O apelo foi lançado pela organização de defesa dos direitos humanos por ocasião de uma reunião, em Genebra, sobre o Tratado de Comércio de Armas.


A Amnistia indica ter documentado uma série de graves violações, incluindo crimes de guerra, por ambas as partes, desde o início da escalada do conflito em março de 2015.

"A Amnistia Internacional está a exortar todos os Estados a garantir que nenhuma das partes envolvidas no conflito no Iémen é abastecida -- seja direta ou indiretamente -- de armas, munições, equipamentos ou tecnologias militares, que seriam usados no conflito até que tais graves violações cessem", refere em comunicado.

"O apelo ao Embargo vai para além das sanções internacionais existentes" que, ao abrigo da resolução 2216 do Conselho de Segurança da ONU (abril 2015), visaram os rebeldes huthis e os seus aliados, as unidades do exército que se mantêm fiéis ao ex-presidente Ali Abdallah Saleh, sublinhou a Amnistia Internacional.

A Amnistia referia-se à resolução -- não vinculativa -- adotada em 25 de fevereiro pelo parlamento europeu, em que se "instava a UE a procurar impor um embargo de armas à Arábia Saudita, mas não a outras partes envolvidas no conflito".

A organização esclarece, porém, que "não está a apelar a uma proibição total à aquisição de armas visando os membros da coligação que legalmente, por motivos legítimos as utilizam fora do Iémen -- por exemplo, armas usadas para a proteção de ajuda humanitária ou participação em operações de manutenção da paz".

As Nações Unidas advertiram, este mês, para uma "catástrofe humana" no Iémen, onde mais de 6.100 pessoas, a maioria civis, foram mortas e quase 30.000 outras feridas desde a intervenção da coligação liderada pelos sauditas naquele país, em março do ano passado.

nm