Tendo consultado seus contatos no céu e no inferno, o Místico sabia que iria morrer em breve.
Estava numa estrada, solitário, no meio do nada.
Sabendo que estava condenado, resolveu apelar. Finalmente teve coragem para efetuar o ritual para o qual tinha se preparado a vida inteira.
Horas, depois, coberto de sangue e tremendo de suor e frio, o Místico viu o Demônio finalmente se
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materializar.
Estava vestido impecavelmente, vaidoso que era. Apenas uma de suas sobrancelhas arqueadas traía a sua verdadeira essência.
Sem preambulos, o Místico disse que queria mais tempo. O Demônio, é claro, ofereceu uma troca.
- "Meu caro Místico, existem vidas que até *EU* não quero tirar. Venha comigo."
Chegaram a uma pequena casa, luz de lampião. Entraram, invisíveis e indetectáveis por sentidos mortais.
Dentro da casa, uma criança, deitada numa cama, respirava já com dificuldades. Ao lado, sua mãe rezava e chorava baixinho. Na mesa, o pai, o olhar perdido de desconsolo.
- "Uma vida por uma vida", disse o Demônio, "Eu lhe dou o poder de matar. Mate, e você terá sua vida extra."
O Místico olhou a cena e sentiu as ondas de amor e compaixão que brotavam dos pais da criança.
Mas endureceu seu coração e, sem pestanejar, foi até a criança e, suavemente, com a ponta dos dedos, tocou sua fronte.
O Dêmonio deu um suspiro de alívio. Havia terminado.
- "Mamãe!" - disse a criança. "Me sinto melhor!"
Mãe e pai correram para a cama e viram que, realmente a criança estava milagrosamente salva.
- "O que você fez?"- rugiu, enfurecido, o Demônio.
- "Matei", disse o Místico. "Matei como nunca havia matado antes. Todos os micróbios que existiam na criança agora estão mortos."
-"E não se esqueça de que voce me deve um milhão de vidas!" - continuou o Místico, zombeteiro.
- "AHHHHH" - e num clarão de enxofre e raiva o demônio se foi.
E o Místico está por aí, vivo até hoje...
Estava vestido impecavelmente, vaidoso que era. Apenas uma de suas sobrancelhas arqueadas traía a sua verdadeira essência.
Sem preambulos, o Místico disse que queria mais tempo. O Demônio, é claro, ofereceu uma troca.
- "Meu caro Místico, existem vidas que até *EU* não quero tirar. Venha comigo."
Chegaram a uma pequena casa, luz de lampião. Entraram, invisíveis e indetectáveis por sentidos mortais.
Dentro da casa, uma criança, deitada numa cama, respirava já com dificuldades. Ao lado, sua mãe rezava e chorava baixinho. Na mesa, o pai, o olhar perdido de desconsolo.
- "Uma vida por uma vida", disse o Demônio, "Eu lhe dou o poder de matar. Mate, e você terá sua vida extra."
O Místico olhou a cena e sentiu as ondas de amor e compaixão que brotavam dos pais da criança.
Mas endureceu seu coração e, sem pestanejar, foi até a criança e, suavemente, com a ponta dos dedos, tocou sua fronte.
O Dêmonio deu um suspiro de alívio. Havia terminado.
- "Mamãe!" - disse a criança. "Me sinto melhor!"
Mãe e pai correram para a cama e viram que, realmente a criança estava milagrosamente salva.
- "O que você fez?"- rugiu, enfurecido, o Demônio.
- "Matei", disse o Místico. "Matei como nunca havia matado antes. Todos os micróbios que existiam na criança agora estão mortos."
-"E não se esqueça de que voce me deve um milhão de vidas!" - continuou o Místico, zombeteiro.
- "AHHHHH" - e num clarão de enxofre e raiva o demônio se foi.
E o Místico está por aí, vivo até hoje...