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Não durmo mais

Tags: noite carro deise
Por Daniel Cilva

Recusava-me a dormir mas no fim ele me rendia e eu já fragilizado pelo acidente, definhava a cada Noite.

Era como uma prisão de carne e ele era o carcereiro, a cada noite me desejando, como um verme entranhado devorando minhas forças, minha dignidade.

Depois do acidente eu sonhava acordado durante o dia com longas estradas sem fim que me levavam para bem longe e ao cair da noite sentia dos pesadelos me aproximando. Vinham junto com o vento frio da madrugada, eram sempre três, no primeiro eu era perseguido, no segundo me roubavam e no ultimo minha carne era violada...

Eu estava bem na noite do acidente... Estava aos beijos com minha noiva no banco de trás do nosso carro. Cada toque de sua pele me lembrava da beleza de estar vivo e ser amado. Deise, eu te amo além de tudo que se nomeia, das longínquas estrelas do firmamento até as do fundo do mar, desejam amar e ser amados de tal maneira. Foi quando nosso véu foi rasgado por risos do além.

Eles vinham chutando latas, quebrando garrafas. Dei um salto para o banco da frente, bati a chave e nada. Maldito carro velho que alimentou a providência do demônio.

Assim que tocaram o vidro embaçado do carro eu gelei e vi Deise ficar pálida. Não houve tempo para pensar. Os cristais de vidro voavam sobre o colo de minha noiva, foi quando finalmente o maldito carro pegou. Saí cantando pneu sem olhar, apenas conversava com meu bem, minha amada.

- Deise?

Dirigindo a toda, olho pelo retrovisor, não a vejo sentada, quando me viro, Deise está mole sobre o banco com um pedaço de madeira com pregos preso em sua cabeça.

Eu não senti o impacto.

Eu não vi mais nada.



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