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Aquilo que Transborda com o Tempo

Tags: gente
No começo: frio na barriga, mãos suando, borboletas agitadíssimas no estômago e, principalmente, o medo bom que impulsiona a Gente a fazer as coisas, mesmo sentindo a maior insegurança do mundo. No começo a gente tinha vergonha, a gente acobertava alguns ângulos da nossa individualidade e algumas manias, porque assim a gente achava que o outro gostaria mais da gente. Depois do primeiro beijo, era a hora da incerteza do olhar nos olhos, pegar na mão, o medo de estar antecipando o tempo e afastando alguém que, segundos antes, estava tão envolvido com a gente e que a gente queria tanto que continuasse assim. E assim o tempo vai passando, trazendo o outro pra mais perto, até que ele faça morada dentro da gente. O frio na barriga ainda existe, as mãos soam em algumas ocasiões, as borboletas no estômago se acalmam e parte do medo se transforma em leve segurança. A vergonha é a primeira a dizer um definitivo tchau e tomando o seu lugar, vai chegando a intimidade, porque a gente já não tem motivos e não quer esconder o nosso pleno eu e todas as suas faces. A partir daí, a gente olha nos olhos, a gente pega na mão e diz “eu te amo” tão naturalmente, e não é que não seja natural, mas não paramos pra pensar que mesmo com o tempo voando, é ainda especial. Se fosse pra escolher um melhor momento, eu definitivamente e infinitamente escolheria o “hoje”. É no “hoje” que há a impagável intimidade que o tempo trouxe, é no “hoje” que se conhece e escolhe amar cada parte do outro, cada detalhe que no começo ainda não se sabia que poderia existir. Também é no “hoje” que diariamente se descobrem novas maneiras de gostar, e que nos surpreendem porque o amor já é tão grande que parece não ter mais espaço pra aumentar, um jeito diferente de olhar, o jeito de pedir desculpas depois da briga, ou até mesmo a expressão no rosto durante a briga, observar enquanto o outro dorme e percorrer, com a ponta do dedo, da testa até o queixo, a forma que o seu rosto esculpe no ar, tudo isso, faz a gente gostar ainda mais do outro. E, essencialmente, é no “hoje” que há a certeza real do sentir que não é passageiro, que veio pra permanecer e que é amor.







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Aquilo que Transborda com o Tempo

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