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O Vigia - 11


(Imagem: Pinterest, do álbum de Ivey Zimmerman)



Peguei meu rádio, algumas peças de roupa e o que sobrou do mapa, e meti Tudo numa sacola. Tive o cuidado de não esquecer a cópia amarelada de “O Vigia”, que tão ternas recordações me traz de sua autora. Tudo pronto, fui a mais uma noite de vigília.
Bebel não apareceu. Estive apenas com Priscila, a quem entreguei um envelope lacrado recomendando-lhe que o fizesse chegar às mãos da minha amiga. Em telegráfico bilhete, eu falava sobre uma “breve temporada de férias”, cujo retorno à pilha de tijolos só eu sabia que não aconteceria mais: logo cedo eu passaria no escritório do patrão, onde alegaria uma emergência qualquer – algo inadiável, definitivo e grave o suficiente para que pedisse demissão.
À curiosa Priscila eu disse, sério, que o envelope continha passagens aéreas que nos permitiriam, Bebel e eu, passar tórridos dias de lazer em Burkina Fasso.  A loura arregalou os olhos, deu um gritinho e disse que tomaria satisfações com a traidora companheira, que nada havia comentado com ela sobre a viagem.
Pouco Antes das três horas peguei minha sacola, saí e tranquei o cadeado do portão. Antes, tive o cuidado de deixar acesa a lâmpada da entrada.
Nessa hora ouvi o primeiro apito do trem.

FIM


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O Vigia - 11

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