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Moradores de Londrina investem em segurança privada

 
Placa instalada na calçada do Shangri-lá

Preocupados com a segurança, Moradores de Londrina instalam câmeras, placas de alerta e mudam a iluminação pública com recursos próprios. Tentam dessa forma inibir a prostituição, o tráfico de drogas e os roubos.

Placas identificam as casas, novas e velhas tecnologias dividem espaço

Um dos primeiros projetos criados com essa finalidade foi o Vizinho solidário. Cada morador se compromete a ajudar no cuidado com a segurança dos outros. Além da instação de placas nas residências cada casa tem também um apito que pode ser usado em caso de emergência para alertar os demais. Essa iniciativa abrange hoje15 bairros em Londrina.

No Shangrilá, um dos bairros pioneiros, além de reuniões e coleta de assinaturas solicitando à prefeitura o fechamento das vielas, melhoria na iluminação pública e revitalização das praças os moradores também optaram por instalar câmeras de vigilância nas ruas.

Camêra de vigilância e pixação feita pelos moradores do Shangri-lá

Para os moradores do Shangri-lá essas medidas tem ajudado a reduzir a criminalidade no bairro. A dona de casa Dulcinéia Aparecida diz que os avisos e as câmeras assustam e ajudam a evitar os crimes. Ela já teve a casa invadida por dois homens armados e afirma que na rua em que mora praticamente todas as casas já foram roubadas. Há mais de 10 anos residente na zona oeste de Londrina, Helio Henrique Vieira acredita que o poder público não está interessado em segurança. Para ele, que já teve a casa roubada duas vezes, só a iniciativa dos moradores ajudou a reduzir os problemas. A presidente da associação de moradores Gabriela Fontoura concorda e acredita que embora a tecnologia ajude a prevenir ela sozinha não resolve. O mais importante é manter viva a boa relação com os vizinhos e a comunicação direta com policiais que devem ser comunicados por meio de boletins de ocorrência.

 Portal de entrada para o Bela Suiça, zona sul de Londrina

No bairro Bela Suíça o investimento particular em segurança é ainda mais impressionante. Ao visualizar a placas de entrada e o quebra-molas tem-se a impressão de entrar em um condomínio fechado. Para se ter ideia toda a iluminação foi trocada e os moradores ainda contam com seguranças particulares. Eles fazem a ronda com carros e motos e acompanham a movimentação de moradores e pessoas estranhas. De acordo com arquiteto responsável José Carlos Spagnuolo as mudanças foram autorizadas pela prefeitura municipal e custeadas pelos próprios moradores. Um morador, que não quis se identificar, diz que gastou mais de 800 reais com as mudanças. O advogado Cláudio César Henning disse que a segurança sai cara mas vale a pena pois hoje pode chegar em casa tranquilo sem correr o risco de ser abordado. As ruas são bem iluminadas e a empresa de segurança está sempre atenta, observando quem entra e quem sai.

Para o delegado-chefe da Polícia Civil em Londrina, Márcio Amaro, este é um grande exemplo de responsabilidade social. Ele afirma que a união dos moradores é extremamente positiva para ajudar a combater os crimes e identificar pessoas envolvidas em atos ilícitos.

 Livro reúne artigos que discutem a vigilância e visibilidade no espaço urbano

Como lembra o blog amigo A era do Panóptico, um contraponto para essa questão é colocada pelo sociólogo mexicano Nelson Arteaga Botello que estudou o projeto de instalação de câmeras no ano de 2007 em um bairro na cidade do méxico, o sistema de vigilância é planejado para “construir uma ‘fronteira segura’ para a população da zona residencial dos outros grupos sociais“.

Enquanto a população dessa zona vigiada recebia informações sobre “os benefícios de redução dos riscos de segurança pública e bem-estar“. Os moradores de regiões mais afastadas eram alertados sobre sobre questões disciplinares. Como o cuidado que deveriam ter não cometer atos considerados ilegais, pois “provavelmente estarão sendo observados por uma câmera de vídeo”.

Apesar da polêmica envolvendo a perda de privacidade e a criação de uma sociedade vigiada, os projetos de monitoramento e segurança privada tem feito sucesso entre os moradores de Londrina.

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Essa é uma matéria que fiz, com a colaboração da colega Hellen de Paula Pereira e do sr. e Plínio Vendito para a disciplina de Jornalismo Impresso (Edição do Jornal Laboratório), sob a orientação do professor José Maschio.


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