No dia em que passam 69 anos sobre a inauguração da Escola de Ferreiros, em Arões S.Romão, Fafe, relembramos aqui o que, sobre este acontecimento, foi publicado no livro O Ensino em Fafe (1750-1974):
Related Articles
Foi um esplendor. O edifício era magnífico, construído pelo município, com comparticipação do Estado, escreveu alguma imprensa local. A festa teve foguetes e esteve presente muito povo da terra, e das freguesias vizinhas. Participou na inauguração o Presidente da Câmara, Delegado Escolar, Inspector da Região Escolar de Braga, e quase todas as individualidades importantes do concelho. O coro das crianças foi dirigido pelo professor oficial de Cepães, Sr Francisco Mota, que entoaram A Portuguesa e outros cânticos. Inaugurações escolares eram raras para o tempo. Poucos edifícios se tinham construído em Fafe com esta finalidade. Arões e Serafão foram as segundas freguesias do concelho de Fafe a ter esse luxo, já que a primeira foi Regadas em 1932. Hoje (2005) está há muito desactivada e em fraco estado de conservação, num lugar magnífico.
O arquitecto responsável pelo projecto foi o Sr Rogério Azevedo que aplicou aqui as mais requintadas condições pedagógicas, no dizer do Director do jornal A Voz de Fafe Dr Teotónio da Silva e Castro. O professor daquela escola, Sr. Silvino Marinho, ornamentou a sala. Participaram no acontecimento as crianças das escolas de Stª Cristina e de Cepães. Os aposentos da residência paroquial, que até então estavam na posse do Estado, foram restituídos ao Pe Albertino Antunes Freitas. A parte da residência não aplicada à escola já tinha sido devolvida em 1930, pela obrigação imposta pela portaria de 5 de Maio desse ano.
Na festa de inauguração usou da palavra o Delegado Escolar Sr. António Joaquim Teixeira, que num discurso de fino recorte literário cantou um hino à instrução. Louvou a Câmara, saudou o povo de Arões e elogiou o pároco. O Presidente da Câmara anunciou que em breve a escola iria ser dotada de luz eléctrica. No final das cerimónias houve um porto-de-honra. Terá sido um dos maiores dias festivos da freguesia cheio de significado. Nela aprenderam a ler gerações de crianças, e ouvidos alguns residentes que a frequentaram, lamentam o estado em que se encontra.