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Sobre máscaras...

Sobre máscaras... 

Confesso, quando saio à rua e vejo tanta gente de máscara ainda me faz alguma confusão. É como se, de repente, não pertencêssemos aqui, fossemos uns estranhos no nosso próprio planeta, ou este, cansado de nós, quisesse correr connosco...
 
Mas as máscaras não são uma inovação da actualidade. 
Já no passado o ser humano foi obrigado a pensar nelas de modo a tentar proteger-se.
 
Aliás, uma delas foi bem emblemática e até Hoje associada à peste negra: uma máscara com um bico de pássaro, que acompanhava um traje esquisito, uma espécie de vestido. 

Este trajo – bem 'creepy' por sinal ! - era envergado no séc 17 pelos médicos da altura.
 
Naquela época pensava-se que a disseminação das doenças infeciosas se fazia através dos odores fétidos que provinham da putrefação de matéria orgânica e da água contaminada.
 
Ora, a ideia daquele enorme bico de pássaro era armazenar toda uma combinação de ervas e especiarias, como antídotos desse venenos. Chegavam a colocar mais de 50 ervas, numa tentativa de purificar o ar que respiravam.
 
Infelizmente, apesar de criativa e, suponho, trabalhosa, esta máscara só serviu mesmo como fantasia, aliás, foi até chamada às peças de teatro em Itália, na 'Commedia dell'Arte' e perdura até aos dias de hoje.

As primeiras máscaras 'cirúrgicas' começaram a ser utilizadas pelos médicos em 1897. O material consistia num lenço amarrado ao redor do rosto.
 
Mas não eram concebidas para filtrar doenças transmitidas pelo ar; elas eram usadas para impedir que os médicos, ao tossir, ou espirrar, projetassem gotículas nas feridas dos pacientes durante a cirurgia.
 



Em 1910, uma outra praga de peste bubónica estourou no norte da China, provocando uma verdadeira corrida científica para conter o surto.
 
Até parece coisa dos dias de hoje...
 
Foi um jovem médico chinês, contratado pela Corte Imperial Chinesa para ajudar no combate à doença, que descobriu que a praga não era transmitida por pulgas, como todos suspeitavam, mas pelo ar. A partir das máscaras cirúrgicas criadas no Ocidente, Wu desenvolveu uma máscara mais dura feita de gaze e algodão e enrolou-a à volta do rosto, adicionando várias camadas de pano para filtrar as inalações.
 
A sua invenção foi um grande avanço, pois não só ajudou a impedir a propagação da praga, como se tornou o símbolo da ciência médica moderna.
 
A Gripe Espanhola, que, apesar do nome, surgiu nos EUA, foi também combatida com a ajuda deste acessório.
 
Esta pandemia aconteceu em três ondas, e a segunda foi a mais severa. Quando as medidas de proteção e distanciamento abrandaram, a pandemia voltou, mais forte ainda.
 


Uma lição para os dias de hoje...
 
No total, a Gripe Espanhola, matou pelo menos 50 milhões de pessoas (alguns estimam o dobro), além de infectar um terço da população global. Fez mais vítimas que as duas Guerras Mundiais, a Guerra do Vietname e a da Coreia, juntas.
 
Um dos cartazes da Cruz Vermelha, na época, dizia: “Tosse e espirros espalham doenças, algo tão perigoso quanto gás venenoso".







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