Agosto está sendo mesmo um mês estranho. Crente de que Tudo não passava do inferno astral comandando mais um período, entrei em um desses sites à lá João Bidu e digitei – como quem não quer nada, mas quer tudo – data de nascimento, horário e tudo mais. Mas inferno não era. Era pior. Tudo genuinamente verídico.
Dia desses, e sei lá porque, vendo novela de Canal Aberto, ouvi jovens que se organizavam para protestar contra o uso de uniformes, e levavam aquilo tão a sério, que pretendiam convencer toda a escola a não usar o “dispositivo de repressão”, enquanto isso, um dos líderes da panelinha de revoltosos, depreciava a garçonete, pelo simples fato dela ocupar o cargo de garçonete, e os amigos, imersos nas táticas que usariam para aplicar a revolta irrelevante, mal ouviam ou se ouviam, não se importavam.
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E agosto anuncia que há gosto para tudo: alguns promovendo manifestações acéfalas pedindo a volta da ditadura militar, outros lamuriando a crise do país, mas sem perder as viagens e as frivolidades que o dinheiro pode comprar, e a contragosto, ainda tem aqueles que continuam pregando fielmente que política e religião não se discutem.
E presa nas curvas do ziguezague do mês oito, continuo achando tudo muito estranho e fora do lugar. Quanto à política nas manifestações: opto por não discutir muito com quem culpa uma só pessoa, pela situação do país. Quanto ao inferno astral: talvez o genérico do João Bidu esteja errado, e o período infernal seja mesmo culpado pela situação estranha em que minha cabeça se enfurnou nesse mês, salvo o aniversário do meu pai, leonino.
Talvez o melhor mesmo seja aguardar setembro de braços abertos, desacelerando o compasso, revendo o desvairado “frenetismo” e abstendo da loucura toda. E quanto à novela do canal aberto: desligo a TV.
