Aos quinze anos, a gente pensa que Vai Ser capaz de definir toda uma vida quando chegar aos vinte. E aí cheguei, passei por eles e dois anos depois continuo como uma debutante que não teve festa: não sei o que fazer. Perdida Talvez Seja palavra forte demais, mas definitivamente me jogando nas poucas oportunidades, que valem a pena, que a vida dá.
Acompanhando toda a situação calamitosa, vem o medo, a insegurança e o cantinho do quarto, preparado pra receber o chorinho antes de dormir porque é tudo tão emergencial que a sensação que se sente é de que não vai dar tempo de fazer nada – já que ainda não decidimos o que queremos – e quando nos decidirmos, ainda pensamos que vai ser tarde demais.
Pois bem, ando pensando nessa psicose desvairada, e acho que acabo esquecendo o principal: aproveitar o caminho. Num breve espaço entre o abismo beirando a loucura e o mínimo de racionalidade, percebi que tudo continua no mesmo lugar, nada se esvaiu e nem vai, porque cada coisa tem seu tempo, e por isso, é possível continuar procurando, ir esmiuçando os caminhos até encontrar aquele que espera e pertence à gente. O Gato Risonho de Lewis Carrol disse à Alice que quando não se sabe Pra Onde quer ir, qualquer caminho serve, e com um pouco de razoabilidade, talvez seja isso mesmo, ir devagar, decifrando, até saber pra onde se quer seguir.