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Entenda o problema da Geosmina na água de consumo do RJ.

Vários jornais brasileiros, como o G1, noticiaram problemas na água de no RJ. Neste artigo, você vai entender o porquê da contaminação, os efeitos da presença desta molécula na água e a importância da higienização de reservatórios, limpeza de caixas d’água e tubulações no combate ao problema.

O que está acontecendo com o abastecimento de água no Rio de Janeiro? 

No começo de janeiro, moradores do Rio de Janeiro registraram reclamações que a água fornecida está apresentando forte cheiro, coloração turva e um gosto desagradável.

A concessionária de distribuição de água responsável, após realizar análises, detectou a presença de uma substância denominada Geosmina nas suas amostras de água. 

O que é a Geosmina? 

A Geosmina é um composto orgânico amplamente conhecido pelo agradável cheiro de terra molhada. Essa molécula pode ser sintetizada por alguns microrganismos, tais como as bactérias Streptomyces, Cianobactérias (algas azuis) e os fungos Actinomicetos.  

A Geosmina é constantemente produzida por bactérias do solo. Quando chove essa substância é lançada no ar.

A presença de Geosmina na água é responsável apenas por causar alterações de cheiro e sabor, mas não mudanças de cor ou turbidez.

A Geosmina pode fazer mal quando consumida?

A Geosmina não apresenta toxicidade, mas é um indicador da qualidade da água coletada. Isso porque, as Cianobactérias (algas azuis) têm seu crescimento favorecido pelo aumento da concentração de matéria orgânica devido à poluição por dejetos domésticos (esgoto), fertilizantes agrícolas e efluentes industriais, despejados diretamente em rios e lagos.

Apesar da presença de Geosmina não apresentar efetivamente um efeito tóxico ao organismo, pesquisadores já relataram que a água com gosto desagradável pode causar efeitos psicossomáticos (sintomas causados por alguma instabilidade emocional que vão gerar efeitos físicos no organismo) como dores de cabeça, estresse e náuseas.

Como remediar a presença de Geosmina na sua água para consumo? 

A Geosmina é um composto de difícil oxidação, então os processos convencionais de tratamento são insuficientes para remoção de tal substância.

Para remediar essa situação, segundo um especialista do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) recomenda-se:

  • Implementar um sistema de Filtração de Entrada, com uma porosidade de 20 micra para reter material particulado;
  • Nesse mesmo sistema acrescentar uma unidade de carvão ativado, para remoção de gosto e odor (adsorção);
  • Higienização de reservatórios, limpeza de caixas d’água e tubulações: o alto nível de matéria orgânica presente pode se instalar nesses locais, favorecendo o desenvolvimento de Biofilmes;
  • A limpeza de filtros, com a troca de velas de carvão ativado, vai diminuir a carga de material orgânico e evitar contaminações microbiológicas.

Nós da Microambiental recomendamos a realização de análises de água, para a identificação de bactéria possivelmente patogênicas e oportunistas na água.  A alta carga de matéria orgânica em conjunto do aumento de temperatura, também favorece o desenvolvimento de microrganismos potencialmente patogênicos e oportunistas (como a Escherichia coli, Legionella entre outras). Esses podem se instalar em tubulações e caixas d’água.

E como remediar a presença de Geosmina no manancial? 

A concessionária de distribuição de água responsável, anunciou a adição de carvão ativado no sistema de tratamento de água. O carvão ativado tem sido empregado no tratamento da água, pela sua capacidade de absorver seletivamente impurezas de origem orgânica.

Apesar do tratamento com carvão ativado ser muito eficaz, ele não é seletivo apenas para a Geosmina. Deste modo, se a água estiver com uma alta carga orgânica talvez o tratamento não tenha a eficácia esperada para a remoção de Geosmina.

Como a Geosmina contaminou o abastecimento de água?

Os rios Queimados, Poços e Ipiranga são afluentes do Guandu (que abastece os municípios de Nilópolis, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, São João de Meriti, Itaguaí, Queimados e Rio de Janeiro) e sofrem constante despejo de esgoto. Esse aumento de carga orgânica contribui para a proliferação de Cianobactérias (algas azuis) no rio Gandu.

Lago coberto de algas a poucos metros da captação de água do Guandu — Foto: Reprodução/TV Globo

A crise que circunda o abastecimento de água potável no Rio de Janeiro é reflexo da intensa poluição de corpos hídricos. Além disso, as Estações de Tratamento de Água são muito antiquadas, e não dispõem de tecnologias que removam novos produtos ocasionados pelos diversos tipos de poluentes gerados.

O problema do Saneamento Básico no Brasil:

Gostaríamos de ressaltar que o cenário de falta de saneamento não é um problema exclusivo do estado do Rio de Janeiro, mas de âmbito nacional. Em 2019, o Instituto Trata Brasil relatou ao senado que 48% da população brasileira ainda não possui coleta de esgoto.

Fonte: Agência Senado

Enquanto o despejo de efluentes, sem tratamento adequado em nossos mananciais ocorrerem, crises como essa no Rio de Janeiro serão corriqueiras, entre outros problemas de saúde pública que a falta de saneamento pode ocasionar.

A Microambiental compreende como a água de boa qualidade implica no bem-estar das pessoas. Deste modo, não recomendamos o consumo de água que apresente qualquer tipo de cheiro, coloração e gosto.

Leia a reportagem na íntegra.





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