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Reflexões sobre National Tsing Hua University e algumas questões filosóficas

Há quanto tempo que não abro este blog para postar sobre meu dia a dia por aqui em Taiwan. Ainda estou morando por aqui há quase 4 anos, e muita coisa mudou desde que eu “sumi”. Já aviso que este post é mais um desabafo meu do que algo sobre a cultura de Taiwan.

Vou parar de colocar a numeração do dia nos posts, até porque se tornaram bastante irrelevantes agora.

Como não quero que este post seja muuuuuuuito longo, vou resumir Bastante coisa sobre o que aconteceu nesses 2 anos que sumi. Em 2017, estava estudando chinês na National Tsing Hua University (國立清華大學), lá estudei até Janeiro de 2018, posso dizer que minhas impressões sobre aquela universidade mudaram bastante em relação às que tive antes mesmo de estudar lá.

No começo estava tudo tranquilo, aprendendo coisas um pouco mais rapidamente, se for comparar com as aulas que tive na Chung Hua University (中華大學), até que no final do 1º semestre teve mais apresentações individuais (nunca tive muito problemas com Isso, além daquele nervosismo e frio na barriga quando chegava a minhas vez de ir na frente), dessa vez as apresentações eram avaliadas pelos próprios colegas de sala, e isso me fez refletir se era justo, visto que os pontos a serem avaliados eram:

  • A pronúncia em chinês
  • Roupas (sim, se o aluno estivesse usando algo como chinelos ou roupas amassadas, teria que tirar nota dele)
  • O conteúdo apresentado

E um feedback pessoal sobre como apresentar melhor na próxima vez.

Por mais bobo que seja, isso ficou na minha cabeça por um bom tempo, mas cheguei a apresentar no final.

No 1º semestre tirei nota A, o que foi estranho, visto que eu errava bastante nas lições de casa, porém fazia tudo que pediam e participava das aulas. Porém, ainda com aquela reflexão sobre o método novo de avaliação ser justo ou não.

Pulando as férias de verão, no 2º semestre tive aulas todas as sextas-feitas com uma outra professora, infelizmente não lembro o nome dela, mas foi a que mais motivou a desistir do curso de chinês.

As aulas dela eram bastante voltadas ao conteúdo mais avançado, e seu método de ensino era muito diferente da professora anterior. Ela começava a perguntar como foi a semana de cada um, no intuito de fazer todos praticarem a fala, porém aqueles que falavam bastante, ela já ficava fazendo cara de “para de falar que eu tenho horário pra cumprir”, tanto que eu e mais outros colegas paramos de falar durante as aulas.

Sei que os professores tem que cumprir os horários e ensinar os alunos o máximo que pode, até porque eu só tinha uma aula por semana, com duração de 3h, mas a forma como ela tratava os alunos me incomodava muito, especialmente aqueles que tinham dificuldade com a língua.

Certo dia, ela mostrou uma reportagem sobre um ex-aluno de direito que decidiu largar a faculdade para vender frango frito, e uma entrevista do diretor ou professor falando que aquilo não era “futuro” de gente sucedida. Achei curioso isso, afinal, quem é ele para julgar como deve ser o futuro do outro para que seja “sucedido”?

Este mesmo aluno conseguiu dinheiro suficiente para abrir outra loja de frango frito, e ainda gerou empregos, o que há de ruim nisso? Só porque ele ganha dinheiro vendendo frango frito é considerado como um perdedor? Se ele está feliz com o que faz, isso pra mim é um grande sucesso.

Deixando a questão filosófica de lado, teve mais um outro dia que eu não lembro o motivo, mas disse para a professora que dependia dos meus pais, visto que vir para Taiwan foi como recomeçar minha vida do 0, eu literalmente larguei tudo no Brasil para tentar uma vida nova por aqui, e ela apenas riu da minha cara, uma colega que sentava do meu lado também riu, e isso me fez refletir mais ainda sobre o que eu tava fazendo lá, percebi que tava perdendo muito mais tempo estudando chinês (eu estudava sozinha nos dias que não tinha aula), um tempo tão precioso que eu podia estar usado para coisa muito mais importantes, como encontrar um emprego, por exemplo.

Eu então vasculhei pela internet formas de ganhar dinheiro online dos quais chinês não é o requisito principal. Vi que design gráfico estava bastante em alta, mas como nunca estudei este curso, foi um grande desafio aprender sozinha pela internet por meio de vídeos e blogs.

Eu tentei várias coisas, desde estampas para camisetas (uma delas inclusive foi selecionada para vender no site, o que gerou um dinheiro legal, mas não o suficiente para viver bem haha), depois criei uma webcomic chamada “Who are you?“, e pela primeira vez ganhei seguidores fiéis que gostam tanto da minha história e de meus personagens que passaram a desenhá-los e mandá-los para mim!

Também consegui uma proposta de contrato com uma editora online, mas não gostei muito dos termos e acabei recusando. Gosto de disponibilizar meu trabalho para todo mundo sem ter que pagar para poder ler.

Claro que minha webcomic não gerou muito dinheiro (algo em torno de 10 dólares haha), mas tudo bem, eu fiz mais por gostar de contar histórias e queria criar uma no formato de uma webcomic. Às vezes desenhava algumas coisas aleatórias para postar no meu instagram, para ver se atraía mais seguidores ou não.

Até então foi tudo muito na tentativa e erro, enquanto eu procurava saber qual meio  geraria mais renda online. Eu vendia: fotos, aquarelas digitais focadas em produtos de casamento, illustrações aleatórias que achava que ia dar um bom dinheiro, estampas de camisetas, e até vetores para vender em bancos de imagens.

Consegui algo em torno de 600 dólares passivamente (ou seja, só fiz as imagens e coloquei no site pra vender, não precisava fazer mais nada além disso) de 2018 para 2019, e ganhei mais 300 dólares vendendo fotos digitais de 2016 para 2017 (não sei o que houve, mas as vendas do EyeEM pararam), ou seja 900 dólares fazendo nada!!

E o melhor de tudo isso é que tudo que fiz de 2017 para 2018 me possibilitou um emprego remoto em design gráfico! Também criei uma conta no banco com a ajuda de uma tia que é VIP (infelizmente, desde 2018, para criar conta no banco, independente de ser estrangeiro ou não, tem que passar por uma burocracia terrível. Eles perguntam o porquê de querer criar uma conta no banco, de onde tá vindo o dinheiro, quanto ganha, quem é você, entre outras perguntas bem chatas, mas se um VIP te indica, pode criar uma conta na hora, claro que ainda perguntam sobre o dinheiro, mas é bem menos burocrático)

Trabalhar remotamente tem seus desafios, mas sempre consigo bater o dobro da meta, sem ter que gastar o dia inteiro na frente do computador. Quando não estou trabalhando, ando por aí sem rumo, conhecendo ruas bem esquisitas, umas estreitas e outras completamente vazias.

Bem, acho que é isso! Vou ver se faço um post falando sobre um shopping que tem aqui perto, ele é bastante diferente dos que fui em São Paulo, então vai ser algo interessante (ou não).



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