Às vezes sinto medo das palavras. De sentar e escrever. Do processo revelador de mim mesma que a escrita traz. Por isso, talvez, é que de tempos em tempos preciso de avigorar, mesmo que para isso, precise de certo hiatus de férias do papel e do lápis, porque escrever me assusta, me mostra ao mundo, me reinventa. E é Bonito ao mesmo tempo, é tão Bonito Quando o papel se dilacera, o lápis se desintegra e dá forma a algo a mais, novo. É tão bonita, tão intensa, a maneira como as palavras se encaixam, e quando não se encaixam procuram em si mesmas outras palavras que se coloquem nos lugares corretos e ditem a nova sentença. É tão bonito, libertador, como as frases se perdoam pelo simples feito de revelar. E é ainda mais bonito quando, na difícil labuta de reler, há o encontro do eu no papel...