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O Rei Violeta

Por Dan Cilva

Albert delirava essa noite, febre é a prova de que duas forças conflitam no interior de minha senhora.

"Vem, escreve minhas palavras antes que eu me vá".

Puxei de uma cadeira, pena, papel e tinteiro. Com toda atenção ouvi de Sua Boca veludosa a origem de um ser de beleza arrebatadora que poucas das mais sensíveis pessoas compreenderam.

Nasceu no seio do Tempo e foi amado por Seus genitores que eram o já citado Tempo, o Ego e Gentileza.

Estes três soberanos reis cósmicos assim como o oceano de nosso mundo muitas vezes ganha muitas formas sem perder quem são. 

Vezes homens, outras vezes mulheres,  estes três pais e mães se amaram em uma passagem de estrelas onde Gentileza também gestou Albert.

Gentilmente a criança surgiu da carne sutil e ganhou existência do meio das pernas, os olhos puxados Por Ego e o nome com o Tempo.
Minha senhora tossiu e a pausa se fez necessária.

Duas criadas trouxeram água das fontes perenes e em um cálice de metal rubro Albert espantou a tosse e saciou a sede.

Algumas gotas que escaparam a sua boca acabaram por transparecer parte de sua túnica marcando o entorno de um de seus seios.
Albert, meu senhor tornou a me chamar junto a cama.

Tomado papel e pena continuei a escrever a gênesis de meu senhor.
Albert não demorou a formar corpo e já na adolescência possuia seios marcados e quadris salientes, o que posteriormente atraiu a atenção e desejo de muitos reis e rainhas, até mesmo algumas princesas. Seus cabelos castanhos como a madeira no inverno e a pele que possuía em sua forma as estações em tonalidades do quente ao frio e novamente ao quente.

O temperamento em sua puberdade era demasiado arredio, uma característica que herdara do Ego o que desde cedo levou as escapadelas pelas estrelas.

Navegava entre os marujos por ventos solares e até mesmo fincou arpão em dois ou três meteoros.
Foi em uma destas brincadeiras de ser gente que Albert, de vestido e tudo acabou chegando em Apeiron, um setor do universo conhecido d onde foi tirado o modelo para projetar o mundo que viria a se chamar Terra.

Mas isso é outra história.
Albert com sua beleza angelical de menina atraia muitos olhares, muitos por estranhamento outros por desejos maliciosos.

Meu senhor conta que não entendia as pessoas e como era essa coisa de separar tudo em par, em oposto para depois juntar de novo.

Aportando em Apeiron, meu jovem senhor andava por entre os mortais, escravos do tempo que um dia pagariam sua dívida perpétua com sua prima a Morte. Albert observava todas aquelas criaturas que tinham fome e sede, que tinham em si problemas maiores que eles mesmos e nesta hora sentiu-se só.

O universo era como seus braços e pernas mesmo assim faltava algo.

Neste momento meu Mestre afastou a franja de seus olhos e gentilmente pediu que eu voltasse amanhã, que Era Preciso dormir assim como era preciso viver.

Desejou-me bons sonhos e dedicou-me um até logo.
Senti um calor em meu peito ao cerrar a porta.

Anseio que o dia passe logo como passam as andorinhas...



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