Get Even More Visitors To Your Blog, Upgrade To A Business Listing >>

Sir Paul McCartney

No último feriado, fantasiado de domingo, ouvi uma voz familiar – ao mundo – vinda da televisão e inconfundível, era Paul McCartney. Sentei em frente à imensurável multidão de pessoas que ecoavam “Hey Jude” e firmei meu veredito final: ele é meu beatle favorito!
            Talvez o show de duas horas e meia, a falta de intervalos, a destreza para tocar quase todos os instrumentos – por um triz, a bateria ficou de fora –, as letras, enfim... Impossível não vislumbrar a maestria. Fato é que, confessamente sou um tanto indecisa e em cima do muro para certos assuntos, contrariando os taurinos convencionais.
            Lembro bem da aposta que fiz no auge da minha adolescência, frente à TV, assistindo ao Vasco x Flamengo, sendo a única vascaína em meio à turma rubro-negra e com a vitória consumada, tive que, – palavra é palavra – vestir a camisa e ir de encontro à raça, amor e paixão que fervia nas ruas da minha cidade. Tudo bem até aí, tudo era festa. Meu declínio começou no caminho para casa, e meu apogeu foram os olhos do meu pai que fizeram a camisa vermelha parecer sangue vivo. Avós – paterno e materno – e pai vascaínos, aprendi que mudar o lado da força não era lá muito aprovável. Ou não. No ápice dos meus vinte e dois anos e aplaudindo os Beatles desde os quinze, troquei de favorito.
            Era Lennon, sempre foi. Confesso, hoje, que cometi um leve crime por ele. Li, reli e li de novo sua biografia e vi, revi e vi de novo seus filmes biográficos. Devota às letras por ele escritas, não passava um dia sem ouvir pelo menos uma, contra a corrente, defendia seu amor pela controversa Yoko Ono. Inegável o talento dos quatro garotos, mas talvez pela inconsequência de Lennon, ou a falta de empatia que nutri por Starr e Harrison, somados a profundidade, sensibilidade e simplicidade de McCartney, fui arrebatada. Era Lennon, agora é McCartney.
            O canhoto geminiano de dente quebrado, da vida comum – fora dos holofotes – e das campanhas sociais me inspira a ver o encanto sublime da vida, as composições e o riso fácil me fazem confiar mais na liberdade, no otimismo, no amor e na hibridação dos três.

E sobre trocar de time: continuo vestindo a camisa preta e branca, papai e vovôs!




This post first appeared on Lírica Agridoce, please read the originial post: here

Share the post

Sir Paul McCartney

×

Subscribe to Lírica Agridoce

Get updates delivered right to your inbox!

Thank you for your subscription

×