Dedicado a todos os irmãos do Mundo que,
Nestes dias estranhos, cinzentos e turbulentos,
Com todas essas tragédias e guerras tem sofrido
E, principalmente, aos que nelas têm perecido.
Dando Voltas, voltas e mais voltas
A Algum Lugar distante chego
Em Algum ponto, indefinível, entre o horror e o medo
Um mundo completamente em chamas.
-Fogo! – O mundo grita.
Tragado pelo vórtice, descendo a espiral incandescente, me debato
Em meio a uma multidão imóvel de caídos
De fundo, instrumental e voz, sons dignos de O Juízo
Que abalam, crepitar! , a eternidade desse vácuo.
Inocentes, subjugados, arrebentados
Corações, arrebatados, repletos de fissuras
Pulsando fracos em cenários devastados
O fogo, lambendo os beiços chamejantes, a tudo consome
Arde a noite escura
A matéria, decomposta, nua, se revela
Estertor nos ouvidos martela
Não há volta das chamas.
Todo o orgulho, desejo, confusão e medo se foram
Convicções, expectativas, crenças... O que restou?
Silêncio, vazio, escuridão, o nada absoluto;
Paz... O fogo perece; as brasas ainda queimam.
Em algum Lugar, almas recém-libertas bailam em doce improviso
Do alto de onde se encontram o fogo não pode mais alcançá-las.