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Custos Gerais

Concluindo a nossa série de postagens sobre os Custos logísticos temos o segundo e último artigo. Neste iremos relacionar, e explicar, os custos gerais associados ao planejamento logístico.


Custos Controláveis e Não Controláveis: Inicialmente, quando se fala em tomada de decisões, devemos analisar o que faz parte, efetivamente, da gestão de cada processo. Sobre os custos controláveis e não controláveis, podemos dizer que os primeiros variam com o volume de esforço de um processo/atividade e devem estar relacionados a um objeto e identificados separadamente. Contabilmente falando, dizemos que o Custo Controlável é aquele que é influenciado pela decisão e ação de um gestor e pode ser identificado ao objeto ou rastreado em determinado processo/atividade. O custo não controlável não pode ser influenciado pela decisão de um gestor, por Exemplo, o gestor de logística pode controlar os custos de transporte e armazenagem, mas não pode controlar os gastos com a segurança ou a limpeza do prédio, que também são utilizados por outras áreas da empresa e poderão ser alocados ao processo atividade por diversos critérios questionáveis, ou seja, não diretamente identificados.

Custo de Oportunidade: É um conceito de custo imprescindível à gestão de logística, sobretudo no que tange aos investimentos em ativos logísticos. É um tipo de custo imputado, um custo de capital, que não é registrado contabilmente (nos livros contábeis tradicionais) e não implica desembolsos de caixa, pois tem natureza econômica, mas deve ser contemplados nos relatórios gerenciais. O custo de oportunidade representa quanto a empresa sacrificou em termos de remuneração por ter aplicado seus recursos numa alternativa ao invés de em outra. Para ilustrar este conceito, um exemplo pode ser o de uma empresa que poderia aplicar seus recursos em operações no mercado financeiro e ganhar 1% ao mês, ao invés de investir em estoques ou em outros ativos logísticos, portanto, a decisão de manter ativos deveria render, no mínimo, o que a empresa poderia obter no mercado financeiro, ou seja, 1% ao mês.

Custo Relevante: É um conceito importante à gestão logística. Custos relevantes são custos futuros, que diferem entre as diversas alternativas. Para ser, um custo não deve ser apenas um custo futuro, mas também precisa ser diferente de uma alternativa para outra. Na escolha entre alternativas, por exemplo, dos modais de transporte, apenas alguns custos serão relevantes na análise, tais como os custos de embalagens ou os custos de manutenção do inventário, pois irão ocorrer como resultado da tomada de decisão de qual modal de transporte utilizar e afetam o fluxo de caixa. Custo relevante não é necessariamente o que foi incorrido no passado, mas aquele que se esperam incorrer no futuro para um determinado nível de serviço. Os trade-offs se enquadram na categoria de custos relevantes.

Custos Irrecuperáveis: São custos incorridos no passado e que não são relevantes para decisões no presente, pois não se alteram em função das decisões. A depreciação de um ativo já existente, por exemplo, não deve ser considerada como um custo relevante, pois não afeta o fluxo de caixa; em compensação, os custos de capital sobre esse ativo devem ser considerados. Por exemplo, se você comprou ingresso para assistir um filme no cinema e gastou R$ 25,00, e um amigo o convida para ir a um churrasco, sem custo nenhum e você aceita, os R$ 25,00 gastos pelo ingresso não serão recuperados.

Custo Incremental, Marginal ou Diferencial: Este conceito é importante na análise dos Custos Logísticos e normalmente é considerado como um custo extra, associado a uma unidade adicional. Em uma tomada de decisão, devemos analisar os aumentos (ou diminuições) nas receitas e nos custos, que ocorrerão em cada decisão, ou seja, incluem custos que se modificam, como consequência da escolha entre as diversas alternativas. Em uma análise incremental, devemos observar qual o resultado econômico que será apurado, pela diferença entre a receita e o custo incremental. Podemos citar como exemplo a questão, descrita no custo Relevante, da escolha do modal de transporte, em que a alternativa que tiver o melhor resultado econômico, ou seja, a melhor solução logística, deverá ser a escolhida. Novamente, isso remete para o conceito de trade-off, que concluímos que envolve custos relevantes e incrementais, marginais ou diferenciais.

Custos Ocultos: (Hidden Costs): São os custos que não são visíveis aos gestores, mas que afetam o resultado econômico da empresa, pois ocorrem em condições anormais de operação, associados ao conceito de perdas, tais como falhas e desperdícios nos processos logísticos. Este é um dos maiores problemas de identificação de custos, pois muitas falhas não são perceptíveis. No decorrer das atividades, por exemplo, os gestores, muitas vezes, não percebem o quanto estão desperdiçando de recursos ou tempo, em atividades que não agregam valor á empresa, ou não produzem nenhum produto ou serviço, o que impacta, diretamente, o resultado econômico das empresas, de forma negativa. Podemos chamar os desperdícios de ladrões de lucro, incluindo questões como complexidade excessiva, redundâncias, treinamento inadequado, comunicação deficiente, funcionários sem poder e imperícias, além da questão da capacidade humana, que também pode vir a causar perdas. Entre outros exemplos de custos logísticos ocultos, podem ser citados: superprodução, defeitos, esperas e atrasos, acúmulo e material em processo, transportes internos e ações que podem gerar movimentações desnecessárias e processos que muitas vezes, necessitam ser modificados para serem eficientes.

Custo Padrão: Pode ser considerado como um custo elaborado, que contempla aspectos físicos e monetários, em que são considerados, dentro da normalidade, os materiais, mão-de-obra, equipamentos e outros custos, aplicados ao produto/serviço ou á atividade. É o custo que se deseja alcançar, em termos físicos e monetários, se tudo ocorrer de acordo com o normal da atividade. Por exemplo, se fomos apurar o custo-padrão de um serviço a ser prestado, devemos avaliar quanto tempo iremos gastar para realiza-lo e qual é o custo da mão -de-obra envolvida, bem como outros custos associados. Após o serviço ter sido prestado, é necessário realizar o acompanhamento das variações dos custos freais em relação aos padrões, justificando as causas dos desvios, para que sejam tomadas as devidas ações corretivas.

Custo Meta ou Alvo (Target): É aquele em que, a partir do preço de mercado do produto/serviço e tendo definida a margem de lucro desejada, a diferença é o custo-meta. Para ilustrar, vamos imaginar que o serviço a ser prestado tenha um preço de R$ 200,00 e que a empresa espera ter uma margem de lucro de 20%, ou seja R$ 40,00. Portanto, o custo a ser atingido (meta) é de R$ 160,00.

Custo no Ciclo de Vida: Atualmente, em função de, em muitos segmentos, os produtos estrem com ciclos de vida cada vez mais curtos, o tempo é a base para a competitividade, é um elemento de diferenciação, e a tendência é cada vez mais os tempos sejam comprimidos. Quando se fala em compressão de tempo, estamos nos atendo às diversas etapas do ciclo de vida de um produto, sendo que o tempo de vida de um produto varia de acordo com a atividade econômica da empresa e independente desta atividade. Desde a sua concepção até a descontinuidade de um produto, os custos devem ser acompanhados pelo custeio do ciclo de vida.

Custo Kaizen: Está relacionado à melhoria contínua dos processos, visando à redução constante dos custos em todas as fases do ciclo de vida de um produto/serviço. O custo Kaizen é similar ao custo-meta em sua missão de reduzir custo, exceto que enfoca a redução dos custos durante as outras fases do ciclo de vida, além do desenvolvimento. Por exemplo, se em um determinado mês o custo de transporte incorrido foi de 1 milhão, de acordo com a filosofia do Kaizen, os gestores deverão encontrar um meio de reduzi-lo.


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