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SERÁ UM AMOR CAPAZ DE VENCER AS BARREIRAS DO DESCONHECIDO E SAIR VITORIOSO?





Da escuridão que era uma cortina negra uniforme, soltaram-se tentáculos sinuosos, como braços compridos e Alana sentiu aquela escuridão densa tocar seus braços, enrolando-se neles como algemas pegajosas. Aquilo não parecia palpável, mas Alana sentia na pele um toque úmido e quente, como se uma língua colossal se prendesse na sua pele. Viu outra ponta se desprender do corpo volumoso que a perseguia e se esticar, até ultrapassá-la na corrida como se quisesse se enrolar em sua cintura.
Não Havia mariposas ali naquela nuvem, não havia nada realmente sólido, era apenas uma cortina de fumaça negra, mas tão densa que dava a impressão de que poderia ser fatiada. Alana livrou uma das mãos e acertou aquele tentáculo com um tapa. Respondendo ao toque da ponta dos seus dedos, aquele braço encolheu-se, fundindo-se novamente no corpo maior. Desfazendo-se dos outros tentáculos que enrolavam seus braços, Alana ganhou fôlego e se atirou para o bosque, deixando para trás a simetria do asfalto para enfrentar o terreno acidentado.
Sem pensar nos possíveis arranhões, atirou-se por entre arbustos que pareciam medronheiros ou azevinhos pequenos e muito espessos, abrindo caminho com as mãos, cortando os braços em espinhos que ela nem havia enxergado. Castanheiras e Carvalhos cobriam o céu com Suas copas altas e robustas, sumindo com qualquer resquício das estrelas ou da lua que outrora brilhavam, deixando a noite com um aspecto apocalíptico assustador. Galhos retorcidos e pontiagudos de pequenas árvores lenhosas penetravam sua pele, enquanto ela sentia o sangue quente umedecer suas roupas. Não sentia dor, apesar da cena trágica que via em suas pernas, sentia apenas medo e pavor.
O ruído constante de nuvem de gafanhotos e o odor amargo a acompanharam. Alana sabia que aquilo ainda estava atrás dela, desviando com perfeição dos obstáculos com os quais ela não conseguia lidar sem se ferir. Alana queria desesperadamente evitar que aquela sombra a engolisse, então, sem diminuir a velocidade, deslizava suas mãos pelos braços nus, arrancando as lascas de madeira e depois pela calça¸ até alcançar os dardos que perfuravam sua carne.
Sentiu os joelhos flácidos. O gosto amargo da bile feriu sua garganta e ela achou que fosse vomitar. Sem olhar para trás, percebeu a escuridão envolvendo ainda mais o bosque, transformando a noite em um pez-negro e pegajoso como piche. O ar abafado e úmido parecia não deixar que ela respirasse. Seus pulmões reclamaram e Alana Sentiu a garganta arder, como se engolisse areia.
Passadas instáveis demoravam a leva-la para fora do bosque, gritou desesperada por socorro, sua voz não era alta o suficiente para alertar alguém. Naquela parte do caminho não havia casas, apenas a dela mais à frente, com a luz da varanda acesa, que ela mal podia enxergar por entre os muitos troncos e galhos repletos de folhas que açoitavam seu rosto e se enrolavam em seus cabelos.
Percebeu os músculos enfraquecendo, exaustos por causa das contrações. – Não vai dar.




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