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Sobre o Sempiterno Fim das Letras

Tags: gente mesmo tudo
Eu nunca tinha pensado no fim, na celebração do término, nem Mesmo tinha iniciado os três anos mais produtivos e enriquecedores da minha vida pensando no final. E sem pensar em alcançar o objetivo “do acabar essa etapa”, ia seguindo a correnteza, mês pós mês, aula pós aula, buscando descobrir, desenvolver, exercitar e sobretudo sentir.
            Entre frases de amigos e parentes tentando expressar aquilo que no fundo já sabemos: “Nossa, mas já está terminando?”, “O tempo voa né? Parece que foi ontem...”, a Gente acaba constatando que o tempo nem sempre é nosso aliado, nesse caso especificamente, acho que ele foi mesmo é um vilão, que levou tudo muito rápido, que não deu espaço pra saborear de verdade a experiência, pra ver, rever e reinventar a história da nossa vida. E como em um ensaio pra encarar a vida real, a gente vai, mas sem medo, porque o medo não cabe ao período de nossa existência, a gente vai fundo, a gente deixa tudo pra trás e coloca na bagagem um pouco mais de segurança que é pra se convencer de que tem tudo que precisa pra enfrentar o que está por vir.
            Dizer que o mundo é pequeno demais pra gente talvez seja presunçoso aos olhos dos desanimados, mas a verdade é que ele é mesmo, é pequeno porque nós enchemos nossa mala de sonhos, de projetos, de vida a ser vivida, e então, temos tanto a fazer, a realizar que parece que o tempo não vai ser suficiente, parece que uma vida só é pouco, confesso que mesmo sendo declaradamente em cima do muro pra alguns assuntos, acabo torcendo pra teoria espírita de outras vidas ser mesmo real, só pra poder voltar e fazer tudo aquilo que eu deixei de fazer, que por um ou outro motivo ficou pra trás.
            E aí termina um ciclo, inicia-se outro, e a gente, no meio desse fim e recomeço: corremos. A gente corre, a gente não presta atenção no nosso dia, nos detalhes, nas pessoas. A gente corre porque se empenha a fazer atividades, às vezes mesmo sem querer, e que nem sempre são capazes de nos trazerem aquilo que buscamos diariamente e que é o propósito de tudo isso: a felicidade.
             Se eu tivesse que dizer algo sobre os últimos anos que vivi, eu provavelmente não diria, há algum tempo que decidi falar menos daquilo que já passou e pensar mais no futuro, por isso então, diria que a partir de agora nós sabemos. Nós aprendemos em todas as noites o que precisamos pra levar a vida em frente, pra abrir novos caminhos. Nós sabemos o que devemos fazer, mesmo que algumas dúvidas ainda se sobressaiam uma vez ou outra. Não aprendemos a lidar com certas emoções, mas aprendemos o que é ainda melhor, a senti-las, a deixa-las tomarem espaço dentro da gente, invadirem aqueles lugares que nem mesmo conhecíamos e depois, nos deixando a beira do abismo, simplesmente as deixamos irem embora, pra dar lugar a outras. E assim como as emoções, damos lugar a novas experiências, a um novo ciclo que se iniciará e que num piscar de olhos também vai passar, e a mala vai ficando cada vez mais pesada, porque além de tudo aquilo que levamos a reinventamos a cada nova vivência.
            E que seja sempre assim, que sejamos sempre capazes de acumular “o novo”, e de reinventar o velho, de estar de coração aberto e alma lavada a cada manhã, que deixemos entrar a cada inspiração um novo motivo pra mostrar ao mundo um riso fresco e singular e sem pedir muito da vida, apenas vivamos.

Texto apresentado na cerimônia de colação de grau do Centro Universitário São Camilo, dezembro de 2014.




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