ser ensinados na escola: o que eu gostaria de ter aprendido. São eles:

  1. Educação financeira;
  2. Astronomia;
  3. Oratória;
  4. Psicologia;
  5. Programação.

1. Educação Financeira e Empreendedorismo

Imagem: freepik.com

A educação financeira é um assunto crucial para todos nós, independentemente da área em que atuamos. Aprender sobre impostos, economia financeira pessoal, investimentos e empreendedorismo nos prepararia melhor para lidar com o mundo real. Conhecer os conceitos básicos de como administrar o dinheiro, evitar dívidas desnecessárias e planejar o futuro financeiro teria um impacto significativo em nossas vidas e no contexto geral do nosso país.

Sobre esse assunto estou escrevendo um post desde o começo de janeiro de 2023 sobre Juros Compostos e Educação Financeira. Não é uma aula matemática, é a minha visão sobre educação financeira que adquiri, embora com muito atraso. Poderia ter aprendido sobre isso desde cedo na escola. Mas...

Um dia esse post será publicado. 😁 Assine o blog para ser avisado.

2. Astronomia

“Cosmic Cliffs” in the Carina Nebula (NIRCam Image)

O estudo do cosmos desperta curiosidade e fascínio em muitas pessoas, e a Astronomia é uma ciência que explora o vasto universo ao nosso redor. Aprender sobre as estrelas, planetas, galáxias e os fenômenos cósmicos poderia ampliar nosso entendimento sobre o lugar que ocupamos no universo. Além disso, a Astronomia também nos ensina sobre o método científico, a observação e a importância da busca pelo conhecimento.

Se você é do tipo que passa horas admirando o céu estrelado e se fazendo inúmeras perguntas, seja bem-vindo ao clube dos curiosos.

Um professor de Física apaixonado por Astronomia consegue inspirar uma multidão de alunos apenas com sua voz, e se possível, com a ajuda de um telescópio. Estudar sobre Júpiter, por exemplo, por meio de livros didáticos, quadros, giz, filmes, entre outros, é uma coisa. Porém, observar Júpiter através de um telescópio, pesquisar e estudar sobre ele, é algo muito mais empolgante.

A própria história da Astronomia é fascinante.

3. Oratória

Esse assunto me faz falta até hoje! 😂

Imagem: freepik.com

Apesar de ser professor de Matemática, falar em público é o meu maior medo. E como você ministra aulas, prof. Edigley? Ah, quando o assunto é Matemática, eu me transformo. Se me chamarem para dar aula de Matemática nos EUA, eu aprendo em Inglês. Se deixar, eu passo o dia todo. É algo que eu sinto prazer, desde que eu domine sobre o tema que vou ensinar.

Mas, quando o assunto não é Matemática, e preciso falar em público como reuniões, apresentações da escola, aí eu dou um famoso migué e ninguém me acha. 😂

Não domino a arte de falar em público. No entanto, esse fato nunca atrapalhou na minha comunicação pessoal e profissional.

A habilidade de se comunicar efetivamente é uma das competências mais valiosas na vida pessoal e profissional. A oratória, ou a arte de falar em público, permite que possamos expressar nossas ideias com clareza, persuasão e confiança. Aprender técnicas de comunicação verbal e não verbal, estrutura de discurso e gerenciamento do medo de falar em público seriam habilidades extremamente úteis para qualquer carreira.

Queria ter estudado sobre isso na época do Ensino Médio. O meu primeiro seminário na faculdade sobre Psicologia da Aprendizagem foi um desastre. Aliás, alguém sabe dizer se existe algo desse tipo na grade curricular dos cursos universitários? Use a sessão de comentários.

4. Psicologia

O meu bicho papão na faculdade. Contei sobre isso no artigo Professora, estou pensando em desistir. É melhor mesmo!

Imagem: freepik.com

Neste caso, a aplicação da Psicologia não seria apenas para a preparação para o ensino superior, mas também para a vida intelectual e pessoal dos estudantes do ensino médio. As escolas não oferecem um tratamento específico para jovens indecisos e imaturos em relação a diversos aspectos que envolvem suas vidas. Não estou me referindo apenas à disciplina ou indisciplina no ambiente escolar, mas também a questões como política, saúde emocional e evolução do nível de aprendizagem. Esses são apenas alguns dos fatores importantes que deveriam receber atenção.

Um bom trabalho psicológico na escola seria uma grande ajuda. Ei, professor! Quem faz isso são os pais em casa! Não me refiro a formação moral e seus princípios familiares, me refiro a formação como estudante consciente do que ele é e precisa fazer, para ter bons resultados a curto e longo prazo.

Eu mesmo só descobri minha vocação para a licenciatura quase no final do curso de Matemática. Imagine jovens sem perspectivas e sem orientação alguma.

A Psicologia é o estudo do comportamento humano e dos processos mentais. Compreender a mente dos nossos alunos, suas emoções, motivação e desenvolvimento pessoal é fundamental para nos conhecermos melhor e entender as pessoas ao nosso redor. Ao aprender psicologia na escola, teríamos uma base sólida para lidar com nossas próprias emoções, estabelecer relacionamentos saudáveis e desenvolver habilidades de empatia e resiliência.

Algumas escolas já se preocupam com essa área e incluem um psicólogo em sua equipe de professores para acompanhar os alunos. Seria ainda melhor se a presença desse profissional fosse fixa na grade curricular.

  • Leia: Psicologia em Natal foi o curso mais concorrido da UFRN no Sisu.

Não posso generalizar, pois não tenho dados, mas essa notícia acima pode se aplicar em uma boa parte do Brasil.

5. Programação

Acredito que não existe outra área na economia mundial que mais necessita de profissionais do que Programação. Pensando como mercado, ter Programação na grade curricular das escolas primárias e secundárias é algo imprescindível. Pensando de forma geral, estudar Programação vai muito além de arrumar um bom emprego como desenvolvedor de software em uma mega empresa famosa.

Imagem: freepik.com

Vivemos em uma era cada vez mais digital e tecnológica, e a programação se tornou uma habilidade essencial. Aprender a programar desde cedo nos permitiria compreender o funcionamento dos computadores, desenvolver raciocínio lógico, pensamento computacional e criar soluções inovadoras. Além disso, a programação oferece uma gama de oportunidades profissionais em um mundo cada vez mais voltado para a tecnologia.

Convidei um amigo programador para tecer alguns comentários sobre esse assunto. Leia a seguir.

É bem verdade que estamos vivendo a era da revolução das IA's e este "boom" evidenciou um medo, que ainda que justificável reflete uma sociedade que vive uma idade das trevas em relação a programação.

Um velho professor de lógica computacional na faculdade uma vez me disse:

"Se você tem medo das máquinas te controlarem, aprenda a programar e controle elas primeiro."

Lógico, que saber programar não é capaz de corrigir toda distopia causada por uma máquina senciente, porém entender minimamente como ela pensa é mais seguro do que não entender, já dizia Henry Ford:

"Eu não sou maluco, maluco é quem se senta dentro de máquina que se move como resultado de explosões agressivas, sem entender como elas acontecem e ainda confia sua vida a ela."

Dito isto, em um futuro que está sendo escrito cada vez mais por inteligências programadas, é necessário urgentemente unir o aprendizado ético e pedagógico dos anos de formação a uma exposição controlada a programação, com isso além de formar adultos mais preparados ao futuro tal exposição traria benefícios presentes e necessários à educação. 

Sabemos hoje pela neurociência que o cérebro assimila melhor as informações quando expostos a desafios reais que se relacionam com a vida do estudante.

Ora, programar nada mais é do que resolver problemas, aliás, resolver problemas de forma organizada utilizando experimentação e lógica. Logo, inserir programação no plano educacional nos anos de formação, ajudaria no desenvolvimento cerebral do indivíduo impactando positivamente o aprendizado nos anos posteriores.

Pensando mais adiante, no Ensino Médio, onde adolescente já está se preparando para a faculdade e o mercado de trabalho, na realidade atual, o ensino da programação abrange somente o Ensino Médio Técnico, com a premissa de que este conhecimento é somente útil a colocação do estudante neste mercado.

Apesar de ser verdade que o conhecimento de programação ao recém formado é um grande diferencial competitivo quando este começar a aplicar as primeiras vagas, não se resume apenas ao nível técnico.

Lógica de programação é a aplicação prática dos conceitos aprendidos em filosofia e matemática e é tão importante para formação do indivíduo quanto à álgebra, geometria, método científico ou as leis de Newton. O estudante que tem uma base lógica bem desenvolvida, é capaz de interpretar melhor textos, terá mais pensamento crítico, tomará decisões mais ponderadas e baseadas em fatos e dados, sem contar com a neuroplasticidade natural resultante desta exposição precoce.

Portanto, eu vejo a programação não como a cura de todos os males educacionais que temos em nosso sistema de ensino, mas uma ferramenta essencial para sua melhora, pois ajuda no desenvolvimento cerebral nos anos de formação, capacita o estudante para o mercado de trabalho e é base essencial para formação do pensamento.

  • [message]
    • ##exclamation-triangle## SOBRE O AUTOR DESSE TRECHO DO POST:
      • Meu nome é Igor Giamoniano, sou formado em Sistemas para Internet e pós-graduado em Ciência de Dados, atuei como desenvolvedor backend e atualmente tento unir meu amor por arte, tecnologia e educação.

Conheça seus projetos visitando seu site e suas redes sociais nos links abaixo.

[##link## www.igorgdev.com.br

[##instagram## @coisa_de_dev] [##youtube## Coisa de DEv no YouTube] [##linkedin## Perfil profissional]

Concluindo

A escola desempenha um papel fundamental em nossa educação, mas é importante reconhecer que existem diversos assuntos além do currículo tradicional que podem nos preparar melhor para a vida. Aprender sobre educação financeira e empreendedorismo, astronomia, oratória, psicologia e programação seria enriquecedor para nossa formação pessoal e profissional. Esses conhecimentos nos capacitariam a lidar com as demandas do mundo atual, nos tornando mais autônomos, criativos e conscientes.

É essencial que o currículo escolar passe por uma verdadeira reforma, adaptando-se às necessidades e interesses dos estudantes. Educação financeira e empreendedorismo poderiam ser abordados em disciplinas específicas, ensinando conceitos práticos sobre como administrar o dinheiro, planejar o futuro financeiro e desenvolver habilidades empreendedoras.

A astronomia poderia ser introduzida em aulas de ciências, despertando a curiosidade dos alunos sobre o universo e incentivando-os a explorar e compreender o funcionamento do cosmos. Além disso, visitas a observatórios ou projetos de observação de estrelas poderiam enriquecer ainda mais essa experiência.

A oratória, por sua vez, poderia ser integrada ao currículo de língua portuguesa, com atividades que estimulem os estudantes a se expressarem de forma clara e persuasiva. Técnicas de comunicação oral e expressão corporal poderiam ser ensinadas, preparando os alunos para situações de apresentação e debates. Não sei afirmar, mas já ouvir falar que o Teatro ajuda demais neste sentido. Ou seja, outra possibilidade.

A psicologia, mesmo que não como uma disciplina completa, poderia ser introduzida em aulas de desenvolvimento pessoal ou como parte de um programa de educação socioemocional. Compreender os aspectos básicos da psicologia ajudaria os alunos a lidar melhor com suas emoções, desenvolver habilidades de resolução de conflitos e cultivar relacionamentos saudáveis.

Por fim, a programação poderia ser ensinada como uma disciplina específica ou como parte integrante de outras matérias, como matemática e ciências da computação. Aprender os fundamentos da lógica de programação e desenvolver habilidades em linguagens de programação abriria portas para carreiras na área de tecnologia e ampliaria a capacidade dos alunos de compreender e utilizar a tecnologia de forma mais consciente.

Quanto às provas que comentei no início do post, elas podem e devem continuar. A OBMEP é um bom exemplo de aplicação de provas, afim de descobrir talentos. O problema maior é quando deixamos de descobrir talentos porque focamos apenas em provas e não ajudamos a despertar as capacidades dos nossos alunos.

Repensar a educação e ampliar os horizontes do que é ensinado nas escolas, é sempre um exercício muito bom de reflexão. Outras áreas, como a saúde, por exemplo, também são muto importantes.

Ao incluir esses assuntos relevantes, estaremos preparando os estudantes para um mundo em constante mudança, capacitando-os a enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgirem ao longo de suas vidas.



This post first appeared on Prof. Edigley Alexnadre, please read the originial post: here

Share the post

5 assuntos essenciais que deveriam ser ensinados na escola: o que eu gostaria de ter aprendido

×

Subscribe to Prof. Edigley Alexnadre

Get updates delivered right to your inbox!

Thank you for your subscription

×